Capítulo 54 Cativeiro da mente

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A escuridão daquele lugar era sufocante. O frio penetrava até os ossos, e o chão duro não oferecia nenhum conforto. Uma fina linha de luz atravessava a brecha sob a porta, lançando um fraco reflexo no chão.

Ela olhou para a direita e viu a parede lisa e impenetrável. À esquerda, a mesma visão. Atrás de si, outra barreira. Estava cercada por todas as direções, presa em sua própria solidão e desespero.

Quantas horas ou dias haviam se passado desde que a porta fora aberta pela última vez? Quantas vezes ela havia se perguntado quando seria alimentada novamente? Quanto tempo fazia que ela viu alguém ?

Ela queria que aquilo acabasse logo, que a tortura incessante terminasse. Mas então, o som de passos se aproximando a fez ficar tensa. Cada batida do coração parecia ecoar naquele espaço apertado. Ela tentou se levantar, mas seus músculos não respondiam. Era como se milhares de toneladas estivessem pesando sobre suas pernas, prendendo-a no chão.

Quando finalmente olhou para frente, viu a figura do médico. Ele estava parado ali, observando-a com um sorriso esticado demais, uma expressão perturbadora e inumana. Sua altura era descomunal, forçando-o a se curvar para não bater a cabeça no teto. Seus braços eram longos demais, quase grotescos, e suas pernas pareciam incapazes de suportar adequadamente o peso da criatura.

O médico a puxou do chão com uma facilidade assustadora, puxando-a para perto. Even queria fugir, queria correr, mas a força do médico a mantinha presa. A sensação de suas mãos frias e firmes em sua pele a enchia de pavor.

O médico puxou uma agulha , e ela congelou ao ver o famíliar líquido preto dentro dela . O medo aumentou ainda mas , deixando-a à beira do desespero .

— Não , por favor , de novo não — ela implorou, as lágrimas começando a se formar  no seu rosto.

Mas ele não mostrou piedade , com um gesto rápido, ele inseriu a agulha na sua pele. A dor era grande,  ela sentiu o líquido preto se espalhando por suas veias, como fogo líquido. O grito dela ecoou pelo lugar  , um som cheio de desespero e sofrimento.

Sem nenhum sinal de compaixão, o médico a jogou no chão. Ela caiu no chão, seu corpo se contorcendo de dor . A substância injetada parecia corroer seu interior ,cada fibra de seu ser queimando de agonia .

O médico apenas observava, seu sorriso grotesco permanecendo inalterado. A visão dela se contorcendo de dor parecia dar-lhe um prazer sádico. Ele não se moveu para ajudar, apenas ficou ali, testemunhando seu tormento com uma expressão de prazer maldoso.

Ela queria gritar, mas a dor era tão intensa que roubava sua voz. Cada respiração era um esforço, cada movimento uma tortura. O chão frio e duro parecia mais acolhedor do que a realidade que ela estava enfrentando. O tempo se arrastava, cada segundo parecendo uma eternidade enquanto ela lutava contra a dor implacável que consumia seu corpo.

Finalmente, exausta e desamparada, ela começou a perder a consciência. Seus pensamentos ficaram confusos, a dor se transformando em um zumbido distante enquanto ela deslizava para a escuridão do inconsciente. A última coisa que ela viu foi o rosto do médico, ainda com aquele sorriso sinistro, antes de ser engolida  pela escuridão.

Ela acordou com o som das rodas de um carrinho, o ruído metálico ecoando pelo ambiente estéril. Seus olhos foram bombardeados pela luz fria do teto, forçando-a a piscar repetidamente até que se ajustassem. Tentou se mover, mas logo percebeu que seus pulsos e tornozelos estavam firmemente presos por correias de couro.

A sensação da mesa de metal fria contra sua pele era um lembrete cruel de onde estava. Ela olhou para o lado, onde alguns médicos estavam concentrados em uma prancheta, trocando informações silenciosamente. Outros mexiam meticulosamente nos utensílios de uma bandeja próxima, preparando-se para o que viria a seguir.

A estrela ocultaWhere stories live. Discover now