Era uma daquelas tardes quentes e ensolaradas no interior, em plena fazenda onde (S/N) e Zé Felipe moravam. Eles adoravam aquele cantinho longe da correria da cidade grande, onde o barulho era só o vento nas árvores e o cantar dos pássaros. Hoje, porém, não era dia de sossego. Com a empregada de férias, o casal se aventurava a dar um trato na casa. Zé estava de vassoura na mão, enquanto (S/N) passava o pano nos móveis. Claro, a faxina deles era entremeada por boas conversas e risadas. Pareciam compartilhar o mesmo pensamento o tempo todo, o que rendia momentos hilários.— Ô, Zé, cê ficou sabendo da história do novo peão lá da vizinha? — (S/N) perguntou, rindo, enquanto limpava o pó da estante.
Zé Felipe deu um sorriso malandro, já sabendo do que ela estava falando.
— Ah, menina, eu ouvi, sim. Parece que ele já tá de olho na filha do patrão, hein? — disse ele, com aquele sotaque gostoso do interior. — Dizem que a menina até já apareceu lá na fazenda com um vestido novo, só pra impressionar.
— Só queria saber quem tá impressionando quem — (S/N) provocou, revirando os olhos. — Porque, se for igual o pai dela, já viu, né? Fica de olho no gado, mas o peão tá de olho é na herança.
Os dois riram juntos, como se compartilhassem um humor que só quem vive no interior consegue entender. Fazia tempo que Zé Felipe não ria assim, e (S/N) tinha boa parte dessa responsabilidade. Foi ela quem o fez voltar a cantar sertanejo. Desde que eles começaram a morar juntos na fazenda, Zé foi resgatando o amor por esse estilo que ele tinha deixado de lado. (S/N) também era do sertanejo universitário, e ela sempre se inspirou nos grandes como João Bosco e Vinícius, o que só fez com que ele se conectasse ainda mais com ela.
— E essa moda de pegar peão, hein? — Zé continuou, varrendo o chão da cozinha. — Não sei não, mas acho que essa menina da vizinha só quer fazer cena pra aparecer.
(S/N) riu alto, se apoiando no encosto da cadeira.
— Você fala como se não soubesse o quanto o povo daqui gosta de uma boa história. Aposto que até a tia Zuleide já tá sabendo do casamento que ainda nem aconteceu.
— Ah, isso eu não duvido. Se tem uma coisa que ela sabe, é antecipar a fofoca — Zé brincou, levantando as sobrancelhas.
Enquanto continuavam limpando e rindo, a cumplicidade entre os dois era evidente. Se um descobrisse algo, o outro era o primeiro a saber. Essa era uma das razões pelas quais eles se davam tão bem. Tinham as mesmas manias, o mesmo jeito espontâneo de falar e, claro, o mesmo medo de assombração.
— Sabe o que eu tava pensando? — Zé parou por um momento, escorando-se na vassoura. — Se o Leonardo descobre que a gente passa o sábado fofocando em vez de beber cerveja, ele me deserdava.
(S/N) gargalhou.
— Bom, pelo menos eu sou a nora perfeita dele. Só não bebo, mas o resto tá no ponto! — disse ela, piscando, sabendo que Leonardo já tinha se derretido por ela faz tempo, muito mais agora que ela tinha feito Zé voltar ao sertanejo.
Zé deu uma risada, se aproximando e puxando-a pela cintura.
— Ah, cê é perfeita, meu amor. Não precisa nem de cerveja. Só de você aqui comigo já tá bom demais.
(S/N) sorriu e descansou a cabeça no peito dele por um instante, sentindo o coração do marido bater devagar, em paz. Eles estavam longe das câmeras e dos holofotes. Não eram mais o cantor e a estrela do sertanejo, apenas duas almas simples, rindo e vivendo o dia a dia juntos. Ali, na fazenda, tudo parecia mais simples, mais verdadeiro.
— A gente é meio doido, né? — ela disse baixinho.
— Meio? — Zé respondeu, rindo. — A gente é muito doido! Mas se não fosse assim, não ia ter graça.
........................................................................................
Foi um pedido, espero que goste ❤️
VOCÊ ESTÁ LENDO
Imagines II
RandomVenha se iludir um pouquinho! Histórias diversas de vários personagens fictícios. ❤️ - Esse livro só está disponível no Wattpad, se estiver lendo em outra plataforma CUIDADO ⚠️