Human - Rag'n'Bone Man
Sou apenas ser humano, no fim das contas
Não coloque sua culpa em mimNova York, 12:58h
176 dias até a grande dataEra mais um dia frio em Nova York, e eu observava vento levar as palmeiras para os lados da janela do meu quarto enquanto os funcionários tentavam salvar um pedaço de concreto que ficou com o preto da borracha queimada. O cheiro ainda coçava meu nariz, o fogo se alastrando ainda estava nítido em meus olhos, eu ainda estava presa naquela cena.
Até baterem na porta do meu quarto. Eu apenas dei permissão para que entrassem sem olhar para traz. Logo escuto o barulho de rodas correrem pelo chão, minhas orelhas se atentam e me viro buscando entender a confusão.
Era Luiz, ele estava com luvas brancas tampando suas mãos que deixaram a mala próxima a minha cama. Ele voltou a sua posição formal de um mordomo quando me aproximei com meu cuturno de salto, quebrando o silêncio.
— Pode me dizer o que é isso? — o questionei.
— Alguns pertences da senhora. — me respondeu, brevemente.
Sua voz sutil me deixou ansiosa, eu peguei a mala grande e cinza, colocando em cima do baú que ficava no pé da minha cama.
— O almoço já está servido, Sra.Morelli. — disse, eu engoli seco tirando meus olhos da mala pesada. Não poderia ser roupas.
— Me dê alguns minutos, irei assim que puder. — o dispensei.
Ele saiu do meu quarto e com pressa eu puxei o zíper da mala. Minha mão estava trêmula, eu sentia que era aquilo que eu não estava esperando, senti que era o que era impossível dele fazer.
Eu puxei a parte de cima da mala, e encontrei um vaso branco e azul sujo. Meus dedos correram pelo porcelanato caro, eram cinzas. Eu estava ciente do que isso era, o cheiro da vingança estava em meus dedos quando aproximei para cheirar e ter a certeza que ele havia feito o mesmo que eu.
Ao lado, tinha um pote de joias, ele era feito de madeira e guardava as joias mais preciosas que minha mãe usava. Eram únicas, feitas exclusivamente para a mãe dos filhos do meu pai. Também tinha cinzas, mas por dentro o ouro estava intacto.
Tudo isso eram lembranças fortes, o vaso que minha avó deixou de recordação antes de falecer, as joias, as medalhas que meu irmão ganhou nos campeonatos de futebol na escola. Tudo era significativo, ele soube me atingir em cheio.
Eu fechei a mala engolindo o nó na garganta, enxuguei as pressas as lágrimas que caíam sem meu consentimento. As minhas mãos cheias de anéis correram para cima e para baixo no jeans que tampavam minhas pernas moles na esperança de acalmar o meu coração que gelou.
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Entrevias
Romance𝗗𝗮𝗿𝗸 𝗿𝗼𝗺𝗮𝗻𝗰𝗲 Não era apenas acordo de seis meses, era um homem comprometido a uma mulher desde dos seus dez anos. Não só por uma dívida, mas por mistérios que custavam suas vidas. Como iriam se casar e passar uma vida juntos sem ao meno...