Capítulo X

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Nas alvoradas que despontam com promessas de renovação, nem sempre as mudanças são suaves brisas; às vezes, são tempestades que desafiam a coragem de recomeçar.

Naquela segunda-feira típica, o despertador tocou cedo na residência dos Oliveiras

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Naquela segunda-feira típica, o despertador tocou cedo na residência dos Oliveiras. Amanda, sempre prestativa, levantou-se antes mesmo do sol nascer. Embora eles tivessem diversos empregados para cuidarem das tarefas domésticas, Amanda tinha preferência em cuidar das refeições do seu marido, pois isso, de algum modo, era algo que ela gostava de fazer. Apesar de tudo, preparar a comida e preparar sua roupa de forma cuidadosa era uma das suas atividades preferidas. Para o dia de hoje, ela escolheu um conjunto impecável feito sob medida, azul escuro, que iria realçar a sua elegância e charme.

Enquanto isso, Daniel despertou com uma energia incomum por um motivo específico: Fausto iria enviar-lhe ainda hoje as informações restantes sobre a Inês e, desse modo, poderia facilmente dar os seus passos. A animação era evidente, uma onda eletrizante percorria seu corpo, ao ponto que ele resolveu surpreender Amanda de um jeito diferente. Com um olhar cheio de desejo, ele a envolveu em seus braços e a paixão se acendeu entre os dois. Amanda, surpresa pela mudança de comportamento do marido, fica momentaneamente confusa, mas logo se entrega na sala de estar ao momento de intimidade. Era a primeira vez que Daniel era carinhoso e a olhava com desejo, como se de fato ela fosse alguém que ele desejava e não um objeto para satisfazer os seus desejos. Então ela aproveitou cada instante, sem ter a mínima noção que enquanto ela se deleitava nos braços do seu marido, ele imaginava que ela fosse a Inês, a mulher que ele desejaria tocar com cuidado, pois uma obra-prima como aquela não merece ser tocada de forma tão indigna.

Após o fim do sexo, Daniel seguiu para a sua higiene matinal e juntou-se à mesa com Amanda para que pudessem tomar o pequeno-almoço. Enquanto se deliciava da refeição, Amanda ainda tentava processar o que acabara de acontecer, perguntando-se sobre a razão por detrás da mudança repentina de atitude de Daniel.

Do lado da cidade, Inês, a mulher que habita nos pensamentos de Daniel, começa o seu dia com um humor neutro. Levantou-se cedo tal como nos outros dias para ir até à universidade, estava com sono em resultado de ter ficado muito tempo acordada mas no entanto não poderia faltar às aulas. Não tinha o hábito de comer pela manhã, então assim que terminou de preparar-se seguiu o caminho até à universidade onde teria um dia cheio de estudos.

Enquanto prestava atenção às aulas, Daniel, no seu escritório, recebia as informações completas sobre Inês no seu e-mail, alimentando ainda mais a sua crescente obsessão por ela. Ao longo do dia, ele planeou procurá-la assim que saísse do trabalho. Amanda, por outro lado, seguia a sua rotina de esposa troféu, mantendo as aparências e dedicando-se às pequenas atividades que exercia para manter a sua mente ocupada, enquanto torcia para dentro de si que Daniel continuasse de bom humor, quem sabe assim falaria com ele sobre o seu desejo de ser mãe antes que o tempo fosse demasiado tarde para si, devido às circunstâncias atuais da sua saúde.

Assim, Daniel saiu do trabalho, uma onda de nervosismo e excitação tomou conta de si enquanto conduzia em direção ao prédio da Inês. Estacionando o veículo, ele ficou um tempo pensativo enquanto estudava que tipo de abordagem seria agradável e coerente naquele momento para falar com ela sem assustá-la. Saiu do veículo, caminhou até ao edifício olhando cada detalhe até chegar no andar da Inês, bateu à porta, e uma mulher que ele deduziu ser a Viviane, baseando-se nas informações recebidas no e-mail, atendeu.

— Boa noite, sou Daniel Oliveira. A Inês está? Se sim, gostaria de falar com ela.

— Mana Inês está, podes entrar. Vou chamá-la.

Viviane deu espaço para que Daniel entrasse na casa, ele foi conduzido até à sala de estar, onde estava o Senhor Lopes, avô da Inês, ele o encarava com um ar curioso. Foi então que ajeitou sua postura e a saudou.

— Boa noite, tu és?

— Daniel Oliveira, senhor...

Antes que pudesse continuar, Viviane voltou até à sala inquieta.

— Vovô sabe onde está a mana Inês?

— Ela saiu, está no terraço. Saiu faz pouco tempo. — Respondeu. — Mas então Daniel, o que tu queres?

— Ele quer falar com a mana Inês.

Viviane respondeu por ele.

— É amigo da Inês? Namorado ou?

— Na verdade, vim ver como ela está, na sexta-feira tivemos um acidente e dei assistência. Passei aqui para ver como ela estava.

A família ficou um tanto quanto espantada, pois Inês não havia mencionado nada sobre o acidente. Com uma expressão de surpresa, o que de imediato fez com que Daniel tirasse a conclusão de que talvez Inês não fosse o tipo de pessoa que compartilhava todos os detalhes sobre a sua vida. Foi-lhe indicado o caminho que levava até ao terraço. Enquanto subia as escadas até ao destino, Daniel sentia uma mistura de antecipação e apreensão. A reação da Inês ditaria como ele iria prosseguir nos próximos dias.

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