Sem Coroa Por Você ★ TAEGI

𓏲ּ62 | Nem tudo é o que parece.

❝Min Yoongi.

Pulei o jantar de ontem a noite por pura preguiça. Embora estivesse com fome, eu sabia que não conseguiria dormir depois tão bem quanto naquele momento, então disse a Jihyo que não se preocupasse comigo, o que resultou em alguns sermões da loira enquanto ela se afastava da porta. Acabei sorrindo por sua preocupação um pouco diferente, já que foi em meio aos resmungos, mas quando acordei de madrugada tinha alguns pãezinhos recheados ao lado da minha cama.

Comi todos eles antes de levantar, estavam deliciosos e conseguiram me empanturrar rapidamente. Ao olhar para a janela percebi que ainda era cedo demais, o sol começava a apontar pouco a pouco atrás das montanhas.

Aproximei-me do vidro e me sentei na beirada de madeira que mal cabia meus pés, fechei meus olhos por poucos segundos para apreciar aquela paz antes de ser levado para os meus pensamentos. Queria saber como Halmeoni estava. A essa altura, já deveria ter voltado para Busan e estava preparando um café da manhã riquíssimo para a família real ー o que acaba sendo irônico, já que agora eu sei que ela também tem sangue real. Às vezes, eu me pergunto se ela vai querer voltar para cá quando tudo estiver consertado.

Também sinto saudades da Chaeryeong, do Jungkook, da Tzuyu e do Taehyung. Céus, eu sinto tanta falta dele que só de pensar em seu nome meu estômago já se contraí dolorosamente. Parece que dentro desses dois dias que estamos afastados, uma infinidade de tempo, bem maior do que caberia em apenas quarenta e oito horas, havia se passado e eu não quero nem imaginar como seria se não estivéssemos com uma ligação forte e estabelecida. Se fôssemos ficar doentes de novo, passar por tudo isso seria impossível. Na verdade, eu ainda tenho um pouco de receio quanto a isso, mas sinto que nada vai acontecer agora. Por algum motivo eu me sinto esperançoso, ainda não esqueci do que Taehyung me falou e tenho me agarrado às suas palavras. Por enquanto é o suficiente para me manter firme.

Apenas me dei conta de que passei a admirar aquela visão tempo demais quando batidas soaram na porta, fazendo meu corpo se sobressaltar pelo susto. Myungjun entrou alguns segundos depois, abrindo a porta devagar.

ー Bom dia! ー Ele cumprimentou, sorrindo. ー Desculpa se vim muito cedo, mas depois do café da manhã eu já vou para a vila cuidar de alguns assuntos, então pensei que…

Não precisei ligar muitos pontos para entender o que ele queria dizer, então me apressei em concordar.

ー Claro, eu vou com você. ー Aproveitei para me afastar da janela e ir para perto dele. ー Apenas preciso me trocar e já desço para o café, mas acho que não vou comer nada, os pãezinhos que a Jihyo me trouxe no meio da noite me encheram. ー Apontei para a mesinha de cabeceira com a cestinha vazia, onde estavam pães tão saborosos.

Myungjun, que tinha seguido meu olhar, também sorriu, desviando o olhar do meu e se não me engano notei um rubor em suas bochechas.

ー Você está bem? Parece um pouco corado… ー aproximei-me para colocar o dorso da mão em sua testa a fim de verificar se tinha algo errado. ー Bem, não está tão quente quanto parece. ー Afirmei, passando a mesma mão em minha própria testa para comparar as temperaturas.

Seus olhos se arregalaram enquanto ele dava dois passos afobados para trás e tossia de um jeito robótico.

ー Não, eu… ー limpou a garganta. ー Eu estou bem.

ー Tem certeza? ー Dei mais um passo em sua direção, estranhando. ー Você está agindo meio estranho… quer se sentar? ー Ofereci a cama e o rosto dele pareceu ficar quase da cor do seu cabelo. ー Céus, Myungjun… você está muito corado agora e-

ー Eu estou bem. ー Ele me interrompeu, chacoalhando as mãos em frente ao rosto. ー É só porque está quente…

ー Quente? Não está tão quente assim. ー Caminhei em direção a janela, abrindo-a para refrescar o ambiente, embora eu não visse nada errado com a temperatura.