Capítulo 12

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ATENÇÃO: "CAPÍTULO SENSÍVEL"

As cenas narradas a seguir, podem conter alguns gatilhos, infelizmente são partes da história, porém, se não se sentirem bem, peço por favor que não continuem.

GIZELLY

Estava terminando de trocar de roupa, quando escutei um grito. Olhei para a cama e Sofia continuava dormindo. Sai do meu quarto depressa e abri a porta do quarto de Rafaella sem nem bater. A encontrei chorando alto, e fiquei assustada. A gente tinha acabado de chegar e até então estava tudo bem. O que mudou de uma hora para a outra? Essa era a pergunta que não saía da minha cabeça.

- O que aconteceu, Rafaella? - Ela não conseguia responder, pois chorava muito. Num impulso e sem saber o que fazer, a abracei forte.

- Ele veio aqui. - ela disse entre soluços.

- Ele quem? - eu estava confusa.

- Eu tenho que ir embora. Por favor.

- Você não vai a lugar algum. Respira. Calma. E me diz o que aconteceu. - Eu estava muito preocupada. Rafaella não tava dizendo nada com nada, eu tava mais perdida que ela na verdade.

- Ele entrou aqui. - finalmente ela conseguiu respirar fundo e me entregar um pedaço de papel. Me assustei assim que terminei de ler. Como a pessoa conseguiu entrar aqui em casa?

- Como?

- Eu disse que ele é perigoso. Que eu devia ter ido embora com a Sofia. Mas ninguém me escutou. Principalmente você. - ela levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro.

- Se você tivesse ido, ele provavelmente já as teria pego. Meu Deus, Rafaella! Pensa. Eu acho que a gente tem que ligar para a polícia. - digo. Ela parou e me encarou.

- Não adianta. Ele tem homens infiltrados lá também. Droga. Porque eu não fui embora?! - acho que Rafaella ama se culpar. Só isso explica essa mania insuportável dela.

- Chega, Rafa. Eu não vou discutir esse assunto com você de novo. Você não vai embora.

- Você não entende... - ela diz limpando suas lágrimas.

- Talvez eu não entenda porque eu não sei de nada. Acho que esse é o momento que você me conta o que realmente está acontecendo.

- Eu não vou contar, Gizelly.

- Rafaella, não é possível que você não veja que eu estou tentando te ajudar. Saber com o que estamos lidando é melhor. E nem pense que eu vou te deixar sair daqui com a Sofia. - falei firme e um silêncio tomou conta do ambiente por um tempo, até que ela se sentou na cama novamente.

- Pensa na sua família, Gizelly. A Vitória está grávida. Todos vocês correm perigo. Seus pais, seus irmãos. Até mesmo a Marcela, se duvidar.

- Rafaella, entenda. Estamos correndo risco, independente se você ficar ou não. E vocês são parte da família agora. Conta, Rafa! Por favor. Quem é o homem que te persegue? - perguntei num último fio de esperança de que ela se abrisse, porém a mesma voltou a chorar. Segurei suas mãos com carinho, tentando lhe passar segurança e a incentivando contar sua história.

- É o pai da Sofia. Na verdade, o monstro que colaborou para a sua concepção. Porque pai, ele nunca foi e nunca será. - ela diz ainda em prantos, era possível notar rancor em suas palavras.

- Por que ele quer vocês de volta?

- Ele quer o lucro que a Sofia pode dar a ele.

- Não estou entendendo. - digo um pouco confusa e ela respira fundo.

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