08. Eu ainda lembro de tudo

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Fevereiro, 2022

O meu coração se aqueceu em meu peito, assim que meus olhos contemplaram a bela mulher adormecida no colchão. Eu me questionava todos os dias como era tão sortudo por tê-la em meus braços.

Angel.

O seu nome combinava perfeitamente com quem ela era. Uma personalidade doce e gentil, com um coração empático e caloroso. E essa jóia era completamente minha.

Me aproximei da cama, e me sentei ao seu lado, depositando um casto beijo em sua testa. Ela reclamou levemente e se deitou de barriga para cima, deixando à mostra a pequena protuberância ali.

Um sorriso logo se formou em meus lábios, e sem me conter, deixei um beijo em seu ventre.

— Oi, bebê. — murmurei baixinho, fazendo um carinho em sua pele com minha mão. — Papai já volta, ok? Cuida da mamãe para mim.

— Ele nem nasceu e já está te fazendo babar. — Angel brincou, sua voz ainda sonolenta e um pouco arrastada se fez presente, e logo deixei um selinho em seus lábios.

— Bom dia, anjo. — disse e um pequeno sorriso brincou em seus lábios.

— Bom dia, papai. — murmurou e o sorriso em meu rosto se alargou um pouco mais. — Anda, você precisa ir trabalhar.

Eu assenti, sabendo que deveria estar na empresa às oito horas, e me levantei, pegando o celular, a carteira e a chave do carro.

— Tenha um bom dia, anjo, qualquer coisa me liga. — disse, mandando um beijo no ar para ela, e comecei a sair do quarto. — Amo você.

Eu saí a tempo de ouvi-la gritar um "te amo", e logo peguei o carro, com a felicidade estampada em minha face.

{...}

— Isso não está dando certo. — suspirei, passando a mão no rosto. — Nós precisamos desses grãos para ontem, Daniel. — disse, frustrado. — Por que eles ainda não estão aqui?

— Houve um acidente na ponte há uma hora e o trânsito está parado. — disse e fechei meus olhos, sabendo que não poderia fazer nada. — Sinto muito, Asher.

— Tudo bem, acidentes acontecem. — disse e inspecionei o estoque. — Se reduzirmos as vendas de hoje, conseguiremos café para mais um dia. Isso vai nos tirar cinquenta por cento da verba, mas estamos de mãos atadas. Por favor, continue verificando o andamento do…

Eu parei de falar assim que meu celular vibrou em meu bolso, e um número desconhecido apareceu na tela. Cogitei não atender, mas por algum acaso, acabei deslizando meu dedo pela tela.

— Só um minuto. — pedi a Daniel e coloquei o telefone em minha orelha. — Asher Garrels, falando.

— Bom dia, senhor Garrels, aqui é do hospital universitário Einstein. — a moça disse, e senti meu coração parar por um instante. — A sua esposa, Angel, teve um mal-estar e se encontra aqui nesse momento.

Naquele instante, eu podia jurar que meu coração havia parado, e só voltei a respirar quando a voz no telefone chamou mais uma vez pelo meu nome.

— O-o quê? — murmurei, um pouco desnorteado.
Minha mulher estava em um hospital e esse pensamento fez com que eu começasse a me mover.

— A sua esposa, Angel Garrels, está no hospital, senhor. — ela disse mais uma vez. — Se puder, venha, por favor.

— E-eu estou indo. — disse, e desliguei o telefone.
O meu peito estava acelerado e eu podia jurar...

— O que houve? — Daniel questionou e o olhei.

— Angel está no hospital. — sussurrei e peguei as chaves do carro em meu bolso.

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora