Capítulo 07

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Era noite quando Sophie acordou com um barulho no corredor. Ela olhou um pouco atordoada, tentando compreender o que acontecia com o sono estando presente em sua mente. Paul dormia ao seu lado após o medicamento dado pelo médico da família, mas ela notou as pálpebras dele tremendo como se também estivesse despertando ou sonhando.

Quando o barulho se aproximou da porta, ela deitou-se novamente e fingiu dormir enquanto reconhecia os passos pesados.

Um intruso.

Controlando a respiração para o momento certo, a jovem esperou até que pudesse levantar-se da cama em um ataque surpresa contra quem estava dentro do quarto. Um chute forte da garota na lâmina fez com que voasse para longe, antes de receber um golpe no canto da têmpora que lhe tirou do eixo.

Pontos pretos estavam na visão da garota, que foi rastejando até debaixo da cama enquanto o guerreiro ia atrás da lâmina, ela conseguiu alcançar a dagacris que lhe fora dada pela governanta. Os anos de luta foram úteis para o momento, e mesmo sem armadura, ela usou o fato de que o intruso estava usando uma armadura para dar um chute no peito fazendo com que caísse para trás com o peso do ato inesperado, de modo que conseguiu sentar em cima dos seus ombros antes de passar a faca na garganta.

O sangue diferenciado de um ser humano normal provava que ele era um Harkonnen, e que outros estavam no palácio.

— Paul! Paul! Acorde! — ela sacudiu o marido mas ele estava zonzo, como se estivesse sob efeitos de entorpecentes. Sophie analisou o copo de água que estava ali, e que Paul tinha usado para tomar o remédio.

Tudo era um plano.

— Merda! — ela resmungou pegando as espadas que seu irmão tinha dado, além de colocar a dagacris presa em sua coxa dentro da calça por precaução. Com dificuldade, ela levantou Paul que resmungava — PAUL! PRECISO DE VOCÊ ACORDADO, AGORA!

A Voz trouxe o jovem de volta em um solavanco, mas a substância era tão forte que mesmo assim, ela não conseguia erguê-lo direito e Paul voltou a dormir. Sophie sabia que não adiantava gritar por ajuda, chamaria a atenção de quem pudesse estar ali, inimigo ou amigo.

Com dificuldade por parecer pesar mais do que demonstrava, ela conseguiu carregá-lo por um tempo até que sentiu uma pancada atrás da sua cabeça, fazendo-a desmaiar indo de encontro ao chão.

A última coisa que ela tentou antes de perder a consciência foi segurar a mão do Atreides.

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— Vamos deixá-los no deserto. O verme se encarregará deles.

— E por que não cortamos a garganta deles?

As vozes fizeram com que Paul voltasse a consciência por completo e achasse estranho o local que se encontrava. Era uma nave, com Harkonnens no controle além de outro sendo o segurança, sua mãe e esposa amordaçadas.

— Podemos deparar com uma vidente. Podemos dizer que não os matamos.

Sophie estava machucada, com um filete de sangue escorrendo pelo canto do rosto e encarava os homens com raiva. Já Jéssica, fez um sinal ao filho de que o Harkonnen com cicatriz era surdo, demonstrando que estava elaborando algum plano para que saíssem dali.

A nave partiu rumo aos céus e os três puderam ver melhor os ataques que ocorriam. Sophie sabia que os Harkonnens jogavam baixo, mas não imaginavam que eles poderiam ser tão sarnentos ao ponto de atacarem no meio da noite.

— Falta pouco para tudo acabar, a casa Asterion já caiu e logo, os Atreides terminarão de cair.

Paul olhou para o homem que soltou a informação, percebendo que Sophie também tinha ouvido, assim como Jéssica. A jovem ficou quieta, de cabeça baixa, mas ele podia sentir que ela estava lutando para não chorar na frente deles.

Long Live - Paul AtreidesOnde histórias criam vida. Descubra agora