Capítulo 2

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                    Ponto de Vista de Thiago Silva

Estou aqui loja de itens para bebê com Victor, Selena ainda está no seu colo, pois ele ainda não comprou o carrinho dela mas acho que já já ele faz isso, consigo notar o seu cansaço. O clima está tenso aqui com Victor, acho que ele me chamou para ajudar ele a descontrair mas já comecei a me arrepender de vir. Eu devo admitir que sempre fui um pouco desmiolado e não conseguia medir minhas palavras, mas parece que até eu tenho meus momentos de sanidade. Devo admitir que estou deveras surpreso. Eu estou a evitar falar algo, porque sei que posso arruinar tudo com um simples "a", mas meu amigo está a sofrer e eu tenho que arranjar algo a dizer. Sou arrancado de meus pensamentos quando ouço ele suspirar:

Victor: Ahhh (suspira baixo como se não fosse para eu ouvir)

Thiago: Ahm... Que tal botar pra fora? (digo num tom sugestivo)

Victor: Não sei mano, eu me sinto muito para baixo. Esses dias não fui ao trabalho, tenho estado de luto com a morte da minha esposa, seu funeral é este fim-de-semana, no sábado. Nunca pensei que uma data além da data do meu casamento e aniversários fossem significar algo e ter tanto peso, até que eu vivi o pesadelo do dia 23 de abril de 2000, nascimento da minha filha e morte da minha amada, Luana. Saber que não vou mais ver seu sorriso e que vou ter que me contentar com as memórias e seus quadros pendurados pela casa é uma tortura. Além disso, tenho esta criança para cuidar, que, por azar, todos os seus traços são da mãe. Eu sei que é errado, mas ela vai pagar por matar minha esposa, já idealizei as datas, o momento certo, sua adolescência, quando ela já tiver mais consciência das coisas 12 anos de idade é o momento perfeito. Enquanto isso, vou fazer o papel de pai perfeito para ela. (ouvir ele proferir essa palavras foi completamente aterrador, minha expressão facial mudou de preocupado para aterrorizado, enquanto observava seu sorriso malicioso crescer pelos seus lábios ao olhar para sua filha com cuidado disfarçando suas intenções de cobra) Não se preocupe Thiago (ouço ele novamente) além de ti, ninguém sabe dos meus planos e azar o teu se me entregares à policía. Ninguém sabe o que poderá acontecer (engulo em seco con sua última frase)

Thiago: Está bem, continuemos com as compras. Temos uma grande lista pela frente. (digo sério mantendo a minha compostura) Okay, fraldas, pó, wipes, leite em pó, Cerelac, etc...

Depois de horas de dia de bebê, estamos finalmente a sair da loja. O carrinho está cheio, tem tanta coisa. Desde fraldas, comida e inclusive roupas novas. Mas me pergunto o porquê de tanta roupa, parece que já não tinha roupa da bebê antes... Selena é uma bebê linda, queria que ela fosse minha filha ou que eu tivesse uma filha assim como ela, mas eu não acho que tenha responsabilidade o suficiente para ter filhos, apesar de que... eu até quero filhos.
Mas se eu tivesse um filho, qual seria seu nome? Nunca cheguei de pensar. Thiago Jr.? Não sei, mas a menina seria Tathianna. Deixo de pensar quando ouço a voz de Victor:

-Victor: Podes me ajudar a arrumar estas coisas na bagageira? Estás aí parado a me assistir, e deixa de me olhar desse jeito. Tá me assustar.

-Thiago: Assustar? Haha, diz o psicopata que falou que ia torturar a filha. (digo, e começo a ajudar ele a arrumar)

-Victor: E vou mesmo, mas isso não é psicopatia, é pura vingança.

-Thiago: Precisas de terapia bro. É sério.

-Victor: Não me diz isso.

-Thiago: Mas precisas...

-Victor: A tua sorte é ser meu amigo, senão te batia agora mesmo. Por falar em terapia, uma enfermeira lá no hospital, no dia que fui buscar a Lena lá no hos- (interrompi-o)

-Thiago: Lena? Estou surpreso. Parece que estás a. desenvolver afecto por ela. (rio histericamente)

-Victor: Não me compliques. Como eu dizia, no dia que fui buscar a Lena lá no hospital, a enfermeira que me guiava até ao berçário falou de terapia pra mim também, falou que eu podia fazer terapia por causa da morte da minha esposa. Eu não suportei ouvir o nome da minha esposa sair de sua boca e ameacei ela um pouquinho. Ela tinha um sorriso malicioso, sorriso que surgia cada vez que ela mencionava minha esposa, como se fosse sua intenção me provocar. Aquilo me irritou, me segurei por estar num hospital...

Na Sombra da CorrupçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora