CAPÍTULO I: NOIVA CADÁVER

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"Eles vão chamar meu nomeQuando tudo sobe em chamas?Você estará ao meu lado?Eu quero arruinar meu amorVocê sabe que ela gosta de fingirEu quero arruinar meu amor, sim"

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"Eles vão chamar meu nome
Quando tudo sobe em chamas?
Você estará ao meu lado?
Eu quero arruinar meu amor
Você sabe que ela gosta de fingir
Eu quero arruinar meu amor, sim". — Break My Baby (Kaleo)

Atualmente

O fim é pré-requisito na existência, já a eternidade é uma incógnita inalcançável, o desejo de tê-la deve vir justamente de sua impossibilidade. Talvez, por isso, não sou bom com despedidas e nunca vou ver aquilo como um fim entre nós. A infindável busca pelo infinito nos aguarda.

Encaro Lilian pagando o homem dentro da concessionária, alugamos o novo carro, dinheiro vivo dançando de sua mão e indo para o engravatado, o sol intenso adentra pelos vidros escuros, me sufocando. Acendo o cigarro dentro do veículo, estacionado na frente, e penso em quantas vezes já vi ela fazer isso para nós.

Quantas vezes, em quatro anos, já alugamos um carro, um apartamento. Somos nômades grudados um no outro, à procura de uma verdade que, talvez, nem exista; mas a ilusão, assim como a eternidade, é sempre bem-vinda para os corações partidos, as almas corrompidas, as mentes divididas em dois.

— Ela é uma das melhores coisas que já te aconteceu — a voz melodiosa de Katherine soa no banco de trás, aquela maldita voz causa uma dor tão excruciante em meu peito que eu sempre fecho os olhos e os abro em seguida.

— Com certeza — respondo a contragosto, não conseguindo ignorar, sentindo a nicotina em meus lábios, a garganta seca.

Abro os olhos e encaro o retrovisor, vendo minha própria imagem, os olhos pretos brilham e ele fala comigo, sussurra em minha mente: vamos achá-la. Concordo com a cabeça e respiro fundo, desvio o olhar, ergo ele devagar e vejo Lili correr para nós sorridente, abrindo a porta do passageiro e acenando com a cabeça para mim.

— Vamos? — ela pergunta animada, colocando seu cinto de segurança com pressa. Olho para o banco de trás, ninguém, volto para ver meu próprio reflexo no espelho, os olhos não brilham mais, são somente meus novamente.

— Vamos .— Respiro fundo e ligo o carro.

💔💔💔

Abro a porta do apartamento enquanto Lilian corre do meu lado e entra para dentro saltitando como uma gazela no pasto, reviro os olhos, essa garota nunca aprenderia que se deve comer pão e ovos de manhã e não cheirar cocaína?

Empurro nossas malas para o cômodo que faz parte do apartamento alugado na cobertura; as cortinas brancas, os móveis de madeira clara, o tom sépia do dia entrando suavemente pelas frestas das janelas retangulares. A visão da cidade, a maldita e gloriosa torre Eiffel demonstrando poder.

Lili se joga no sofá com um gritinho estridente e feminino, fecho a porta atrás de mim e encaro as paredes beges; o tom amarelado faz o mundo parecer antigo, e eu continuo atormentado pelo passado, moldando o futuro meticulosamente, evitando o presente.

Starboy [+18] || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora