Jeju - Parte 3

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Na Hyewon era a última pessoa que Huiju queria ver na vida. Aquela mulher conseguia despertar em Huiju os piores sentimentos do mundo.

O estômago de Huiju revirou, vendo a forma descarada com que ela olhava para Taeho. A mulher, sorria abertamente para o homem a sua frente, como se quisesse revelar alguma intimidade especial.

Taeho sentiu a garganta secar. Na Hyewon era sua amiga, mas ultimamente, ele não estava muito disposto a lhe dar com suas tramas políticas para a vitória na próxima eleição. A mulher nunca estava satisfeita. Sempre estava em busca de mais poder.

- Deputada Hyewon... - Taeho fez uma breve reverência.

- Taeho, que alegria encontrar um velho amigo por aqui.

Taeho apresentou Na Hyewon aos presentes e perguntou se ela queria se sentar com eles. Hyewon recusou, disse que estava acompanhada de outra comitiva e que já haviam terminado de jantar.

- Então, apenas faça-nos companhia, Deputada. - Disse o empresário de Cingapura.

- Certo, irei aceitar!

Huiju achou que teria indigestão.

Há mais de três anos ela se regozijava por não precisar mais sentar na mesma mesa que aquela mulher, mas lá estava Hyewon de volta ao seu círculo de convívio. O ar naquele lugar ficou estranhamente tóxico.

...

Na Hyewon agia com o mesmo cinismo que sempre caracterizou sua personalidade. Ela seguia cheia de elogios falsos com os poderosos e não parava de se dirigir a Taeho com intimidade.

Huiju resolveu que não iria se importar. Durante anos ela treinou a si mesma para ignorar a relação de Hyewon e Taeho, seja lá o que eles tinham juntos.

Então, ela dirigiu sua atenção para Enrico. Ao menos, o galante italiano era divertido e a faria pensar em outras coisas.

...

Na Hyewon precisava dar a cartada final para definir que Taeho era seu território particular. Ela se virou para os presentes na mesa e fez um biquinho tímido.

- Senhores, vocês acreditam que até hoje Han Taeho me deve uma dança?

Os homens na mesa balançaram a cabeça incrédulos.

Taeho encarou Hyewon de cara fechada. "O que ela está planejando?" Ele pensou.

- Vamos, Taeho, seja um cavalheiro e chame a senhora Hyewon para dançar. - Disse o magnata sul coreano.

Hyewon se pôs de pé, não dando qualquer alternativa para Taeho se recusar.

- Taeho, você me deve essa dança. Você me prometeu. - Hyewon estendeu o braço.

Taeho queria negar aquilo, dizer que não havia prometido nada, deixando-a lá, lidando com a vergonha de seu próprio ato. Mas, ele sentiu o peso de uma divida antiga com aquela mulher. Afinal, ela o havia ajudado quando ele mais precisou. Quando era apenas um prisioneiro, acusado injustamente. Hoje, ele sabia que a ajuda dela era para ganho pessoal, Na Hyewon nunca socorreria alguém por puro altruísmo.

Taeho olhou para Huiju. Ele queria falar algo para ela. Dizer que iria aceitar aquela dança por educação. Nada mais. Mas, Huiju não olhou para ele. Seguia rígida, olhando para frente, ignorando-o.

Enrico sentiu uma estranha tensão no ar. O italiano era experiente em relacionamentos e já tinha presenciado esse tipo de drama.

- Então, vamos todos dançar. - Enrico falou. - Huiju e eu também vamos. Concorda, princesa?

Enrico estendeu a mão e Huiju a pegou.

- Claro! Eu adoro dançar com você. - Ela disse, levantando-se do lugar e caminhando para a pista de dança.

Contrariado de todas as formas e amargurado pelas circunstâncias, Taeho também levou Hyewon para dançar.

Hyewon tentou parecer íntima nos braços de Taeho. Mas, o homem estava rígido, desconfortável e irritado.

- Você pode ao menos disfarçar. - Ela pediu.

- Disfarçar o que? - Ele perguntou.

- Que está apreciando a dança.

- Não estou apreciando. Não sei porquê você inventou tudo isso.

- Você sabe sim! Na última vez que conversamos, você disse que iria me ajudar. Que iria mostrar que nossa amizade era próxima...

- E para isso precisamos dançar, por acaso? - Ele perguntou irritado.

- A dança expressa intimidade, meu querido. Olha para a pequena Huiju, olha como o Enrico dança coladinho nela. O homem está realmente interessado na princesinha dos Kangs. Pena que a bobinha parece ainda te amar...

- Pare de falar essas coisas, ou irei terminar com a dança. - Ele a ameaçou. - Nunca mais fale assim de Huiju.

Taeho olhou de novo para onde Huiju estava dançando. Algo estava acontecendo, pois Enrico parou de dançar e a protegeu entre seus braços. Huiju abaixou a cabeça e Taeho não pode ver o que se passava com seu rosto. Ele ficou tenso. Preocupado.

- Pare de olhar para eles e preste atenção em nós... - Hyewon reclamou.

- Hyewon, por favor, me deixe em paz. - Ele disse.

Na Hyewon percebeu o olhar de preocupação e carinho que Taeho havia dirigido a Huiju. Logo uma suspeita surgiu em sua mente.

- Você está gostando dela? Meu Deus! Você está atraído por ela... Não posso crer.

Taeho parou de dançar.

- Não se intrometa em minha vida. Eu nunca me intrometi em suas decisões. Nossa limite está bem definido. Somos amigos, unidos apenas por um passado obscuro e trágico.

Taeho voltou a olhar para onde Huiju estava, mas ela e Enrico haviam saído. Ele olhou para a mesa de jantar, mas eles não estavam mais lá.

O coração de Taeho acelerou. "Para onde eles foram?".

- Se está procurando por eles, acho que saíram juntos por ali. Você não vai atrapalhar os pombinhos, não é?

Taeho fechou a cara. Na Hyewon parecia se tornar uma mulher cada vez pior. Cada vez mais irônica e fria.

- Até mais, Hyewon. - Taeho a deixou lá, plantada no meio do salão. Agora, seu único pensamento estava em encontrar Huiju.

...

O Herdeiro Impossível - Fall in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora