Embora fosse muito pequeno, tinha memórias vivas daquela época.
a própria prateleira na biblioteca da mãe, contendo os livros infantis que aprendeu a amar desde que se entendia por gente.
a bíblia sendo lida ao início de cada dia pelos três, sentados à volta da mesa do café da manhã, alimentando o espírito antes da primeira refeição.
seu passatempo favorito era observar a mãe de longe, compenetrada na escrita.
passava boa parte do tempo olhando através da fresta da porta da biblioteca aguardando o momento certo para entrar e se esconder entre duas estantes repletas de livros.
celeste ficava entre a bíblia e o computador, em uma concentração que na opinião do filho deveria ser inquebrável. ou seja, ninguém poderia interromper.
Na opinião de celeste, aquele era o melhor lugar da casa.
ao terminar o capítulo, olhou em volta, deparando-se com a miniatura de gente escondidinha.aproximou-se vagarosamente do filho, o tomando nos braços.
—menino curioso hein?. — a voz melodiosa de celeste era o que deixava mais saudades no filho.
os olhos azuis como o céu, carregavam um brilho sublime Na visão de diego.
o menininho sorriu, mostrando a janelinha de um dos dentinhos ausentes do lado esquerdo, na parte superior da boquinha.
—a mamãe vai morder essa bochecha!. — ameaçou celeste.
o pequeno diego de 5 anos, cobriu o rostinho, tornando evidentes apenas as covinhas do queixo.
era semelhante a mãe da cabeça aos pés.
as covinhas, o sorriso, as iris azuladas e o emaranhado de cachos negros.
—acho que se um dia o mundo acabasse, vocês dois se esconderiam aqui dentro. — adentrando o recinto, pietro aproximou-se da esposa e do filho.
—é o primeiro filho que se parece com a mãe física e na personalidade, dá para ver a participação que você teve. — sorrindo,, celeste brincou.
—a, mas eu não acho ruim não, é bom que ele pareça com você.
...
era difícil para diego lembrar do pai antes da decadência, da auto-destruição.
celeste não tinha abandonado a família por vontade própria, embora fosse muito pequeno na época, tinha consciência disso.
a medida que o tempo passava, lutava para compreender o pai, ciente de que a morte não era uma escolha, e sim uma consequência da vida.
para pietro até o último momento, não Existiam limites.
tudo era feito aos extremos.
a bebida, o cigarro, as mulheres, as dívidas de jogo.
muitos filhos aproveitariam o estado lastimável do pai para curtir a vida, viver intensamente, até acompanhá-los em alguns momentos.
assim que compreendeu o que se passava com o pai, diego decidiu tomar as rédeas da própria vida, amadurecendo cedo demais.
se não assumisse a editora construída pelos avós com tanto sacrifício ao completar a maioridade, se não continuasse o legado deixado pela mãe, perderiam não só o dinheiro, mas a única lembrança viva de celeste.
assumiu a parte patriarcal da família, cuidando até mesmo do pai quando necessário.
cresceu ouvindo que deus poderia ter evitado a morte de sua mãe, ou mesmo que era culpa de celeste.
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Primeiro amor.
SpiritualA grande maioria das jovens cristãs enfrenta uma dificuldade, a espera em deus pelo futuro marido. as incertezas andam lado a lado com a ansiedade, tornando a busca por um amor de romances cristãos árdua. é assim que mayara se encontra. o tempo vai...