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"Algumas pessoas são capazes de fazer qualquer coisa para terem aquilo que tanto desejam."

Essa é a mais pura verdade, e não posso negar que me encaixo perfeitamente nesta frase, assim como levo a sério até demais. Se eu parasse para contar tudo o que já cheguei a fazer durante minha adolescência e no início da fase adulta para conseguir a atenção de um garoto, o foco dessa história mudaria e deixaria de explicar como vim parar aqui, dentro de um hospital particular bastante importante onde moro.

Não, eu não estou doente. Também não vim para ser atendido. Para falar a verdade, meu objetivo ao entrar neste hospital é simples: transar com o homem mais gostoso que já conheci na face da Terra. Não o conhece? Pois deixe-me apresentar:

Vegas é um médico bem conhecido por ser impecável e um destaque em seu trabalho, mesmo sendo tão jovem ainda. Ter 28 anos e se destacar dessa forma não é para qualquer um, e eu sei muito bem disso. Não só seu talento atrai a atenção do público, mas principalmente sua beleza de outro mundo.

Esse é o principal motivo de eu estar aqui agora.

Desde que estudamos na mesma faculdade, não consigo tirar os olhos dele. Depois que acabei flagrando-o sem camisa — admito não me lembrar do contexto da situação, somente do conteúdo —, só me fez gostar cada vez mais dele.

Gostar no sentido de querer transar com ele, no momento. Se tal sentimento fosse mudar, nem eu sabia na época. Mas o que eu queria e faria de tudo para ter agora era uma boa e inesquecível transa com ele.

E aqui estou eu, andando pelos corredores disfarçadamente e fazendo de tudo para que ninguém note que eu não deveria estar aqui dentro. Alguns enfermeiros chegam a olhar para mim ao cruzar comigo no caminho, mas não dão a mínima. De certa forma, agradeço pela falta de interesse em saber o que alguém faz perambulando nessa área.

Enfermeiros, amo vocês! Continuem assim até eu sair daqui mancando, por favor.

Bom, pelo menos já vou estar no hospital caso a transa seja tão intensa assim. Cadeira de rodas é o que tem de sobra nesse lugar, e não faria falta se uma acabasse desaparecendo milagrosamente.

Eu sei muito bem onde fica a sala de Vegas, e não me pergunte como. Não posso revelar meus truques a qualquer pessoa. Portanto, vamos dizer que apenas soube por palpite, pode ser?

A porta está entreaberta, e consigo vê-lo de costas olhando para a janela com uma caneca de café nas mãos. Esse é o momento certo para aproveitar sua distração e entrar.

Olho para os lados atentamente antes de caminhar até a sala e fechar a porta de forma silenciosa, para não chamar a atenção nem do lindo e gostoso dono dela. Quero que se vire e note minha presença quando estiver trancado comigo e não puder sair até que me dê o que quero.

Não acho que ele vá recusar essa incrível e tentadora oferta.

Por isso, giro com certa força a chave e seguro-a atrás do meu corpo. O som da tranca é alto o suficiente para chamar a atenção do homem que até então estava distraído. Ao me encarar pela primeira vez, ele une as sobrancelhas e me olha de cima a baixo. Parece confuso, mas não o julgo — qualquer um estaria dessa forma nesta situação.

— Você... tem hora marcada comigo? — Ele caminha até seu computador para possivelmente checar a lista de próximas consultas, mas obviamente não há nada marcado para esse horário. Isso fica evidente quando franze mais o cenho. — Como se chama?

— Ah, Vee... Como pôde se esquecer tão fácil de mim?

Acho que minha voz foi a única coisa capaz de fazê-lo lembrar, pois arregala os olhos e passa a me observar de forma diferente.

THE (NOT) PATIENT || VEGASPETE [+18]Where stories live. Discover now