Capítulo 25

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𝑨𝒏𝒂 𝑭𝒍𝒂́𝒗𝒊𝒂

[...]

Olhei pelo terraço, procurando o Gustavo e encontrei ele deitado no lugar que a gente sempre fica. Caminhei lentamente até ele e me sentei do lado dele.

- Oi, meu amor. - Cumprimentou ele me olhando.

- Oii Gu. - Falei me deitando no peito dele.

Gustavo passou o seu braço em volta da minha cintura.

- Eu tive um dia péssimo. - Confessei me sentindo estremamente cansada.

- Os dias maus servem pra que os dias bons valham a pena. - Sussurrou e eu assenti.

Nós ficamos algum tempo em silêncio e eu quase adormeci sentindo ele fazer carinho na minha barriga e cintura. Um movimento no gramado, perto do portão da escola, me chamou a atenção e eu comecei a observar atentamente. Era uma garota aleatória andando por lá. Quando a mesma se virou, eu notei que não era nem uma garota e nem aleatória.

- Aquele não é o LP? - Perguntei baixinho e o Gustavo me tirou do peito dele lentamente pra conseguir ver.

Eu observei por mais algum tempo e vi que o LP chorava, arregalei os olhos quando o mesmo puxou alguns cigarros do bolso e acendeu um.

- É realmente o LP... - Respondeu o Gustavo com a voz distante.

Ele se virou pra mim e encontrou a minha cara confusa, o que fez ele suspirar e abaixar o olhar.

- Eu sei, fumar é errado, mas todos nós somos viciados em algo que fode a gente. - Me encarou. - Para alguns é beber, para outros são relacionamentos tóxicos que eles acham que conseguem concertar, as pessoas podem se fazer passar fome, persistir em um amor perdido, viver de cafeína, nunca dormir.. - Virou o seu rosto para o seu amigo que ainda estava no gramado fumando. - Para o LP, é acender nicotina e envenenar seus pulmões até eles ficarem secos e fracos.

Gustavo voltou a me encarar.

- Esse é apenas o jeito que ele se alivia. - Terminou.

- Como você se alivia? - Perguntei ao Gustavo e ele me encarou surpreso.

- Quê? - Questionou confuso.

- Você falou que todo mundo tem um jeito de se aliviar, mesmo que isso foda a gente, então, qual é o seu?

Gustavo pareceu pensar um pouco e quando abriu a boca pra responder, ouvimos um barulho alto no gramado.

- EI GAROTO! - Um segurança gritou.

Nos segundos seguintes, tudo que eu e o Gustavo vimos foi o LP correndo em volta do gramado, tentando despistar o segurança.

- A gente também vai precisar correr. - Avisou o Gustavo se levantando e eu arregalei os olhos.

- VOCÊS DOIS AÍ EM CIMA, DESÇAM AGORA. - Mandou o segurança quando nos viu.

Bem no flagra.. Que incrível.

- Agora! - Falou o Gustavo começando a correr.

Nós corremos ouvindo o segurança gritar com a gente, saímos do terraço rapidamente e quando fomos pular a janela, eu obviamente quase cai. Corremos pela biblioteca enquanto eu sentia o meu coração bater forte no meu peito, o meu corpo desviava de algumas coisas, tentando acompanhar o Gustavo. Depois de muito tempo correndo, eu notei que ele estava me levando para o gramado do colégio, eu vou empurrar esse garoto da escada.

- Você enlouqueceu de vez??? A gente não pode ir pra lá. - Falei assustada.

A minha respiração já estava pesada de tanto correr.

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⏰ Last updated: Sep 14 ⏰

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O Colégio Interno - miotelaWhere stories live. Discover now