capítulo 19: sumiço

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— Você tem certeza?

Minha mãe estava arrumando as suas malas.

— Agora que eu sei que seu pai é inocente, meus filhos estão grandes e sabem se virar, eu quero realizar o último desejo de seu pai.

A olhei sem entender.

— Que desejo?

Perguntei. Havíamos acabado de chegar de viagem e minha mãe quer fazer outra sozinha.

— Conhecer o mundo.

Ela sorriu, um sorriso que não via em seu rosto desde que meu pai veio a óbito.

— Eu nem me formei ainda... Não pode esperar?

Ela sorriu, veio até mim e beijou a minha testa.

— Você me avisa que eu estarei aqui.

E eu tive que me despedir da minha mãe.

Ela foi, igual um pássaro voar para longe, e é incrível como um passarinho livre é mais feliz.

Minha mãe decidiu que iria fechar a nossa casa e me deu um apartamento, segundo ela, a casa era grande apenas para mim, e meus irmãos já tem seus apartamentos, mas ela disse que seria incapaz de vender o nosso lar.

Então eu tive que me despedir de minha casa grande e bonita para morar em um apartamento.

Ele não era tão pequeno, mas era simples, com 2 quartos, uma sala, uma cozinha, um banheiro e uma sacada. A vista daqui é bonita.

Desde que voltei de viagem, eu não falei com o Shikamaru, justamente por causa da correria de guardar as coisas. Mãe decidiu tudo em cima da hora, que eu mal tive tempo de me despedir da minha casa e de expressar a minha opinião sobre me mudar.

Mas sinto que agora é um recomeço, um recomeço onde estarei podendo focar apenas em mim.

— Só se preocupe com os estudos, que eu ainda estarei pagando por todas as suas despesas.

Ela me abraçou forte.

— Qualquer coisa, me mande mensagem.

Ela massageou meu cabelo.

— Obrigada, eu tenho muita sorte em ter filhos incríveis, — ela abraçou meus irmãos — e obrigada Temari por nunca desistir de mim.

Meus olhos se inundaram, falando desse jeito parece que nunca a verei.

— Eu jamais desistiria da minha mãe.

E eu a vi partir, com um sorriso no rosto e o olhar com vida.

— Ela não vai morrer, ela só vai viver.

Recebi um tapa na cabeça.

— Aí!

— Quando você morava com a gente não era assim emocional, chorona, só foi começar a namorar.

Encarei Kankuro com ódio.

— E você aí, com os olhos vermelhos parecendo que fumou.

Olhei para o Gaara, que estava de costas para a gente.

— Eles crescem tão rápido.

Fiquei confusa.

— Está falando do que?

Kankuro perguntou. Ele se virou, com lágrimas nos olhos.

— Ver a mamãe bem... E vocês grandes, é emocionante.

— Eu sou o mais velho.

Kankuro disse. Gaara colocou uma de suas mãos sobre meu ombro, e Kankuro sobre o dele e o meu , e ficamos assim, um olhando pro outro, com lágrimas nos olhos, até que os dois se aproximaram de mim, que não conseguia mais ver nada devido as lágrimas.

meu tormento diário  Onde histórias criam vida. Descubra agora