Capítulo 48 Cozinha da morte

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Elas olharam para a sala repleta de relógios, sentindo-se presas no tempo e no espaço, cada tique-taque ressoando como um lembrete da urgência de sua situação. Os olhos de Even percorriam os inúmeros mostradores, tentando encontrar algum indício de escape.

— Ali — sussurrou Samantha, apontando para uma porta ao longe.

Elas começaram a caminhar em direção à porta, tentando ser silenciosas apesar da crescente sensação de perigo. Foi então que viram uma sombra passar por cima de suas cabeças. O coração de Even pulou no peito quando ela reconheceu a silhueta familiar.

— Ele nos achou — murmurou.

Antes que pudessem reagir, o zelador desceu por uma abertura no teto, seus braços longos e esqueléticos se estendendo em direção a elas. O pânico se instalou rapidamente, e elas correram desesperadamente para a porta.

— Vamos! — gritou Dayse abrindo a porta rapidamente.

Elas correram pelo corredor estreito, seus passos ecoando no espaço confinado. O zelador as seguia, seus movimentos rápidos e implacáveis. Ao avistarem um elevador no final do corredor, a esperança reacendeu.

— Rápido! — gritou Bonney, pressionando o botão repetidamente.

Elas se amontoaram no elevador, os corações batendo freneticamente. Dayse, em um impulso defensivo, fez aparecer o canhão no seu braço, pronta para atirar. O zelador estava perigosamente perto, seus braços se esticando em direção a elas.

No último segundo, a porta basculhante do elevador se fechou, cortando os longos braços do zelador. O som era grotesco, seguido pelos gritos de dor da criatura do outro lado da porta. O elevador começou a subir, os gritos diminuindo até sumirem por completo.

Dentro do elevador, o silêncio era pesado, interrompido apenas pelo som da máquina em movimento. As meninas se entreolharam, a adrenalina ainda correndo por suas veias. Dayse abaixou o braço, desfazendo o canhão, e respirou fundo, tentando se acalmar.

— Conseguimos... por enquanto — sussurrou Bonney, a voz tremendo.

— Precisamos continuar — disse Samantha, ainda tentando controlar a respiração. — Não podemos parar agora.

As meninas saíram do elevador e adentraram o corredor, varias portas , mas pararam em uma entreaberta que levava à cozinha. Ao se aproximarem, puderam ouvir os sons daquele ambiente caótico. Dayse, Samantha, Even e Bonney pararam na entrada, observando a cena com cautela. Mesmo à distância, puderam ver dois chefs gêmeos, enormes e corpulentos, trabalhando com suas facas afiadas, cortando carne com habilidade e precisão.

A cozinha é um cenário sombrio e perturbador. Ela é grande e desordenada, cheia de utensílios de cozinha, ingredientes e restos de comida espalhados pelo chão e pelas mesas. O ambiente é sujo, com manchas de gordura e sangue, e há um cheiro de carne podre no ar.

As mesas de preparo são cobertas por ingredientes bizarros e grotescos, incluindo pedaços de carne de origem indeterminada. Grandes pilhas de pratos sujos estão empilhadas ao lado de pias cheias de água suja. A iluminação é fraca e amarelada, aumentando ainda mais a sensação de desconforto.

Os rostos dos chefs eram deformados, com narizes grandes e olhos pequenos e sinistros. Usavam aventais sujos . As meninas, escondidas na entrada da cozinha, sentiram uma mistura de repulsa e medo diante daquela cena macabra. A atmosfera pesada e o cheiro de carne podre as deixavam apreensivas, enquanto o ambiente sombrio e caótico as envolvia em uma sensação de desconforto e perigo iminente.

Dayse, ao lembrar das refeições que haviam comido, sentiu uma vontade súbita de vomitar, um sentimento que também parecia afetar as outras meninas. A ideia de que aquela comida fora preparada ali, naquele lugar repugnante, era perturbadora. Elas precisavam encontrar uma maneira de sair dali sem chamar a atenção dos chefs, cuja aparência e comportamento as assustavam profundamente.

A estrela ocultaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora