Capítulo 57 Machados e portais

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Herodes caminhava lentamente em direção a Even, seus passos ecoando suavemente no caos desacelerado da sala. Cada movimento parecia carregado de uma energia predatória, um contraste ao movimento lento ao seu redor. Seus olhos cor de mel brilhavam com uma confiança perturbadora, observando a garota imobilizada com uma mistura de interesse e determinação.

— Sabe, Even,  ouvi histórias sobre você. Uma energionita de duas energias... — Ele falou, sua voz ressoando na sala como um sussurro sinistro. — Você realmente é especial. Rex vai gostar muito de te conhecer pessoalmente.

Even tentou se mover, lutar contra a paralisia que a envolvia, mas cada esforço era em vão. Herodes continuava a se aproximar, sua presença se tornando cada vez mais opressiva. Ele parou a poucos metros de distância, inclinando a cabeça ligeiramente enquanto a observava.

— Não precisa se preocupar, vou cuidar bem de você até te entregar a ele — continuou Herodes, o sorriso em seu rosto se alargando. — Afinal, não é todo dia que temos a chance de capturar alguém tão valiosa.

Ele estendeu a mão na direção de Even, a poucos passos de alcançá-la. A tensão no ar era palpável, cada segundo parecendo uma eternidade enquanto Herodes avançava, determinado a cumprir sua missão.

Herodes avançou com determinação, suas intenções claras ao se aproximar. No entanto, antes que pudesse alcançar seu objetivo, ele sentiu um aperto firme em seu braço. Era Diego.

Diego segurava o braço de Herodes com firmeza, resistindo à pressão do outro. Enquanto Herodes tentava reduzir a velocidade ao seu redor, Diego permanecia inabalável, movendo-se com a mesma fluidez de sempre. Era como se o tempo fluísse normalmente ao seu redor, apesar da habilidade de Herodes tentar distorcê-lo.

A habilidade de Herodes era temida por sua capacidade de diminuir a velocidade de objetos e pessoas para menos da metade, um poder que normalmente paralisaria qualquer oponente. Mas Diego parecia imune, seu próprio ritmo não comprometido pelas manipulações do tempo e espaço impostas por seu adversário.

Enquanto os dois se encaravam, o ambiente ao redor parecia vibrar com a tensão entre suas habilidades opostas. O silêncio era quebrado apenas pelo leve som dos raios ao redor do corpo de Diego.

Diego segurava firmemente o braço de Herodes.

— Não pense que vai chegar perto dela tão facilmente — disse ele.

Herodes franziu o cenho, tentando se libertar do aperto de Diego.

— Solte-me, Diego. Isso não é da sua conta — retrucou ele.

Uma energia começou a envolver Diego, brilhando como estrelas em uma noite clara.

— Ela está vulnerável agora — continuou Diego, sua voz suave, mas firme. — Não permitirei que nenhum mal se aproxime.

Herodes provocou, um brilho de desafio nos olhos.

— Acha que pode me deter? — questionou ele, seu tom desafiador. — Posso reduzir seu movimento igual a uma tartaruga.

Diego sorriu serenamente, a energia ao seu redor pulsando em resposta.

— Veremos se conseguirá me parar — respondeu ele, sua voz tranquila, mas cheia de confiança.

Mas então, um som de corrente cortou o ar, chamando a atenção dos dois. Uma corrente se aproximava rapidamente, na velocidade normal, enrolando-se rapidamente na cintura de Even. Ela foi puxada abruptamente para o corredor que levava aos quartos masculinos, seu corpo batendo no chão com força.

Quando olhou para cima, viu Layla parada diante dela, com um olhar desafiador.

— Finalmente nos reencontramos, Even — disse Layla, sua voz calma. — Que tal terminarmos aquela nossa luta de alguns anos atrás?

A estrela ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora