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Mendoza narrando:

Começo a Observar os pequenos peixes laranjas nadarem de um lado para o outro no aquário médio para me acalmar. E estava conseguindo ( não tanto assim). A vida aqui dentro está se tornando um pouco sufocante tendo poucas horas de sono, de alimentação e pouco tempo de banho.

Vejo pelo minha visão periférica o berlim sentar ao meu lado e colocar sua mão direita com pouco de sangue espalhado na frente do aquário.

Um estrondo de porta batendo na parede é ouvida e me viro pelo susto encontrando a Tóquio entrar na sala com suas mãos sujas de sangue.

Tóquio: três tiros. Deram três tiros no estômago. Temos que chamar um médico. A gente não pode fazer nada!.- Berlim se levanta e fica de frente a ela , já eu abaixo minha cabeça e encosto minha testa no vidro do aquário.

Berlim: é hora de ficar de cabeça fria, Tóquio.  Não estou pensando só no moscou. Eu vou ligar pro professor. -

Toquio: o professor não está! Já liguei mil vezes, ele não está no angá. Não sei onde ele está! Temos que chamar a inspetora murillo.-

Berlim: não podemos! Não está no plano isso.- sua voz sai calma e leve.

Tóquio: que plano!? Sabe qual era meu plano? Te matar. Mas agora quem está morrendo é o moscou! O mesmo moscou que é como uma figura paterna da sua mulher! Então não venha me dizer oque está na porra do plano. -

Escuto Berlim se afastar e levanto a cabeça para vê oque ele vai fazer e vejo ele com o telefone no ouvido. Provavelmente esperando alguém atender.

Berlim: quero falar com a inspetora murillo ,por favor.... Coronel, aqui é o fonollosa. Eu gostaria de perguntar oque você está vestindo, mas eu não tenho tempo pra isso. Acabaram de dar três tiros em um dos nossos. Quero um médico aqui e agora.- me levanto e me aproximo para escutar a resposta do coronel.

Coronel: sabe oque eu quero? Que parem de me encher o saco. Vocês tiraram a Silene Oliveira de um furgão e a levaram à casa da moeda de volta. Vocês colocarm explosivos que, graças a Deus,  falharam. Acham mesmo  que estão em posição de pedir alguma coisa?.- bufo irritada só de escutar a voz desse homem.

Berlim: foi um resgate limpo,  vocês que começaram a atirar,coronel. E seria muito bom se ajudassem esse homem....- começo a andar pra lá e pra cá pela sala. - não vamos entregar o nosso homem,coronel.

Mendoza: filhos da puta! Arromabados! .- derrubo algumas coisas da mesa no chão e saio da sala indo para a sala principal ( onde o moscou está até agora).

Moscou: helsique oque você acha?.- escuto sua voz bem baixinho.

Helsique: não é um tiro em perna. A barriga é uma zona ruim, moscou. Muito ruim. Precisar cirurgião. - me ajoelho ao seu lado.

Mendoza: você vai ficar bem, moscou.- seguro sua mão e dou um pequeno sorriso.

Moscou: falem a verdade...quanto tempo nós temos?.- ele fecha os olhos devagar e depois abre.

Helsique: horas. Onze . Doze, treze. Mas, sem médicos , não temos nada.- infelizmente ele está certo.

Moscou: quantas balas me atingiram?.- ele olha pra mim e pergunta.

Respiro fundo e lanço um olhar como uma permissão para Denver e ele confirma com a cabeça.

Mendoza: foram...foram três tiros....-

Moscou: mais que bagunça que deve está aqui em baixo em.- olha pro filho e dá um leve sorriso.

Berlim: moscou..eles não querem mandar uma equipe médica. Mas tem uma ambulância ai fora para leva-lo a um hospital. -

Moscou: então fala pra polícia que eles podem enfiar essa ambulância no cu deles. Porque eu não vou voltar para prisão.  Aquele túnel,  precisa de três golpes para passar pro outro lado. São só dez horas de trabalho.  Vão cavar.-

Mendoza: trabalho perfeito para aqueles reféns metidos a heróis. - sussurro pra mim mesma.

Moscou: e eu carrego de me aguentar.-

Denver: então aguente, papai. Aguenta porque eu vou abrir esse túnel nem que seja a cabeçada. Senhores bamos sair daqui.- me levanto e vou para a sala de reuniões e em sento na cadeira em frente ao telefone vermelho. E logo ele toca.

Professor: houve tiroteio . Oque houve?.- ele fala após eu atender.

Mendoza:o moscou,  ele está parecendo uma peneira. Três tiros. - coço a testa.

Professor: onde?.-

Mendoza: no abdômen. Acho que não acertou o fígado.  Quanto o resto, não sei muito bem.

Professor: e oque você acha?.-

Mendoza: tá foda. Mas ele disse que não quer sair pela ambulância e sim que quer sair pelo túnel em horas.-

Professor: fala pro Berlim que, eu estou com os sérvios aqui. Vamos começar a cavar desse lado. E que eu vou achar o médico ucraniano. De qualquer jeito vocês tem que sair o quanto antes.  Me descobriram, Bianca... e não sei quanto tempo a polícia vai levar até aparecer aqui. -

Mendoza: puta que pariu....quantas aventuras você fez ai fora em? .- rio sarcástica.

Professor: algumas...mas foram necessários, Bianca.- me estico na cadeira ficando com as pernas abertas, costa encostado na cadeira e minha cabeça deitada em cima do encosto.

Mendoza: tenta sair dai por alguns dias...não sei...de verdade não sei oque faria nessa situação....- a ligação termina e eu saio da cadeira e me sento no chão ficando encostada no pé da mesa.

Flashback's com o moscou se passam em minha cabeça.

Flashback:

Moscou: não pense que só porque nos conhecemos a quase seis meses, que você é apenas uma colega de equipe. Mas sim como uma filha que eu sempre quis...que o denver não fique sabendo disso, por favor!.- demos risadas um pro outro.

Mendoza: digo o mesmo...posso te contar algo? Mas é um segredo, tá?..-

Moscou: claro.- ele acende um cigarro e traga.

Mendoza: eu...eu estou grávida de dois meses..e estou com medo de ser uma mãe irresponsável com esse bebê.

Moscou: bom...só de não está se drogando ou bebendo enquanto carrega uma criança na barriga já é uma grande responsabilidade crescendo em si.... mas olha não fique com medo de errar, todo mundo erra e mães de primeira viagem podem errar sim..-

Mendoza: Bianca. - ele me olha confuso.

Moscou: quem é essa?.-

Mendoza: sou eu..me chamo Bianca.- me levanto  e ele também e logo eu abraço ele rapidamente.

Dou boa noite ao mesmo e vou para o meu quarto.

Flashback off

nossa primeira regra era nada de nomes, nada de afetos , nada de relações pessoais.  O professor tinha imaginado um assalto sem afetos. Mas quando via o moscou ali ,sorrindo pra mim, percebi que ele era o mais próximo de um pai que eu jamais tive.

Tóquio: tá rindo do que grandão?.- ajeito a minha blusa para deixar a barriga mais amostra.

Moscou: do que você fez. E do pequeno jogador de futebol que a mendoza carrega.- ele mexe seu polegar lentamente em cima do meu umbigo.

Mendoza: vestida de polícial e tudo..quando vi pensei que estava vindo uma gangue da polícia e a gente dando mole.- nós três rimos da minha fala.

la casa de papel ( Berlim) DmWhere stories live. Discover now