Mamãe e Papai

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Me levanto do sofá um pouco nervosa, dou uma olhada para os meus amigos, o seus olhares me encorajam a continuar.

Bom, como descrever mamãe e papai, hum... São pessoas conservadoras com a sua família, ricas, tipo, muito, do nível de viver os meus padrões, a opinião das pessoas é o que mais vale para eles e bom, levo muito a sério o seu trabalho, que inclusive foi um dos motivos que, aos quatros anos, me deram para o meu avô cuidar

Meu irmão ficou aos cuidados de Noup, nosso elfo doméstico, Mamãe e papai fizeram questão de manter o meu irmão por perto, como ele era mais velho, queriam garantir que as próximas gerações realmente entendessem como funcionam as coisas da família.

Caminho até Pansy com um leve medo, eles nunca viam até mim, sempre sou eu que vou atrás deles, quando eles vem até mim, é pq algo muito grande está por vir.

— Onde estão?— Pergunto seria, sempre que o assunto é os meus pais, tento me manter séria.

— Na entrada, nem saíram do carro— Afirmo com a cabeça e saio da comunal.

Ótimo, isso significa algo muito bom! A conversa não vai passar de cinco  minutos.

Assim que chego a grande entrada de Hogwarts, vejo a Bugatti preta estacionada.

Mamãe me olha de cima a baixo antes de levantar o seu óculos escuro. Ela abre a porta do carro e percebo o quão arrumada está, que dizer, ela SEMPRE está bem vestida.

A sua roupa está toda padronizada na paleta nude, como as jóias de ouro e um coque com algumas mechas soltas dando um toque final.

Assim que ela se aproxima, sinto um cheiro doce inundar o meu ofato.

— Falke minha filha, você não está usando o nosso colar, por qual motivo?— Droga, a merda do colar, minha mãe fez quatro colares de ouro escrito falke ,com uma letra minimalista, e ele sumiu. Não posso falar isso para ela, ela... Iria me matar.

— Eu tirei para tomar o meu banho— Ela une as sobrancelhas e percebo que ela já está perto de comentar algo a respeito.— O que te trás aqui?

— Sempre atenciosa minha filha, também estava com saudades— Responde Irônica e vem me dar um abraço, fico imóvel, eu odeio abraços e ela sabe muito bem disso. Antes de seus braços se encontrar  em meu corpo, eu escrevio.

— Você não me respondeu— Mantenho a minha postara seria.

— Vim te comunicar sobre negócios da família.

Lá vem, ela já me falou cada coisa absurda, que acho que isso nem vai me impressionar ou me assustar.

— No final do seu último ano, acontecera um noivado— pera, QUE? 

Ela tenta continuar a sua conversa, mais eu a corto.

— Nem fudendo— sua face agora é de assustada, merda, não pode falar palavrãoes na frente dela.

— Merda, NÃO PORRA— Bato em minha boca, fui tentar reverter a minha fala mas ao olhar para minha mãe, percebo que só piorei.

— Que vocabulário é essa, Celine?— Pergunta desacreditada.

— Eu não posso me casar, eu não quero isso por agora.— Tento voltar ao outro assunto.

— Não estou aqui para pedir a sua opinião, estamos apenas te informando— Meu pai entra na nossa conversa, ele apoia o seu braço em volta da mamãe.

Respiro, conto até 3 em meus pensamentos.

— Posso pelo mesmo saber quem é o sortudo?— Pergunto curiosa. Meu pai solta um riso nasal.

— Da próxima vez vá ao jantar e você saberá quem é— Fala autoritária e anda em direção ao carro. Droga, começou os segredos.

Suspiro fundo e saio pisando alto, porra, casamento arranjado, vai pra merda.

Abro a comunal e vejo o meu irmão sentado sorriso junto aos meus amigos.

Eu vou mata lo por ter permitido mamãe fazer isso.

— SEU FILHO DA PUTA— Grito em quanto me aproximo, agarro em seu pescoço— PQ DEIXOU ELA FAZER ISSO COMIGO?— Meus sentimentos estão a flor da pele.

Meu sangue ferve quando vejo um sorriso maldoso surgir em seus lábios. Deposita um soco em seu lábio o sangue começar a escorrer.

Sinto umas mãos em minha cintura me puxando dali. Nem preciso olhar para trás para saber quem é, o seu cheiro me sufoca.

Encaro meu irmão esperando alguma resposta, mas só recebo uma gargalhada sua, ele fez isso por vingança!

— Me solta porra— Ordeno, mas adivinha? Ele não me solta, Apenas me arrasta para as escadas que levam até os quartos.

— Que merda foi essa?— Sinto a raiva em seu tom. Malfoy me prende contra a parede

— Problemas de família gatinho, acho que você conhece bem demais esse termo—  Falo enquanto fico brincando com a gola da sua camisa.

Malfoy me olha com um dos seus olhares mortal, ele odeia que falei de sua família.

— Mamãe veio falar do vovô?— Filho da puta, pegou na minha ferida, chuto a sua virilha, Malfoy coloca a sua mão no local dolorido.

— Ainda continua tentar se matar para ganhar a atenção do papai?— Pergunto na mesma moeda. Malfoy derrepente me encara com um olhar decepcionado, como se aquilo tivesse doído mais do que o meu chute em sua virilha.

— Eu estava tentando te ajudar— Murmura.

— tocando em minhas feridas?— Solto uma risada sincera— você estava mais querendo me machucar do que me ajudar.

Malfoy ameaça falar, mas apenas dou as costas e continua a subir para o meu quarto.

Ótimo, briguei com meu irmão e agora com Malfoy... Que merda.

Vou ir meu banheiro e fico encarar meu reflexo no espelho, Como assim eles querem que eu me case? Sempre sonhei com meu futuro, mas agora esse direito foi roubado de mim?

Vou ter que compartilhar a minha vida ao lado de uma pessoa que eu nem mesmo o amo.

E eu odeio os meus pais por isso, odeio o fato deles sempre tomarem a decisão por mim, deles me deixarem eu criar o meu próprio futuro.





𝐃𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐭𝐚-𝐌𝐞 | 𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨 𝐌𝐚𝐥𝐟𝐨𝐲 Where stories live. Discover now