Capítulo 45

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Gong Rong também acenou com a cabeça em concordância ao lado: "Nós criamos esses filhos com tanto esforço, para quê? Não é para esperar que eles possam logo se estabelecer, assim podemos ficar tranquilos."

A mulher colocou a mão na perna de Gong Rong: "Com isso você não precisa se preocupar, você tem sorte, seu filho está prestes a entrar no último ano da faculdade, está quase conseguindo."

Gong Rong sorriu, olhando de relance para Mo Ka, que estava de costas para ela arrumando as coisas: "Sim, quando ele se formar na faculdade, poderei respirar aliviada. Esse menino é muito tímido, mas não me preocupo com ele gostar de homens, ele até gagueja quando fala com mulheres. No futuro, só poderei contar com minhas indicações para ele."

"Ser introvertido é bom, Mo Ka é um garoto obediente, diferente do filho daquela família, que agora é alvo de fofocas em todos os prédios da vizinhança. Eles eram uma boa família, mas veja no que deu."

Mo Ka não ouviu mais nenhuma palavra da conversa. Seu rosto estava um pouco pálido, cada palavra da conversa entre Gong Rong e a mulher o atingia. Ele nem sequer ousava imaginar qual seria a reação de Gong Rong se soubesse sobre ele. Ele era o único filho dela, seu único parente próximo.

A homossexualidade sempre foi vista como uma vergonha, e mesmo que se quisesse ignorar isso, não era possível. É como uma prisão da qual não se pode escapar, não importa onde esteja, mesmo em países mais liberais, ainda há muita oposição à homossexualidade. Ninguém consegue ser indiferente a maldades e feridas, ninguém!

Mo Ka às vezes queria perguntar ao mundo: O que há de errado com os homens?

"Mo Ka?" Gong Rong chamou Mo Ka por trás.

Mo Ka, em seus pensamentos, se virou assustado e, sem pensar, respondeu: "É Cheng Ge!" Assim que disse isso, Mo Ka sentiu um calafrio, ele tinha confessado isso sem querer. Rapidamente, ele fingiu estar pensando e continuou: "É Cheng Ge ao quadrado e depois dividido por um número ímpar."

"O que você está dizendo?" Gong Rong ficou confusa com a resposta de Mo Ka.

"Eu estava pensando em um problema de matemática que vi outro dia, tentando resolver."

A mulher ao lado de Gong Rong sorriu: "Veja como seu filho é dedicado, estudando até agora. Minha filha, assim que começa as férias, vai sair com os amigos, nunca a vejo. Realmente invejo você, irmã Gong."

Quando o filho é elogiado, a mãe fica orgulhosa: "Esse menino é meio bobo, queria que ele arranjasse uma namorada, para não ficar tão recluso."

"Mãe, você me chamou para quê?"

"Você não varreu ali."

"Ah, certo." Mo Ka, nervoso, varreu novamente o lixo que havia deixado passar, sentindo-se inquieto. Ele sabia melhor do que ninguém que isso não poderia ser escondido por muito tempo. Agora, era só ganhar um dia de cada vez.

Durante a pausa, Mo Ka enviou uma mensagem para Cheng Ge:

"O mundo é pequeno demais? Nem mesmo o nosso amor cabe nele. Se um dia todos se opuserem a nós, se nos desprezarem, Cheng Ge, leve-me embora. Vamos para bem longe."

Quando a mensagem estava sendo enviada, Mo Ka se arrependeu. Ele achou que suas palavras tinham sido muito estranhas e quis cancelar o envio, mas era tarde demais. Ele só pôde enviar outra mensagem: "Só estava brincando com você, esqueça o que eu disse."

Não houve resposta. Onde estará Cheng Ge agora? Eles não se comunicaram muito nos últimos dias por estarem muito ocupados.

Mo Ka foi o último a ficar para fechar a loja. Depois de jogar o lixo no beco dos fundos, apagou as luzes e abaixou a porta de enrolar, percebendo que tinha esquecido o guarda-chuva. De qualquer forma, sua casa não era tão longe, então decidiu correr para casa. A chuva caía em gotas pesadas, criando pequenas poças no chão. Depois de trancar a porta, Mo Ka se levantou e, através da chuva, viu Cheng Ge em pé com um guarda-chuva.

The World Is A Bit Sweet - PT / BRWhere stories live. Discover now