000

4.8K 334 87
                                    

O sol estava forte, iluminando as ruas tranquilas do Leblon enquanto eu voltava para casa depois de um dia na praia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


O sol estava forte, iluminando as ruas tranquilas do Leblon enquanto eu voltava para casa depois de um dia na praia. Ainda sentia o calor do sol na pele e a brisa fresca do mar me envolvendo. A lembrança da areia nos pés e do cheiro do oceano ainda estava viva em mim, como um momento de paz no meio da correria do dia a dia.

Mas, mesmo com toda essa tranquilidade da praia, não conseguia evitar a agitação ao ver o olhar de algumas pessoas na rua. Todos ainda comentavam sobre o que aconteceu com o meu ex na semana passada. Enquanto eu andava pelas ruas familiares do bairro onde cresci, não conseguia tirar da cabeça as palavras que ele disse e as consequências da minha decisão.

Confesso que não foi a coisa mais esperta que já fiz, mas toda história tem dois lados, né? E ninguém fez questão de ouvir o meu.

Quase chegando na entrada do meu prédio, tive a sensação de que alguém estava me observando. Olhei ao redor e não vi nada de estranho, mas preferi não arriscar e entrei rapidinho no supermercado que tinha ali.

Do outro lado da rua, avistei uma garota com um celular na mão apontado para mim. Odeio esse tipo de pessoas, tenho certeza de que logo à noite já vai ter um vídeo meu nas redes sociais. Tem sido assim durante toda essa semana. Eu entendo que as pessoas queiram explorar toda essa situação, mas podiam respeitar a privacidade das pessoas.

Decidi então ir pegar uma garrafa de suco de laranja para não parecer maluca nem chamar à atenção e retornei o caminho até ao meu apartamento.

Eu nasci e cresci no Leblon, num apartamento ali perto de onde moro atualmente. Agora estava vivendo só, ou quase, já que minha melhor amiga sempre está por lá. Já convidei ela pra se mudar pra lá agora que eu e o Pedro não estamos mais juntos, mas ela sempre diz que gosta de viver com os pais.

Mal cheguei em casa, dei de cara com ela no hall de entrada.

- Você não tá com seu celular? Tentei te ligar um monte de vezes. Tem visita na sala.

- Desculpa, fui à praia e achei melhor deixar o celular em casa, deve estar no quarto. Quem é? - perguntei, fazendo sinal pra sala.

- É tua manager. Parece que tá de bom humor, considerando tudo que tem rolado na tua vida ultimamente.

- Pode pedir pra ela esperar um pouco enquanto eu tomo um banho rápido e troco de roupa?

Ela assentiu e foi falar com Clara, minha manager. Enquanto isso, fui pro meu quarto.

Antes de ir pro banho, peguei meu celular e vi algumas notificações. Várias ligações perdidas da Inês, minha melhor amiga, duas da Clara e algumas mensagens no grupo da família. Carolina queria marcar um encontro lá em casa dela, será que vem outro sobrinho por aí?

Sem nem responder ninguém, guardei o celular e fui tomar minha ducha.

Enquanto a água morna do chuveiro caía sobre meu corpo, deixava minha mente vagar por pensamentos soltos. O som relaxante do vapor se misturava com o ruído abafado dos meus pensamentos, criando um ambiente de calma momentânea.

b u r g u e s i n h a  |  Chico MoedasOnde histórias criam vida. Descubra agora