capítulo 18: Shikamaru

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Shikamaru

— Você não vai.

Observei a minha mãe gritar, como se ela gritasse fosse me impedir de algo.

— Mãe, eu já estou de saída.

Peguei minha carteira e passei por ela, porém, ela puxou o meu braço, me obrigando a olhar em seu rosto.

— Vai, faz igual seu pai e me deixa sozinha. — Minha garganta fechou só em ouvir ela mencionar o meu pai. — É sempre a mesma coisa, eu que sempre estou errada, eu quero sou chata...

— Mãe — a corto — chega, eu só vou ali na loja.

Ela bufou, enquanto apertou meu braço.

— É mais um presente para ela, não é? Ela agora se tornou mais importante que eu? — suspirei fundo, ela vai se lamentar de novo... — eu sou a sua mãe, eu dei a luz a você e você nunca me deu nada, mas para a filha de um assassino.

— CHEGA! — suspirei fundo, buscando o controle, sempre que ela fala na Temari eu perco a cabeça e acabo gritando — você é importante para mim mãe, só que eu gosto da Temari e eu vou estar com ela você apoiando ou não.

Minha mãe ficou calada, apenas me observando. Apesar das palavras serem nulas, seu olhar foi o suficiente para me fazer puxar o braço e sair.

Minha mãe descobriu que eu estava namorando no mesmo dia em que a Temari foi embora, porque ela me viu chorar e eu acabei contando a ela, como ela fez minha vida um inferno, e eu era muito novo, eu omiti para ela que terminamos.

Ela sofria a perda do amor da vida dela, e eu a do meu pai e do afastamento do amor da minha vida.

Não posso dizer que eu estava sofrendo mais, mas ouvir minha mãe falar tanto sobre a minha Temari era uma tortura, ver uma das únicas mulheres da sua vida condenar a outra.

Apesar de tudo, Temari nunca reclamou, nunca disse que não gostava de minha mãe, eu diria que ela foi extremamente compreensiva, ela entendeu o lado da minha mãe de uma forma que eu não consigo.

Não sei se é a convivência, em vê ela todos os dias se lamentando pelo meu falecido pai, jogando em minha cara por quem estou namorando, ou se é porque ela é minha mãe.

Parece até brincadeira, mas não ter compaixão pela própria mãe é mais comum do que se imagina.

Quando você conhece alguém assim, você o corta de sua vida sem receios, mas como cortar alguém que lhe deu a vida?

O que será que a Temari gostaria de ganhar? E se eu lhe desse um vestido? Um sapato? Aí... Procurar presente é um saco, mas só em pensar em seus olhinhos brilhando né agradecendo... Vale a pena.

Eu poderia dar flores, nunca a dei... Bom plano, já sei o que dá. Mas ela gosta de flores? Me perguntei.

Se bem que eu não sabia que ela gostava de ursos... O que eu dou a ela?

Aí, que saco.

Vou dar flores... E já sei, um anel novo!

Passei pela joalheria e peguei um simples com uma pedrinha em forma de coração. Espero que ela goste.

Daqui há dois meses será finalmente o julgamento, e eu poderei ver a minha mulher e quem sabe, finalmente ficar com ela.

.

— O que estava fazendo? Você parece cansada.

Eu perguntei, vendo ela bocejar.

— Estava fazendo uma redação sobre direitos humanos.

meu tormento diário  Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ