Capítulo 4

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                                                                                       Ana Flávia

  - Natasha Caldeirão.

  O garoto do pepino deu uma inclinada na cabeça pra me encarar confuso, já a garota, revirou os olhos e logo se virou para o doidão aqui.

  Eu sinceramente, já não gostei de nenhum dos dois.

  Esse colégio realmente não é pra mim! 

  Eu preciso dar um jeito de ser expulsa.

  Tenho certeza que não vai ser muito difícil...

  - Eu tava te procurando faz séculos! - sorriu a garota. - Eu preciso que você me ajude com o trabalho de história, você sabe o quanto eu sou ruim e o quanto você é bom  em tudo o que faz. - piscou pra ele e foi a minha vez de revirar os olhos.

  Eu suspirei pegando as minhas duas malas e abrindo a porta do meu quarto.

  - Bom, garoto do pepino, obrigada por me trazer e se a gente se encontrar nos corredores, é melhor correr. - sorri.

  Eu chutei as minhas malas pra dentro do quarto e em seguida fechei a porta não deixando o garoto do pepino se despedir.

  - Mal posso esperar pra colocar fogo nesse lugar. - sussurrei com ódio.

  - Colocar o quê? - perguntou uma voz assustada e eu levantei a cabeça para encarar a pessoa.

  Eu arregalei os olhos encarando a garota e dei o meu melhor sorriso. Ela vestia o mesmo uniforme que todo mundo e ficava adorável nela, tinha o cabelo rosa em um tom bem claro e segurava um livro, e se encontrava sentada na cama.

  - Eu quis dizer "colocar fogo" mas no sentido de... ser super gata ou ser muito boa nas matérias,  sabe? - ri nervosa e a garota continuava me encarando assustada.

  Eu traumatizei ela, não foi?

  - Puta merda... - falou a garota olhando pro nada - VOCÊ é a garota nova que foi expulsa do último colégio! - disse ela animada se levantando e caminhando na minha direção.

  - E como você sabe disso? - perguntei assustada.

  - E quem não sabe? - questionou de volta sorrindo.

  Ela ainda sorria e analisava cada parte do meu corpo e rosto.

  - Eu me sinto adorável sendo a parceira de quarto da nova celebridade do colégio. - disse ela balançando os braços igual uma criança. - Todo mundo ficou chocado quando a diretora aceitou ter uma garota que já foi expulsa, não só uma, mas 5VEZES. - contou ela, animada.

  Eu a encarava com umm olhar assustado e surpreso enquanto a mesma surtava.

  - Você não tinha que estar em uma aula? - perguntei confusa.

  - O quê? O café da manhã começa daqui uns 4 minutos. - a garota de cabelo rosa riu.

  Que estranho... eu tenho certeza que ouvi a mãe do garoto do pepino mencionar algo sobre ter atrapalhado a aula dele. 

  Incrível que eu prestei atenção nisso mas não consegui prestar atenção no nome do cara.

  - Eu sou a Gabriela, mas pode me chamar de Gabi. 

  - Ana Flávia. - sorri simpática. 

  [...]

  - Aquela ali é a Lola, a maconheira do colégio, mas não connta pra ninnguém que eu te falei isso. - disse Gabi piscando pra mim. - Aqueles ali, o casalzinho do colégio, pior que boomerang, terminam, pegam fulano e ciclana e depois voltam como se nada tivesse acontecido, tudo chifrudo. Aquela ali, de cabelo preto, se tu passar perto ela já tenta te quebrar no meio, experiência própria. O time de futebol, não passa nem perto, eles fedem, mas se passar perto, mira um desodorante bem no meio da cara deles e joga com força, mas se fizer isso, se prepara pra correr. - me avisou com um olhar de medo. 

  A gente estava no refeitório, tomando café da manhã. Na verdade, ela tava, eu apenas peguei um toddynho. 

  Sobre o uniforme, ele era lindo... Com certeza eu vou tentar roubar alguns uniformes quando for expulsa, eles são melhores que as minhas roupas!

  Falando em ser expulsa...

  - Alguém já foi expulso daqui? - perguntei como quem não quer nada.

  - Ah sim, teve uns dois caras. Eles armaram uma briga enorme. - disse ela dando uma mordida em sua maçã.

  Então é apenas isso que eu preciso fazer? 

  Armar uma briga enorme?

  Isso vai ser fácil....

  [...]

  A Gabi disse que eu precisava buscar o meu horário com a diretora, então eu fui pra lá.

  Me perdi umas duas vezes naqueles corredores enormes e até achei uma casal transando no ármario da limpeza. 

  Eles foram bem legais, até me falaram por onde eu tinha que ir, eu só tive que ignorar o fato deles estarem praticamente pelados na minha frente. 

  Mas finalmente achei.

  Dei três batidas na porta e depois de um tempo entrei.

  Garoto do pepino.

  Ele tava sentado na cadeira da diretora, de um jeito desajeitado, com as pernas cruzadas e com o uniforme frouxo. Em suas mãos estavam alguns papéis, que ele lia atentamente, até que o mesmo notou a minha presença. Aquilo foi motivo suficiente pra ele abrir um sorriso de lado lindo.

  - Garoto, começa a correr. - falei pegando um lápis afiado da mesa da diretora pra enfiar nele.

  - A gente não tá nos corredores... - lembrou ele ainda olhando para os papéis que segurava nas mãos. 

  - Melhor ainda, vai dar pra te matar aqui e depois fugir. - sorri girando o lápis entre os meus dedos, de um jeito habilidoso.

  - Eu acho que você veio buscar isso. - falou me entregando um dos papéis que estava em suas mãos. - A menos que você já estivesse com saudades minha. - sorriu e eu revirei os olhos, tentando esconder que eu *quase* corei.

  Eu falei "quase" ok?

  Espeera, por que ele tava com o meu horário na mão dele?

  Eu encarei o meu horário curiosa e só faltou eu chorar naquela hora.

  Eu preciso ser expulsa daqui e rápido.

  - Matemática 4 vezes na semana? Isso é um castigo? Já não bastava aquela senhora ter arrancado o meu celular das minhas mãos frias e mortas? - reclamei e o garoto do pepino soltou uma risada. 

  - Boa sorte, Ana Flávia - desejou com um sorriso de lado encantador.

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CONTINUAAAAAA

*capítulo não revisado* 

1030 palavras

  

O Colégio Interno - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora