Cap. 15 | Bomba relógio

48 11 13
                                    

- Rick! - Dixon bradou com a besta em mira. - Um vivo à frente, atrás da árvore.

Eu não tirava os olhos do local onde o desconhecido havia surgido, esperava ele aparecer novamente para confirmar a dúvida, não tinha como ser coisa da minha cabeça e do Dixon.

Ele também tinha visto.

E o fato dele estar controlado diante uma situação em que eu estava surtando, me deixava ainda mais nervosa. Não estava vendo o quão poderia ser perigoso? Porque não atiravam logo? Poderiam ser pessoas iguais às do retiro, que matavam sem motivo algum, por pura diversão.

Pela visão periférica, notei Rick, Glenn e T-Dog com as armas em punho.

- Glenn também viu - Rick respondeu - Vocês, pro carro, agora!

Eu sabia que estava incluída no vocês, vulgo despreparados.

- A gente vai morrer. Aí porra, a gente vai morrer. - Murmurei entrando em descontrole.

- Cala a boca, Wales, só obedece - Dixon resmungou avançando para onde os Rick, Glenn e T-Dog estavam. - NÓS VIMOS VOCÊ! SAIA DAÍ AGORA!

A resposta veio em forma de tiro.

Vários tiros.

Não era um cara só.

Senti meu punho se fechar e o ar faltar nos meus pulmões, estávamos sendo atacados por gente viva? Puta merda.

Tentei ir de encontro com os que corriam na direção dos veículos, mas fui impedida por alguns tiros que se não fosse próximo do meu pé, seriam no centro da minha cabeça.

Imediatamente dei meia volta e entrei na floresta. Os tiros zumbiam em meu ouvido como se fossem mosquitos muito determinados a me fazer perder o restante da minha sanidade.

Disparava floresta adentro como se minha vida dependesse disso - e honestamente, estava dependendo. Tendo em vista que quanto mais eu me afastava das pessoas ruins, também me afastava do meu grupo e me aproximava da solidão com os mortos, a dúvida se projetou em meus pensamentos. Melhor morrer por uma bala perdida ou engolida por um morto-vivo?

Era algo a ser pensado.

Eu sabia que precisava continuar, mas não conseguia, estava ofegante. Devia ter me distanciado tanto que não ouvia mais os barulhos de tiros.

Silêncio.

Não por muito tempo.

Segurei a respiração ao ouvir o som de passos se aproximando, cada vez mais próximo. Meu coração começou a bater mais rápido enquanto eu tentava identificar a origem do ruído. Destravei a arma e apontei para onde acreditava que a figura surgiria a qualquer momento.

De repente, o Dixon emergiu entre as árvores e eu nunca agradeci tanto por vê-lo. A besta estava nas suas costas, uma faca na mão e o aspecto de quem estava correndo até aquele momento.

- Cadê os outros? Estão bem? - Questionei em um tom de voz baixo, quando ele chegou perto o suficiente para me ouvir.

Sua primeira ação foi pôr a mão no cano da minha arma e o tirar de mira, abaixando-a. Ele estava atento, mal conseguia manter os olhos em mim por mais de dois segundos.

- Eu não sei - Me entregou a faca que trazia consigo - Aqui, você vai ter que usar, não podemos fazer barulho. Eles estão aqui, eu os ouvi.

Engoli em seco.

Guardei a arma no cós da calça.

- Eles estão te seguindo?

- Consegui despistar no caminho, mas não sei quantos são, nem de onde estão vindo - Em um movimento rápido, Dixon tirou a besta das costas e disparou em um morto. - Temos que ir agora.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 11 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

DOCE OBSCURO | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora