Capítulo 20

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Autora: @LarryWriting

N: ☺️

Harry estava em perigo, e essa era a única coisa em sua cabeça quando a adrenalina transbordando em seus nervos o impulsionou a se jogar em cima de Nick Grimshaw. Ele escutou o barulho do tiro, e ele sentiu o ardor de ter sido atingido. Ele mal foi capaz de distinguir as vozes berrando, sufocadas pelo rugido em seus ouvidos que seguiram a dor agonizante em seu lado direito. Mas era como se ele estivesse se afogando, afundando na água sem conseguir nadar para a superfície. A água fria na qual ele afundava trazia-o alívio, acalmava o calor intenso. Uma mão grande fazia pressão em seu peito, tocou em seu rosto, em seu pescoço. Impedia-o de afundar, e mesmo que ainda queimasse, a mão era confortante, e não era fria. Louis aprovava a mão grande e quente.

A mão eventualmente o abandonou, e mais mãos o agarraram, e ele foi puxado, sacudido, e cutucado com coisas. Elas não o estavam impedindo de afundar, elas estavam puxando ele bruscamente para a superfície pelo lugar que mais queimava. Louis não apreciava quem quer que fosse o dono das mãos, mas felizmente as mãos sentiram pena dele, e o mandaram para um sono escuro e solitário. Não era tão bom quanto a mão grande havia sido, mas era melhor do que a dor que ele estava sentindo.

Quando ele acordou de novo, foi devido a uma luz forte que penetrou suas pálpebras, e ele queria rolar para o outro lado da cama e esconder o rosto no peito de Harry, queria voltar a dormir. Mas ele não sentiu a presença do homem mais robusto enrolado em sua volta, e ele lembrou a si mesmo, ele deve ter ido trabalhar. Ainda assim, uma mão apertou a sua, e ele queria abrir os olhos, mas eles pareciam que haviam sido colados enquanto fechados. A mão na dele não era grande como a de Harry, e não parecia certo, mas ele apertou de volta, tentando pronunciar palavras coerentes em uma voz fraca que soou horrível até mesmo aos próprios ouvidos.

- Egghead... Harry, me abraça.

- Louis? - E Louis enrijeceu, porque aquela não era a voz de Harry. Aquela era uma voz de mulher. - Louis, meu bebê...

Os olhos de Louis finalmente se abriram. O teto não era o teto de Harry, a cama não era a cama de Harry, e ele estava ligado a fios, máquinas, tinha alguma coisa dentro de seu nariz, e ele gemeu, a voz dele rouca.

- Oh Deus- Harry, me ajuda- onde ele tá?!

- Shh, Lou, Lou... - As mãos passaram a segurar seu rosto e uma delas segurou o braço dele firme, mas gentilmente. - Ele deve ter ido trabalhar, querido, ele vai estar aqui mais tarde. Você não está em perigo. Você está seguro.

- Ele está bem? - Louis arfou. O peito dele doía, e ele não conseguia regular a própria respiração, mas para piorar a situação, o pânico pressionava em seu peito como um grande peso. - Harry-!

- Olha pra mim...

Louis finalmente parou de forçar os olhos a fecharem, parou de enrijecer cada músculo e fazer o peito dele gritar, e parou de bloquear as vias aéreas dele com o próprio pânico. Ele espiou de relance a pessoa que segurava seu rosto, os olhos dele pousando sobre olhos azuis familiares cheios de lágrimas, cabelo castanho, e o peito dele se contraiu ainda mais do que antes, se isso fosse possível.

- M-Mamãe?

- Oi, querido - Ela lhe enviou um sorriso trêmulo. - Já faz um tempo que eu não vejo você...

- Mãe! - Louis exclamou no tom mais alto que sua voz permitia, incapaz de acreditar que a mãe dele estava segurando sua mão e acariciando o cabelo dele. Eles não haviam se falado ou se visto fazia mais de um ano. Louis tinha vinte e três anos e vários meses quando deixou a casa de sua mãe. A mãe dele tinha um trabalho decente, Louis só servia para atrapalhar e ocupar espaço. Ele tinha um trabalho e podia ajudar a pagar as contas e encher a geladeira da casa, mas sendo um adulto, incomodava ele que ele vivia na casa de sua mãe quando ele deveria ter sua própria residência. Mas ele queria fazer algo por alguém. E então naquela noite, a noite em que ele escreveu um simples bilhete dizendo à mãe dele que não se preocupasse enquanto ele estava longe, havia sido a primeira noite em que ele roubou, e o domingo seguinte havia sido o dia em que ele encontrou Tina e as crianças para dar o dinheiro que ele tinha conseguido em troca.

Wanted Most ➳ l.s. (portuguese)Onde histórias criam vida. Descubra agora