CAPÍTULO 9

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POV RONAN

Observo cada um dos movimentos de Noemi, ela está em alerta, mas relaxou visivelmente ao meu lado.

Seus olhos verdes cristalinos, de repente, se prendem na moto que estava trabalhando até então.

— Gostou?

— Ela é linda. — responde.

— Uma fat boy? Você tem bom gosto. — Drakon brinca.

Noemi cora.

— Você construiu essa? — ela me pergunta.

Assinto. Uma das minhas melhores criações. A moto é enorme, inteiramente preta.

— Você é muito talentoso. — ela diz.

Ergo uma sobrancelha arrogante.

— Está me elogiando?

Seu rosto se torna vermelho, e tenho que me segurar para não sorrir. Adoro arrancar essas reações dela.

Então, tenho uma ideia.

— Quer dar uma volta?

Seus olhos brilham para mim e, caralho, é a coisa mais linda que já vi. Ela é a coisa mais linda que já vi.

— Nessa moto?

Rio baixo.

— Não, essa ainda não está pronta, mas se quiser dar uma volta em outra...

— Eu quero. — ela se anima.

Pego um pano e começo a secar meu corpo sujo e suado enquanto caminho em direção à minha Harley, Noemi me seguindo. Sei que ela está me olhando, então faço movimentos lentos, me demorando para me limpar.

Chegamos na moto e pego um capacete, vou até Noemi e coloco-o nela. Subo na moto, ela fazendo o mesmo só que com um pouco de dificuldade.

Quando sinto seus braços passando ao redor da minha cintura, a pele macia contra a minha marcada por tatuagens e cicatrizes, sinto uma eletricidade correr através de mim.

Dou partida e sinto a moto tremer sob mim, Noemi suspira. Eu sei, isso é bom pra caralho.

Começamos a andar e ela se segura ainda mais contra meu abdômen. Deixando o complexo para trás, o ar do campo nos cumprimenta. Andar de moto é uma das poucas coisas que verdadeiramente gosto na vida. A adrenalina, a liberdade...

— Finalmente sinto. — ouço-a falar.

— O quê?

— O sentimento de estar livre.

Porra, eu te entendo, sinto isso toda vez. Aumento a velocidade, correndo pelas ruas desertas, ela ri, se segurando ainda mais em mim.

— Obrigada, Ronan, por me fazer sentir assim.

***

Voltamos ao complexo depois de um passeio curto. Desligo a moto e saio dela. Quando Noemi sai, porém, suas pernas cedem.

Antes que ela possa cair, passo um braço ao redor de sua cintura, puxando-a para mim, nossos peitos se colando.

Seu rosto está apenas poucos centímetros abaixo do meu, posso sentir sua respiração irregular contra meu rosto. Assim, de perto, posso contar cada sarda em seu rosto. 14 ao todo. Meus olhos passam por suas bochechas rosadas até cair em seus lábios – carnudos, vermelhos e que prometem ser o paraíso na terra.

Vejo-a passar pela mesma situação, Noemi tenta concentrar seu olhar em meus olhos, mas o tempo todo sua atenção é atraída para meus lábios.

Não consigo evitar de levantar um dos cantos da minha boca em um sorriso convencido.

— Arrumem um quarto! — Volk grita atrás de nós, me fazendo acordar do meu estupor.

Solto Noemi e dou um passo para trás. Balançando a cabeça, volto ao normal.

— Não fode. — atiro para aquele irritante do caralho.

— Não, você vai. — ele e os outros riem.

Ignorando-os coloco as mãos na base das costas de Noemi e começo a guiá-la para o apartamento.

CRUEL HEART Where stories live. Discover now