Ariana Cardoso
Eu estou sozinha no apartamento.
Richard foi mais cedo para o CT, e eu tinha decidido ficar em casa hoje.
Não tinha muita coisa que fazer no CT, então o que faltava eu já mandei por e-mail e agora tô lavando minhas roupas e fazendo a comida.O apartamento estava tranquilo, e o som da cidade ao longe não conseguia atravessar a paz que sentia ali.
Estava na cozinha, organizando algumas coisas, quando de repente senti uma dor aguda no pé da barriga. A dor era intensa, e imediatamente, meu coração disparou. Eu me apoiei na bancada, esperando que passasse, mas a dor não diminuía, só aumentava.
Ariana: Meu Deus, o bebê... - foi a primeira coisa que pensei, já desesperada.
O medo me invadiu de uma maneira que eu não conseguia controlar.Em meio ao desespero, senti algo molhado entre minhas pernas. Olhei para baixo e vi sangue. Muito sangue. Um nó se formou na minha garganta, e o pânico tomou conta de mim.
Ariana: Não, por favor, não...
Meus olhos se encheram de lágrimas, e minha respiração ficou ofegante. Precisei me segurar para não desmoronar ali mesmo.
Com as mãos trêmulas, peguei o celular e liguei para Richard. O telefone tocou várias vezes, mas ele não atendeu. Tentei de novo e de novo. Nenhuma resposta.
Ariana: Merda Richard, atende por favor.
Pensei até em tentar ligar para alguém, mas meu cérebro já estava em modo automático, focado apenas em sair dali o mais rápido possível.
Tentei me limpar, mas a dor tornava tudo muito mais difícil. Cada movimento parecia uma tortura. Consegui me vestir como pude e saí do apartamento, tentando controlar o medo e a dor. No elevador, me segurei nas paredes, rezando para que nada de pior acontecesse.
Assim que as portas se abriram no térreo, vi o síndico.
Ariana: Por favor, me ajuda, - falei com a voz trêmula e quase sem fôlego. Ele me olhou preocupado e correu até mim.
- Você está bem? O que aconteceu? - ele perguntou, sem hesitar.
Ariana: Eu... preciso ir ao hospital... agora. - respondi, quase chorando. Ele não perdeu tempo e me ajudou a sair do prédio. Já no carro dele, a dor parecia insuportável, e minha cabeça estava um caos. Só conseguia pensar no bebê, no sangue... e no fato de Richard não estar aqui comigo.
Ao chegar no hospital, ele me ajudou a dar entrada. Eu quase não conseguia falar de tanta dor.
Ariana: Por favor, avisa o Richard... diz pra ele que eu estou aqui no hospital. - implorei, sentindo meu corpo fraquejar. Ele assentiu e saiu correndo para ligar para Richard enquanto eu era levada para dentro, sem saber o que estava acontecendo.
O medo de perder o bebê era esmagador, e tudo que eu conseguia fazer era rezar para que estivesse tudo bem.
Vieram duas enfermeiras e me deitaram em uma maca, daí já não vi mais nada.
Richard Ríos
O treino tinha acabado há pouco. Estava cansado, mas satisfeito com meu desempenho. A cabeça estava na Ariana o tempo todo, como sempre. Decidi voltar para casa mais cedo, queria aproveitar o restante do dia com ela. Saí do vestiário com a mochila nas costas, peguei o carro e fui direto para o apartamento.
Ao entrar no saguão, mal tinha dado dois passos quando o síndico veio correndo na minha direção, com o rosto preocupado. Meu coração acelerou de imediato.
- Richard, sua mulher... Ariana, ela foi levada pro hospital. - ele disse, e tudo em mim congelou. O medo me atingiu como um soco no estômago.
Richard: Oquê? Como assim? Qual hospital? - perguntei, já tenso, o pânico subindo rapidamente. Meu corpo estava em modo automático.
Ele me disse o nome do hospital, mas não consegui absorver muito mais que isso. Dei meia volta na mesma hora, saí correndo para o carro e dirigi rápido, minha cabeça um turbilhão. Ariana... o bebê... o que estava acontecendo?
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Nossa conexão // Richard Ríos
RomanceAriana é uma garota de 23 anos que mora com sua mãe e seu irmão mais novo no Rio de Janeiro. Ari faz faculdade de Fisioterapia Esportiva em um turno e no outro ela ajuda sua mãe no trabalho. A mãe dela tem um restaurante, então quando ela não tá na...