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A mãe de Seonghwa faleceu quando o ômega tinha apenas doze anos. Ele não sabia lidar com a dor de perder a pessoa mais importante para si. O ômega não entendia o porquê de uma pessoa boa como sua mãe tinha que partir desse mundo. A senhora Park era uma mulher gentil e uma ótima mãe. A ômega era sempre zelosa e atenciosa com o marido e o filho. Muitas pessoas a admiravam por ser esposa de um homem conhecido e mesmo assim manter a simplicidade. Essa que conquistou seu marido.

Huyu não tinha controle sobre a própria dor, não sabia como ajudar o filho que havia acabado de perder a mãe. Seonghwa teve que ficar aos cuidados dos funcionários da casa. O ômega se sentia abandonado. No entanto, toda vez que ouvia seu pai chorar por causa do rompimento do vínculo, sentia mais empatia pelo homem que perdeu sua amada.

Seonghwa se fechou para o mundo. Ele começou a faltar na escola, já não conversava com as pessoas e parecia ter perdido o interesse em tudo. O pequeno ômega ficava sempre em seu quarto, implorando aos lobos para trazerem sua mãe de volta. Seu pai via aquilo como parte do luto do filho.

(...)

Dias chuvosos o lembravam de sua mãe. Ela sempre gostou de dias com muita água e de flores. O ômega antes se perguntava se seu pai também a visitava, mas a resposta estava ali, nas flores presentes ao lado das suas. Talvez o alfa também soubesse sobre os temporais de chuva.

Seonghwa sempre a visitava quando queria. Ele contava sobre como as coisas estavam indo, sobre as aulas, sobre seus amigos. O ômega também fazia perguntas, mesmo que a resposta não viesse, ele não se importava. Era assim desde criança e sua mãe sempre o ouvia.

Agora ele sabia como lidar com a ausência da mãe, diferente daquele pequeno ômega que teve que enfrentar grandes emoções ainda muito novo. Ainda era doloroso, claro que era. Sua mãe era uma parte de si, sempre seria. Lembrou do episódio onde decidiu dar o primeiro passo para seguir em frente.

Em um encontro das famílias, organizado pelos Jung, Seonghwa estava presente para acompanhar seu pai. Ele não tinha vontade alguma de estar ali. As pessoas sempre o paravam para comentar sobre sua mãe. O ômega estava cansado daquilo. E havia outra coisa o incomodando. Ele estava lá também.

Na hora do jantar, como estava sem fome e queria evitar as pessoas, correu para a varanda da mansão. Seonghwa sentou nas escadas e ficou observando as flores do jardim e a fonte que ali havia. Sentia falta de sua mãe. Ela partiu há algumas semanas, mas ainda sentia a dor como se fosse o primeiro dia.

Absorto em seus pensamentos, não percebeu quando a lágrima desceu pela sua bochecha. Queria chorar mais do que nunca, mas sabia que era inútil, assim como foi inútil em todos os outros dias. Ouviu passos vindos da entrada, estava escuro, mas foi possível ver Kim Hongjoong andando em sua direção.

- Não é a melhor hora para me insultar, Kim. - disse ríspido para o alfa ainda em pé. Ignorando seu aviso, Hongjoong sentou ao seu lado.

- Eu vim na paz, juro. - respondeu. Seonghwa ficou calado. O alfa observou o ômega limpar a bochecha.

- Você sabe que ela não iria gostar de vê-lo assim, né? - comentou Hongjoong.

- Não consigo evitar...- Seonghwa responde já querendo chorar de novo.

- Eu sei que ainda é recente e você tem todo o direito de viver seu luto. Mas você não vai viver assim para sempre, né? Então por que não tenta seguir em frente?

- Não acho que consigo...- o ômega fungou baixinho.

- Você nem tentou, como sabe? Você pode viver sua dor todos os dias, mas o que você não pode é deixar de viver. Eu não sei o tamanho da sua dor, mas sei que você é forte e vai superar isso.

Seonghwa permaneceu calado.

- Olha... não queria dizer coisas como ela está em um lugar melhor, mas de uma coisa tenho certeza, ela está te vendo de onde estiver e quer que você seja feliz.

- Você acha que estou a decepcionando? - murmura o ômega.

- Não acho, Park. Ela conhece você. Sabe que não vai desistir dos seus sonhos.

- Não sei mais se quero ser o que sempre quis...- comenta.

- Ouvi dizer que você quer ser médico. Quem sabe você salve muitas outras mães como a sua. - Hongjoong fala agora olhando o ômega de lado.

Seonghwa ficou pensativo com as falas do mais velho. As pessoas só diziam condolências, nenhuma lhe ajudava. Nunca esperou ouvir o que precisava do irritante Kim Hongjoong.

- Você fala igual um adulto, Kim. - diz por fim.

Hongjoong ri baixinho.

- Desculpa, eu não sabia como te ajudar.

- Foi melhor do que qualquer coisa que ouvi nesses meses. Obrigado. - Seonghwa olha para o alfa e sorrir fraco com os lábios. O ômega estava vermelho pelo choro recente, era possível notar seus olhos cansados.

Hongjoong suspira e encara a fonte.

- Não sei quando vou vê-lo novamente. Sei que me odeia, mas espero que me entenda um dia. - Seonghwa não compreendia o que o mais velho queria dizer.

Hongjoong volta a encarar o ômega. Inesperadamente se aproxima e o perscruta mais de perto. Fecha os olhos e deixa um selar na testa do mais novo.

- Até. - Hongjoong se levanta e saí rumo a entrada. Sumindo logo depois.

Seonghwa ficou confuso, mas não foi atrás do alfa.

Ele só voltou a ver Hongjoong quatro anos depois.

Ele só voltou a ver Hongjoong quatro anos depois

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alguém tbm quer um Kim Hongjoong pra vida?? :((

vamos começar uma fase da fic que aborda alguns assuntos delicados oq me deixa um pouco insegura :( mas vou avisar

to em viagem mas conseguindo conciliar as att AMÉM

obrigada por acompanhar! 🤧

Aᴍᴏᴜʀ: ɪɴᴛᴇɴᴅᴇᴅ | seongjoong • ABOWhere stories live. Discover now