amigo

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Hellooooww! Talvez vocês queiram me odiar por esse capítulo aqui, mas fiquem em paz, virão piores... mas tudo o que acontece de ruim é pra melhorar. Espero que vocês consigam entender minha bichinha.

ps: guardem o nome desse álbum ali em cima.

XOXO

Nós conseguimos fazer Valentina tomar seu chocolate quente e ir dormir, já passava do meio da tarde e estávamos todos exausto, pelo menos emocionalmente. Eu precisava conversar a sós com Alexandre, mesmo que não tivesse mais o mínimo da minha capacidade mental para usar. Tínhamos uma longa estrada para percorrer. Nada seria simples e tudo isso precisava ser acordado entre nós dois.

— Eu acho melhor a Valentina ficar lá em casa, tem um quarto de hóspedes, nós podemos dar uma reformada, deixar do jeito que ela quiser. — Disse tentando olhar para qualquer lugar, menos para os olhos dele.

— Concordo com você. Não só por isso, mas principalmente porque vocês duas vão precisar desse tempo. Eu sei que ela te ama, Gica, mas agora tudo é diferente. Nós três vamos precisar de tempo para nos acostumarmos com essa virada e, por enquanto, acredito que o melhor a se fazer é poupar a Valen o máximo possível. A vida dela tá sendo arrancada de uma vez só, ela foi tirada da única casa que conheceu como lar sem mais nem menos, o irmão virou pai, a chefe virou mãe... se tá confuso pra gente, imagina pra ela. — Ele suspirou com a cabeça tombada no encosto do sofá.

— Sabe, eu achava que ter o nosso filho comigo seria a chave para me sentir completa, mas agora, agora que eu tenho... — Fiz uma pausa com todo o pesar do meu coração. — Eu perdi 22 anos da vida dela, Alexandre. Eu não estive lá no primeiro dia de aula, na primeira apresentação de ballet, eu não soube do primeiro beijo... parece que meu vazio agora é maior. Não sei explicar. — Confessei com vergonha.

— Ei, meu amor... — Segurou com delicadeza o meu queixo e me remexi impaciente. Não parecia certo estarmos assim. — Nós perdemos muitas coisas, mas podemos construir tantas outras. Isso é só o começo de uma vida inteira, Giovanna. — Tentou me abraçar e eu recuei, me levantei do sofá agoniada.

— Sobre nós dois... — Respirei fundo, precisava ser forte o bastante para dizer as próximas palavras. — Alexandre, nós dois paramos aqui. Pelo menos como casal.

...

Quanto tempo levaria para que as coisas voltassem ao normal? Já havia passado um mês e eu ainda não consegui encontrar o equilíbrio.

Valentina passou dias amuada, não sorria, não brincava, não tinha o mesmo vigor no trabalho e eu, bem... eu não conseguia dormir sem calmante. Não, não era pelo turbilhão de coisas que aconteceram. Era por ele. Meu corpo desaprendeu a viver sem o dele.

Nos falávamos uma vez ou outra, almoçamos juntos aos domingos e tentamos deixar claro para a nossa filha que o que quer tenha acontecido, já havia terminado. Tolice. Nós não tínhamos jeito nem para nos cumprimentar, era sempre embaraçoso.

Estávamos aprendendo a ser uma família.

Valentina ainda não havia buscado o resto de suas coisas na casa do velho, mas aqui sempre teria a sua loja de roupas favorita: meu closet. Não foi difícil passar a conviver todos os dias, mas não era tão natural assim.

Eu sempre tinha a expectativa de que ela iria começar a me chamar de mãe no dia seguinte, mas sempre ficava pro próximo. Doía. E muito.

Fiz o melhor que pude para entender seu lado. Mas hoje não deu.

"Ah, Pao... é estranho, sabe? Eu quis tanto ter a minha mãe na minha vida e agora que eu tenho, é... é a coisa mais esquisita do mundo. Aceitar a Giovanna como mãe significa aceitar o Alexandre como pai e, porra, não dá pra simplesmente virar a chavinha e entender que meu pai não é meu pai e meu irmão não é meu irmão. Não sei o que os dois estão esperando, mas sinto que não chego nem perto das expectativas. Parece que estamos brincando de casinha com esses almoços de domingo. É claro que eu não quero ver o papai... quer dizer, meu avô. Ele disse coisas horríveis sobre a Giovanna... sobre mim também. Eu só me sinto perdida no meio disso tudo"

Como Recuperar el TiempoWhere stories live. Discover now