Insidioso Encanto - Triologia Encanto Sombrio, Vol. 1

CAPÍTULO XXVIII: Máscaras e Verdades

❝ A descoberta amarga de verdades ocultas tece uma teia sombria sobre a percepção, transformando admiração em desilusão e revelando a verdade por trás da máscara que uma vez encobre a essência de alguém. ❞

Inês caminhava pelas ruas movimentadas da cidade, com passos pesados e o coração ainda mais carregado. A pasta com as provas que segurava nas mãos parecia carregar o peso do mundo. Cada passo era um esforço, cada respiração um desafio, enquanto tentava processar as informações que acabara de receber de Suzana.

Os seus pensamentos giravam e o medo crescia em meio à incerteza. Não conseguia acreditar no que acabara de descobrir. O homem por quem estava apaixonada, em quem confiava, poderia ser responsável por tamanha crueldade? Recusava-se a aceitar essa possibilidade, mas as provas diante dos seus olhos eram difíceis de ignorar. Devia haver uma explicação para aquilo.

As imagens das mulheres desaparecidas assombravam a sua mente, com rostos vazios e cheios de dor. Tentava afastar essas imagens, mas elas persistiam, como fantasmas que se recusavam a ser banidos.

De repente, uma onda de tontura a atingiu, fazendo as suas pernas tremerem sob seu peso. O coração disparou no peito, como um pássaro preso numa gaiola, batendo desesperadamente por liberdade. Tentou respirar fundo, mas o ar parecia escapar dos seus pulmões.
Então, tudo ficou escuro.

Quando recuperou a consciência, encontrou-se deitada no chão frio da calçada, cercada por estranhos preocupados. A mente estava turva, o corpo fraco e trêmulo. Tentou levantar-se, mas as pernas não obedeciam.

As pessoas ao seu redor começaram a ajudá-la, oferecendo água e apoio. Sentiu-se grata pela bondade deles, mas uma sensação de desespero a dominava. Não conseguia suportar a ideia de que Daniel pudesse estar envolvido em algo tão terrível.

Enquanto era levada às pressas para o hospital, a sua mente era um turbilhão de pensamentos. Perguntava-se como tudo tinha chegado a esse ponto, como tinha sido tão cega para as verdadeiras cores de Daniel. Questionava-se se poderia confiar em mais alguém, se tudo o que conhecia era uma mentira.

A sua família foi imediatamente notificada, o terror e a preocupação refletidos nos seus rostos ao chegarem ao hospital.

Enquanto era examinada pelos médicos, a sua mente vagava por um labirinto de medo e incerteza. Perguntava-se se algum dia seria capaz de recuperar a confiança perdida, se algum dia conseguiria reconstruir a sua vida em meio ao caos que a rodeava.

À medida que as horas passavam e a noite se arrastava, Inês encontrava-se numa encruzilhada. Sabia que teria de enfrentar a verdade, por mais dolorosa que fosse. Sabia que teria de encontrar a força dentro de si para confrontar os demónios que assombravam o seu passado e o seu presente.

Mas, por enquanto, estava apenas tentando sobreviver ao dia, um momento de cada vez, enquanto o mundo ao seu redor girava numa dança caótica de medo e incerteza. E em meio a tudo isso, questionava-se se algum dia encontraria a paz que tanto almejava ou se a sua vida seria para sempre marcada pela escuridão que a rodeava.

Enquanto Inês permanecia no hospital, os médicos decidiram que seria melhor mantê-la sob observação durante a noite. A sua mente continuava a girar num redemoinho de pensamentos confusos e assustadores. Sentia-se perdida num mar de incertezas, lutando para encontrar uma luz no fim do túnel.

Foi então que Daniel chegou ao hospital, informado por Viviane sobre o que havia acontecido. O seu rosto estava tenso com preocupação. Uma onda de arrepio percorreu o corpo de Inês, o estômago revirando-se de ansiedade e medo. Perguntava-se se poderia confiar nele, se tudo o que tinham partilhado era verdadeiro ou apenas uma ilusão cuidadosamente elaborada.