PAUSADA!
Após um relacionamento conturbado, Jennie luta para se reerguer diante dos traumas deixados por seu antigo parceiro. Um incidente inesperado em seu apartamento acaba unindo duas almas que parecem destinadas a estar juntas.
Entre conflitos...
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A luz do final da tarde vai sumindo e meu apartamento se enche de sombras. Eu estou encolhida no sofá, chorando sem parar. Jisoo está ao meu lado, me abraçando forte e tentando me confortar. Quando entrei em casa, os sintomas da minha crise de pânico começaram: o aperto no peito, a respiração rápida e o tremor que não parava. Com as mãos trêmulas e o rosto banhado em lágrimas, liguei para Jisoo, sem forças para enfrentar isso sozinha.
— Shh, Jendeukie , está tudo bem. Sua irmãzinha está aqui com você. Respire fundo, tudo vai ficar bem. — Jisoo sussurra suavemente, suas mãos acariciando minhas costas.
Eu tento seguir suas instruções, mas cada respiração parece um esforço monumental. O encontro com Kai foi um gatilho devastador, reabrindo feridas que eu pensava estarem cicatrizadas. Fazia um ano que ele havia desaparecido da minha vida, e foi esse tempo que me permitiu começar a me reerguer. Vê-lo de novo trouxe tudo de volta à tona.
— Jisoo, eu... eu não consigo parar de pensar. — Digo entre soluços, minha voz fraca e desesperada.
— Eu sei, Jennie, eu sei. — Ela diz, continuando a me embalar. — Vamos dar um passo de cada vez. Você é forte e vai superar isso. Pense em algo positivo, algo que te faça sentir segura.
Fecho os olhos e tento seguir suas palavras, mas a imagem de Kai e sua voz ameaçadora continuam a assombrar meus pensamentos. A memória do medo, do controle, e da dor são intensas demais para ignorar.
— Foi tão inesperado, Jisoo. Vê-lo de novo... eu pensei que estava livre dele. — Confesso, minha voz embargada.
Jisoo se afasta ligeiramente para olhar nos meus olhos, sua expressão séria mas cheia de carinho.
— Jennie, é natural sentir isso. Ele te causou muito sofrimento. Mas lembre-se, você não está sozinha e não precisa enfrentar isso sozinha. Você é mais forte agora.
Eu aceno, tentando encontrar algum conforto em suas palavras. Mas o peso da dor e do medo ainda está lá, pressionando meu coração. Jisoo enxuga minhas lágrimas com delicadeza, me incentivando a respirar fundo novamente.
— Vamos fazer assim, — ela sugere, com um pequeno sorriso. — Vou fazer uma sopa para você. Aquela com batatas que a mamãe fazia sempre que não estávamos nos sentindo bem. O que acha?
— Parece bom. — Concordo, sentindo uma pequena faísca de alívio.
Jisoo se levanta e me puxa gentilmente para cima. Juntas, nos dirigimos à cozinha. Ela começa a preparar a sopa enquanto eu tento estabilizar minha respiração. A presença dela, seu apoio inabalável, é o que me ajuda a atravessar momentos como esse. E enquanto observo ela mexendo os ingredientes na panela, sei que, apesar de tudo, com ela ao meu lado, eu vou ficar bem.
— Foi a Lisa, Jisoo. Foi ela quem me salvou de Kai, hoje e há um ano atrás. — Eu confesso, sentindo a culpa tomar conta do meu corpo novamente. — E eu... eu fui tão horrível com ela.
