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Cordelia Barbieri


Pensei que a melhor escolha seria baixar minha guarda e seguir o que Fellipp sugeriu. Porém, agora, sozinha e humilhada, percebo o quão estúpida fui. Assim como Fellipp disse, doeu no começo, porém a dor foi substituída por prazer.

Gostei de sentir sensações desconhecidas; era delicioso. Fellipp foi respeitoso e percebi o quanto ele estava se segurando. Dava para ver em seus olhos sua preocupação. Foi extremamente excitante e gostoso; meu corpo reagia com um simples toque, meus pelos arrepiavam com uma simples fungada, e no momento em que ele se pôs entre minhas pernas, senti vergonha, medo e desejo.

Era tudo novo para mim e, por Deus, eu gostei. Por uma fração de horas, me esqueci totalmente que nos odiávamos; me esqueci da repulsa que sentia com seu membro entrando em mim quando tinha estado dentro de Lindsay.

Mas, como tudo que é bom dura pouco, o encanto que sentia pelo cretino do meu marido acabou assim que ele abriu a boca para me humilhar.

Estava sozinha, perdida e com medo. Todos têm alguma meta de vida ou algum sentido; contudo, eu não tinha. Minha vida teria que girar em torno daquele homem que agora deve estar aquecendo a cama de Lindsay.

Levantei-me da cama com um pouco de dificuldade. Sinto um incômodo entre minhas pernas e viro meu rosto, vendo a mancha vermelha sobre o lençol branco. Aquela mancha, com certeza, seria uma das melhores coisas que Maxwell veria; se duvidasse, ele até guardaria aquele lençol. Entro no banheiro com as palavras de Fellipp ecoando em minha mente.

Poxa, sou nova quando o assunto é prazeres sexuais. Achei que tinha feito tudo certo; deixei que ele me guiasse só para, no final, dizer que não gostou. Conseguia ver, através dos seus olhos, luxúria e desejo.

E era assim que me senti naquele momento.

Desejada.

"Não foi tão bom assim."

"Não foi tão bom assim.”

Essas palavras foram como um soco na cara.

Sabia que meu corpo não atraía muita atenção, porém nunca vi problema nisso, e já é a segunda vez que Fellipp me faz pensar o contrário.

Entro embaixo do chuveiro e minha intimidade arde conforme a água escorre por meu corpo. Ainda consigo sentir o calor do seu corpo contra o meu, seu comprimento grande e grosso me rasgando por dentro.

Será que todo pênis era daquele tamanho?

Era injusto saber que não verei outro a não ser o do meu marido.

Termino meu banho quentinho pensando que minha frustração iria sumir, porém, por algum motivo, me sinto mal. Sabe quando você faz uma coisa por impulso ou sem pensar nas consequências e depois se arrepende?

Era assim que me sentia, não pelo sexo, porque de um jeito ou de outro isso aconteceria.

Mas sim por ter abaixado minha guarda.

Por pensar, por um momento, que meu casamento poderia ser diferente.

Não consigo compreender Fellipp; ele é uma pessoa estranha. Hoje, vi uma preocupação em seu rosto, mas, do nada, ele é grosso e sempre me humilha. Porém, isso não voltará a acontecer.

Não o deixaria me humilhar.

Tiro o lençol sujo de sangue e o jogo no chão. A lembrança do meu marido chupando meu sangue me faz ter um formigamento desconhecido entre minhas pernas.

Era normal sentir aquilo?

Deve que sim, porque era um formigamento bom, ao mesmo tempo que agoniante; me fazia querer esfregar minhas pernas.

Uma esposa para o mafioso: Livro 2 Série Máfia N'drangheta Onde histórias criam vida. Descubra agora