Capítulo 08

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O trio não tinha noção das horas dentro da barraca, mas Jéssica dormia um pouco em um canto enquanto Sophie estava abraçada com Paul no outro de vigia. Ela se recusou a dormir, talvez o pico de adrenalina e de raiva fosse o que estava mantendo-a acordada, além dos pensamentos sobre o que iriam fazer no futuro.

— Ficou bem em você — ela notou que Paul colocou o anel no dedo indicador — Duque Paul.

Ele sorriu levemente, sabendo que somente ela poderia aliviar a dor em seu coração no momento. Já que, quando um duque assumia significava que o anterior havia falecido, em casos raros que havia abdicação.

— Você é uma duquesa agora — ele a olhou com corações nos olhos — Minha duquesa.

— Achei que demoraria mais para eu ter esse título — confessou a jovem.

Paul a olhou e disse: — Desculpe aquela hora, eu não queria ter gritado com você. Você tem razão sobre muitas coisas e... você fez me lembrar do meu pai, algo que ele disse para mim antes de sair de Caladan, na verdade falou igual a ele.

— O que ele te disse?

— Um grande homem não procura liderar. Ele é convocado e atende a convocação — Paul disse as exatas palavras que ouviu do homem — Você me perdoa?

— Claro que perdoo você — Sophie deu um leve selinho nele, fazendo ambos sorrir — Vai precisar fazer algo muito ruim para eu não o perdoar, Atreides.

— Não vou fazer nada que não mereça seu perdão — prometeu.

A pequena bolha dos dois foi quebrada com o barulho do lado de fora, que acordou até mesmo Jéssica. Paul deu a água reciclada da barraca, um recurso desenvolvido pelos fremens, a sua mãe que estranhou o gosto.

— Suor e lágrimas?

— Temos que sair daqui — Sophie se levantou e Paul foi atrás, pegando um equipamento que podia afastar a areia.

Na saída da barraca, ele usou o aparelho e viu que saíram de uma pequena duna que tinha se formado durante a noite com os ventos do deserto. Sophie junto com Jéssica saíram em seguida, até que uma pequena nave sobrevoou de modo baixo o grupo e foi pousando alguns metros à frente.

— É Duncan — Paul não escondeu o alívio de ver um velho amigo e saber que ele estava bem.

Caminhando até ele, o trio notou o homem correr na direção deles e o logo os abraçou, aliviado que ao menos estavam bem.

— Milady — Duncan saudou Jéssica e olhou para o Atreides — Paul. Eu sinto muito. Seu pai...

— Nós sabemos — Paul respondeu abaixando a cabeça com pesar.

Duncan se ajoelhou diante do amigo, pegando a mão do mesmo em sinal de respeito e colocando-a em sua testa, dizendo: — Milorde duque.

Foi estranho para o jovem que via o amigo sempre tão brincalhão se dirigir a ele de modo sério. Paul somente colocou a mão no ombro de Duncan, aceitando os sentimentos de condolências, bem como o respeito demonstrado. Ainda de joelhos, Duncan olhou para Sophie e fez o mesmo.

— Milady duquesa.

— Por favor, levante-se — pediu Sophie — Isso não é necessário. Só precisamos que nos tire daqui e nos leve a algum lugar seguro.

— Vamos.

Ao irem em direção e adentrarem na nave, os três não esconderam as feições de surpresa ao notarem que Liet estava ali com Duncan. Sophie também não segurou a língua e seu pensamento acabou saindo pela boca.

Long Live - Paul AtreidesWhere stories live. Discover now