Deixa

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As luzes de néon vermelhas piscando acima da porta proclamavam esta sala uma zona fantasma, uma das muitas salas de fuga temáticas que eles tinham a oferecer no local que sediou o encontro individual de hoje. Seguindo as instruções de Isabel, para manter seu favorito feliz, Talles estava no encontro individual de hoje.

Gizelly e Talles receberam uma lanterna e foram mandados para dentro. Estava escuro, a sala mal iluminada por duas lanternas elétricas montadas em paredes opostas. O tema parecia ser uma mansão mal-assombrada, com paredes decoradas com papel de parede descascado e cortinas pesadas, o espaço cheio de objetos antigos, como uma máquina de escrever sobre uma mesa de tampo móvel, um gramofone, um sofá vitoriano empilhado sob uma dúzia de assustadoras bonecas de porcelana (algumas com olhos faltando) e um guarda-roupa velho e enorme no canto.

Talles aproveitou a oportunidade para pegar Gizelly pela mão, fingindo acompanhá-la. A porta se fechou atrás deles e uma voz no interfone lhes disse que os 60 minutos começavam agora. Um grande relógio digital no canto começou a contagem regressiva. Os dois conversaram e brincaram enquanto vagavam pelo espaço, Talles se mantendo perto e encontrando todas as desculpas para tocar Gizelly no ombro, no braço ou na parte inferior das costas.

Gizelly puxou as cortinas para revelar estantes altas. Talles girou a manivela do gramofone, que produziu um pequeno clipe musical que Gizelly identificou como Cavalgada das Valquírias, levando-a a tirar das estantes uma biografia de Richard Wagner, dentro da qual descobriram um pedaço de papel com uma matemática. problema. Mais três pistas depois, eles estavam pescando uma pequena chave no interior de uma assustadora boneca de porcelana. A chave destrancou o guarda-roupa, mas apenas uma das portas se abriu.

Gizelly espiou dentro, iluminando o interior com a lanterna.

— Acho que há algo no outro extremo. — Ela passou a lanterna para o companheiro e subiu até o fundo para ver melhor. — Há um painel aqui atrás com um buraco no meio. Tem a forma de um diamante.

— Acho que havia um lápis de formato estranho na mesa lá atrás. — Talles afastou-se e voltou num momento com o objeto. — Aqui, isso cabe?

Gizelly pegou o lápis e inseriu-o no painel. Encaixou perfeitamente. Ela empurrou ainda mais. Houve um clique audível.

— Nada está acontecendo. — Ela tentou torcer o lápis e empurrar o painel, mas nada aconteceu. — Ei, você se lembra daquele botão em forma de estrela embaixo da mesa que não fazia nada? E se empurrássemos ao mesmo tempo?

— Ok, fique quieta. — Talles foi até a mesa. — Pronta? Em três. Um, dois, três.

Gizelly empurrou o lápis ao mesmo tempo que Tales apertou o botão estrela. Houve aquele clique audível novamente, desta vez seguido por um rangido suave, depois um baque repentino e pesado quando a única porta aberta do guarda-roupa se fechou atrás dela. Ela ouviu Talles gritar de surpresa.

Gizelly se viu sozinha no escuro. À medida que o choque inicial diminuía, ela se viu consciente das quatro paredes que a cercavam, ao seu redor, encaixotando, enjaulando, prendendo... Seu batimento cardíaco catapultou-se para um ritmo selvagem, como uma bateria de heavy metal.

Ela estendeu a mão, empurrando as portas. Elas não se mexeram.

— Gizelly? — Ela ouviu a voz de Tales lá fora. — Você está bem? — Houve um barulho estridente, como se ele estivesse puxando as portas pelo lado de fora.

— Sim. — A voz dela soava estranha aos seus próprios ouvidos, mas talvez fosse apenas a reverberação das paredes. — Eu só... eu não sou muito boa com espaços fechados.

— Ah, tudo bem. — disse Talles casualmente. — Bem, não se preocupe, vamos tirar você daqui.

— Não, Talles. Eu realmente não sou boa com espaços fechados.

Amor em tela prateadaWhere stories live. Discover now