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Giovanna queria ter tempo para remoer o passado, mas o presente gritava para ser vivido. Precisava abrir a mala e tirar os produtos de lá para não esquecê-los no dia seguinte.

Colocou seu código e o cadeado não destravou. Tentou um segundo código e nada. Se jogou na cama com raiva. Primeiro foi Alexandre aparecendo aleatoriamente em seu campo de visão, agora sua mala que não abria. O final da semana prometia ser caótico.

Sem tempo a perder, ligou para um chaveiro conhecido, o senhor já estava acostumado a prestar serviços para ela, que vira e mexe perdia suas chaves. De mãos atadas, só lhe restou tomar um banho para tirar um pouco do cansaço enquanto o esperava.

...

— Obrigada, seu Nelson. O senhor sempre me salvando. — O agradeceu sorrindo após pagar a conta.

— Nunca vai deixar de ser avoada, não é? — Ele riu discretamente.

— Parece que não, a essa altura da vida pouca coisa pode mudar. — Falou resignada.

— Eu vou indo. Vê se anota o código dessa vez! — Piscou o olho para ela e saiu.

Giovanna finalmente abriu a mala e, para sua surpresa, nada do que tinha lá dentro era seu. A mala tinha papéis, estojos, réguas e uma muda de roupas masculinas bem escondidas.

— Essa mala não é minha! — Constatou fechando o objeto. — Era só o que me faltava...

Ela se jogou no sofá com raiva, tudo o que estava dentro da mala era para uso imediato, precisava começar a testar os produtos o quanto antes, a previsão para o início da circulação deles era de 2 meses. Não tinha muito o que fazer senão tentar contato com o dono da mala e torcer para que a sua estivesse com ele.

Giovanna procurou pela tag e, sem demoras, conseguiu identificar o dono da bagagem. Alexandre N. B. e Silva. Logo abaixo estava seu número de contato. Suspirou com a coincidência, dois Alexandres para um único dia era demais.

Em segundos a chamada foi iniciada. A pessoa do outro lado não demorou a entender.

— Alô? — A voz familiar invadiu seus ouvidos.

Não era possível! Que tipo de brincadeira de mal gosto o destino estava querendo pregar nela?

Flashback

— Eu já disse que você não vai, Giovanna. O seu Nero não gosta da sua aproximação com os filhos dele e se você quer saber, eu também não tenho gostado nada disso. — Marta deu um sermão na filha depois dela pedir permissão para ir outra vez para Angra.

— Qual o problema, mãe? Nós três nos damos bem, não vejo mal algum ir com eles.

— O seu Nero pode até ser muito educado, mas é nítido que ele odeia o teu abuso. Ainda mais pra cima do filhinho protegido dele. Você não se envolveu com esse menino, não é, Giovanna? — Ela estreitou os olhos para a filha.

— Claro que não, que ideia! — Riu nervosa lembrando-se das vezes em que um se trancou no quarto do outro para ficarem aos beijos e amassos.

— Pois tire seu cavalo da chuva, deixei uma vez e não vou cometer o mesmo erro.

...

— Toc toc! — Alexandre bateu à porta fazendo graça.

— Oi! — Sorriu amuada.

— Ei, que carinha é essa? Nem parece que vai ficar um final de semana inteiro comigo. — Entrou no quarto dela já os trancando e a agarrando pela cintura.

Como Recuperar el TiempoWhere stories live. Discover now