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Cedo para perguntar o que estão achando? Lembrem-se que a vagabunda aqui precisa das suas opiniões sinceras <3

Cedo para perguntar o que estão achando? Lembrem-se que a vagabunda aqui precisa das suas opiniões sinceras <3

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HEATHER WILLIAMS

Está frio quando saímos da biblioteca e eu me abraço, querendo me esconder do clima. Jasper está quieto desde que guardei o meu material e nos despedimos do gentil balconista. Gostei do lugar, é quieto, parado. Parece estar avulso do resto do mundo, apesar de sua localização ser bem próxima do centro da cidade.

— Pensei que estaríamos livres hoje mesmo — penso alto, cerrando os dentes. O loiro me passa o capacete sem me olhar e monta em sua moto potente.

— Só mais um dia não é nada.

Espero pela sua ajuda e ele estala a língua, afivelando meu capacete com mais grosseria do que da primeira vez. Levanto a viseira e o encaro com a visão periférica restringida.

— Talvez, se você não fosse tão perfeccionista, não teríamos ficado meia hora tentando decidir como fazer uma maldita capa.

— Pensei que eu fosse controlador.

— Dá no mesmo.

Ele aperta os olhos, irritado. Fez essa mesma pose quando estávamos discutindo onde colocar a droga do cabeçalho na última hora. O trabalho está praticamente feito, faltando a conclusão, capa e índice, talvez até coloquemos algumas imagens. Não vamos demorar tanto para acabar. Mais um encontro e já era.

Não que isso aqui seja um encontro, é só que... ah, dane-se.

— Jesus Cristo, como você é implicante. Já decidimos que faremos do seu jeito, vê se supera esse assunto.

— Eu tenho que superar? Você é quem está fazendo bico por causa dessa idiotice!

— Idiotice... Garota, eu vou te deixar aqui se continuar me perturbando — ele estreita os olhos na minha direção.

— Fala como se fosse difícil perturbá-lo, Vossa Graça da Perfeição!

Ele liga a moto e avança um meio metro para sair da vaga. Entro na sua frente. Devo estar ridícula com esse capacete grande e a mochila nas costas. Me sinto uma tartaruga ninja.

— Para de brincadeira — reclamo. — Eu não vou saber como voltar pra casa se você sair. Meu celular morreu.

— Quem que disse que estou brincando? — ele vira o acelerador para me provocar, sem sair do lugar. — Vai ficar na frente? Terei de passar por cima da senhorita?

— Você não é louco de me atropelar.

Palavras erradas.

A luz sobre nós vem de alguns postes na calçada e é o suficiente para me permitir enxergar o brilho nascendo em seus olhos cinzentos.

LIKE A DEMONWhere stories live. Discover now