Capítulo 3

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Por mais prática que fosse a quimioterapia oral, os efeitos colaterais não eram nem um pouco animadores para diego.

Cansaço, fraqueza, tontura, dor de cabeça, febre, dores (incluindo dor no peito, nas costas, articulações e músculos), dificuldade para dormir e alterações do paladar.

comer era uma atividade quase que insuportável, manter a paciência intacta em certos momentos podia ser mais angustiante ainda.

Aquela tarde prometia um verdadeiro teste de sanidade mental.

se sentia mal, a cabeça doía, estava tonto, ainda que o alívio por não ter febre fosse enorme.

não estava tão mal assim, então não tinha motivos para se estressar.

a situação estava prestes a mudar, quando ouviu o amigo abrindo a porta do quarto.

—pronto para ter sua bela tarde estragada por uma visita indesejada?.

—ah não cid, fala com ele, pergunta o que ele quer depois você vem aqui me contar.

—eu não me reporto a funcionários, então se ponha no seu lugar e vá chamar o seu patrão. — sidney imitou  o tom de voz arrogante de alfredo.

—você tentou dizer a ele que não é funcionário, e sim meu amigo?. —pelo amor de deus cid, até os empregados dessa casa sabem quem você é.

—não, se continuasse lá por mais tempo quebraria a cara dele.

—por que você não vai lá e faz alguma coisa que você faria como por exemplo, xingar a mãe dele?.

—meu grande mentor sempre me disse que isso é feio, que eu preciso aprender a conviver em sociedade, então seguindo seus sábios conselhos acabei não fazendo o que meu coração ruim mandou.

—existem dias cid que nós temos que ser igual davi.

—resolvendo tudo na pedrada, eu sei, mas achei um tanto inconveniente tirar daqui a pontapés uma pessoa que foi amiga da sua mãe. —a não ser, é claro, que você me autorize.

—não, é melhor eu ir lá e resolver isso pessoalmente.

um alerta de preocupação acendeu na mente de sidney.

—pera aí diego, se você tiver muito ruim eu peço para ele voltar outro dia, até arranco ele daqui a pontapés.

—não, eu vou logo resolver isso, até porque para receber ele eu nunca vou estar bem, sem contar que 100% eu não tô há muito tempo.

os três empregados trafegavam pela casa em um silêncio ensurdecedor, a presença de alfredo era intimidadora.

a forma como Desprezava seus funcionários provocou em diego um desconforto que podia ser tocado.

alfredo não fazia a menor questão de ser gentil com as pessoas olhando todos de cima a baixo.

—eu espero não estar incomodando você, quer dizer, não deve estar bem, já que saiu da minha festa ontem sem falar comigo. —acabei ficando preocupado, vai acreditar se disser que quase não dormi?. — a falsidade emanava de seus poros, queria usar o poder persuasivo em nome de seus próprios interesses.

o que mais incomodava diego não era a doença, era bem maduro referente a isso.

o que lhe trazia em cômodo era justamente os olhares de pena e quando subestimavam sua inteligência, pensando que estava louco para ter alguém ao lado na hora de morrer.

sentiu vontade de voar no pescoço daquele homem, conteve-se em nome do resto de respeito que nutria por ele.

—hipocrisia do caramba!. — sidney  pensou, fulminando o homem com os olhos.

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