Capítulo-3- Atração.

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Denovan

A casa branca sempre foi minha motivação para ser político. Coisa de criança, diz minha mãe, mas sei que não é. Sou fascinado pela grandeza das histórias que estão impregnadas nas colunas daquele lugar exaltado pela nação americana. Minha infância teve um sabor todo especial ali. Meu avô foi o responsável pelo meu encantamento  quando assumiu a presidência em meados do século passado.

Ele me contava fatos dos bastidores do jogo político, que muitas vezes eu não sabia se eram contos ou fatos verídicos. Foi na época que minha amizade com Ashton começou. Crescemos juntos nesse meio. Seu pai foi senador. Ele diz que não quer os holofotes, e que deixaria isso para mim. Quando cheguei a adolescência foi à vez de ver meu pai assumir a presidência.

Presenciei momentos tensos. Decisões difíceis, como a guerra do golfo. Ouvia os estratagemas políticos de ataque e defesa, como se estivesse em uma sala de aula estudando uma simples lição de somar e multiplicar ou uma equação mais elaborada de álgebra. Adulto, me tornei o braço direito de meu pai, e voz ativa no senado. Agora é minha vez de ocupar a presidência. Dar continuidade ao legado Tomazine na política. 

Assim seria com o meu futuro filho e o filho dele.

Depois da reunião com dois diplomatas da Arábia Saudita, onde tentei expor minhas futuras ações se fosse eleito, estou a caminho da sala presidencial. Meu pai solicitou minha presença, e até já imagino o conteúdo da conversa.

— Olá, senhora Weber.

A senhora sorriu ao me saudar.

— Boa tarde senhor Falcão. Seu pai já o aguarda.

— Obrigado!

Adentrei a sala. Estudei-a brevemente, e sorri de canto ao ver meu pai falando ao telefone com minha mãe. Sentei-me a sua frente e voltei a analisar minha futura sala, ouvindo a conversa de meu.

— Sim, amor, não me atrasarei. Agora me deixe trabalhar. Também amo você. Beijo! — Despediu-se.

— Mamãe está marcando presença? — Perguntei rindo.

— Ela está ansiosa pelo coquetel oferecido a princesa de Mônaco, Charlene, como boa estadia. Foi por esse motivo que o chamei. Será uma ótima oportunidade para você apresentar Elena como sua noiva. — Respondeu-me.

Não gostei nenhum pouco da última parte.

— Não estou entendendo. Noivo? Mas nem namorada tenho! — Disse confuso.

— Você precisa casar, filho. Não existe um presidente sem uma primeira dama. — Disse direto.

— Pode ter uma primeira vez. — Respondi erguendo minhas sobrancelhas sugestivamente.

— Não em minha família. — Salientou sério.

—Isso é uma ordem, pai? — Indaguei igualmente sério.

— Não. Não quero que leve por esse lado. Mas aceito como um bom conselho. Você ganharia mais credibilidade!

— Obrigado pelo conselho, mas dispenso. — Meu tom de voz é leve, mas também firme.

— Elena é a mulher ideal para ser a primeira dama. É da família aristocrata. Seu pai é u membro atuante no senado. Um ótimo aliado democrata. — Ressaltou fitando-me com persuasão.

— A que horas será o coquetel? — Me fiz de desentendido.

Em hipótese alguma iria desposar Elena. Transar com ela pode ser gostoso, mas isso não significa que a quero em minha cama, e vida para sempre. Gosto da vida de solteiro. Um dia se conhecesse uma mulher que me enfeitiçasse ao ponto de querer casar, subiria ao altar. Não cairei na conhecida manipulação Tomazine.

Falcão BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora