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— E o que te fez mudar de ideia nessa? — Miranda novamente quebra o silêncio.

Andreah suspira, esvazia o copo e a Miranda percebe a garota tencionar, ela parece está buscando as palavras certas.

— A primeira vez eu pensei que fosse curiosidade genuína da sua parte, que você também se despertasse sexualmente com pessoas do mesmo sexo. E eu pensei porque não? Quando eu teria outra chance de ficar com você? Nunca! — Andreah sorrir sem jeito — Mas, naquele sábado, quando você desistiu, até então eu pensei que por ser a sua primeira vez, você estaria nervosa e tudo bem, eu até pensei que você se sentiu desconfortável por causa do meu perfil talvez não atraente para você.

— Você está divagando e entrando em uma linha de absurdos. — Miranda fala baixo, ela está desconfortável, entretanto curiosa.

— Eu estou. — Andreah sorrir sem jeito e ela mesma se servem. Miranda agradecer com menear de cabeça. — Só que — Você vai me matar — Andreah parece com medo e Miranda revira os olhos. — No longo da semana e como o seu marido agiu em algumas falas e momentos, eu percebi que esse fetiche não pertence a você, e você deixou bem claro na maneira como me tratou durante a semana... e na sexta-feira eu vim deixar O livro

— E você ouviu minha discussão com ele. — Miranda a interrompe. Andreah balança a cabeça em concordância.

— Eu só não entendo porque mesmo sendo uma coisa que você visivelmente não quer você aceita. — A garota abaixa a cabeça receosa. — Eu não queria fazer parte de uma experiência ruim para você.

Miranda tira os sapatos, dobra as pernas em cima do sofá ficando mais a vontade. Ela beberica.

— No meu último divórcio os paparazzi nos perseguiam muito, mesmo com os seguranças eles davam um jeito, eles sempre conseguiam, a maneira como eles colocavam as acusações do motivo da separação diante das minhas filhas, as perguntas que eles faziam para elas as deixavam muito mal. Na escola elas sofreram muito, eles sempre ficavam nas redondezas. A maneira como eles me colocavam como a culpada de tudo para elas afetou bastante. Por elas serem crianças, eles tinham certeza que elas não saberiam elaborar um motivo apaziguador pelo divorcio e iam falar a verdade. As nossas vidas virou um inferno. Teve um dia que eles nos fecharam, eram muitos flashes, muitas perguntas. Cassidy na tentativa de fugir correu e acabou deitada no asfalto com sangue na cabeça e o braço fraturado. Ainda que o carro conseguiu frear. — A voz da editora está embargada — Eu só estou com medo de colocar as minhas filhas para reviver tudo isso de novo, e com o agravante que elas perderam a avó recentemente.

— Ele sabe disso tudo?

— Acredito que a única pessoa que não sabia nada da minha vida era você, Andreah. — Miranda sorrir — E antes de nos casarmos eu me abri para ele sobre isso.

— Nossa! Então ele é mais cafajeste do que eu imaginava. — Andreah solta sem conseguir controlar.

— Ele só está farto de está com alguém rígida na cama. Ele já tinha tentado outros meios de nos deixar mais íntimos.

— Mas isso não justifica ele usar de sua fraqueza para conseguir o que ele quer. Ele claramente está te manipulando e chantageando, Miranda.

— Eu sei, eu só preciso de um tempo para preparar as meninas, até lá, não custa ceder.

— Por deus, Miranda. Você é a anticristo, é estranho de ouvir você aceitar a fazer algo que claramente não tem vontade.

— Eu não sou anticristo, Andreah. — Miranda gargalha balançando a cabeça em negação.

— Você fica tão linda sorrindo de verdade. — A jovem quase sussurra. Miranda a olha de soslaio balançando a cabeça em negação.

— Eu tenho muitas faces Andreah, e a que todos conhecem é o oposto do que eu realmente sou. — Miranda suspira.

— E quais são as faces de um demônio? — Andreah gargalha do seu próprio comentário — Desculpa Miranda, eu não resisti, acho que já estou bêbada. — A garota se ver com as bochechas vermelhas.

— Você não bebeu suficiente para está bêbada. Eu reconheço uma pessoa quando está. — Miranda responde entre riso.

— Impossível enganar você não é? — Andreah segue sorrindo, Miranda balança a cabeça em concordância.

— Sim, e percebi que você divagou, desconversou e não me disse por que voltou atrás e aceitou o convite novamente.

— Eu não tinha aceitado porque tinha percebido que era algo que você não queria, e voltei atrás porque ele não iria desistir né? — Andreah encara a mulher que ouve atenta — Você até aceitou contratar uma prostituta, acho que eu fiquei com ciúmes. — Andreah abaixa a cabeça envergonhada. — Eu não estou misturando as coisas, Miranda, eu só pensei que seria muito perigoso para você buscar essas coisas, você tem muitos inimigos, se sair da bolha, eles não vão ter pena de você.

— Você sentiu ciúmes do quê? — Miranda arqueia uma das sobrancelhas.

— Que fosse outra a ter a oportunidade de está com você.

— Eu não conseguiria de qualquer maneira. — Miranda suspira.

— Eu sei, mas, já teria outra sabendo...

— Você se preocupa com a minha imagem? — Miranda arqueia uma das sobrancelhas.

— Muito, eu gosto de você, Miranda. — O sorriso melódico denota a timidez da garota. — Você é uma mulher incrível, inspiradora, inteligente, ácida.

— Eu percebo o seu carinho e lealdade por mim — Miranda limpa a garganta — Eu só não imaginava que se estendia ao sexual. — O colo e pescoço da editora começam a ganhar cor.

— Você é muito atraente Miranda, não consegui me limitar apenas na admiração. — A voz da garota sai rouca.

— O que mais te atraiu em mim? — Miranda morde o lábio inferior brincando com a ponta do dedo na boca do copo de bebida.

— Tudo. — Andreah sorrir. — Mas, o seu olhar, ele mexe muito comigo. Principalmente quando você me analisa dos pés a cabeça.

A surpresa no rosto da editora é notada pela jovem que sorrir sem jeito. Em que momento a conversa que começou travada chegou até aqui?

— Tudo é muito. — E meu olhar gélido não é algo que desperte isso.

— Seu olhar é gélido sim, entretanto ele é marcante e ao mesmo tempo em que é frio, ele é intenso, como se escondesse um mar de lava pronta para queimar, o que faz entrar em contradição quando você disse que é rígida na cama.

Miranda não consegue disfarçar que ficou desconcertada com as falas da garota, nunca ninguém falou algo assim para ela. As duas voltam a ficar em silêncio.

— Eu vou ligar para Stephen. — Miranda informa pegando o celular ainda desconcertada.

Andreah apenas balança a cabeça em concordância e assiste a mulher pegar o celular e colocar na orelha. Nas primeiras palavras ao telefone ela começa a se afastar.

— Ele ainda vai demorar, mas pediu que esperasse. — Miranda volta a se sentar. — O voo dele está atrasado. — Miranda revira os olhos e o silêncio volta a se instalar entre elas.

— Poderíamos começar enquanto ele não chega, para você se familiarizar — Andreah morde o lábio inferior sorrido enquanto assiste Miranda semicerrar os olhos — Ele ia gostar de chegar e já ter nós duas peladas o esperando.

— Você está tentando me manipular senhorita Sachs, apenas para me ter? — Miranda arqueia a sobrancelha em uma falsa revolta.

— Sim! — Andreah toma mais um gole e sorrir travessa.

— Eu não sou desenvolta, além do mais... — Miranda pigarreia — eu nunca estivesse com mulher então é melhor esperar ele chegar para nos conduzir.

— Eu também não, mas, a gente pode ir treinando enquanto ele não chega.

Miranda gargalha desacreditada das falas da Andreah, a jovem a acompanha e as duas parecem tão intimas e a vontade uma do lado da outra.

Cair em tentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora