Erik e Charlotte ficaram em um canto, os olhares dos outros ainda direcionados para o círculo em que o jogo de verdade ou consequência continuava. Ele tentou mudar de assunto, mas o clima tenso persistia.
- Você quer sair daqui? Podemos dar uma volta. - sugeriu Erik, tentando proporcionar a Charlotte um respiro daquela situação desconfortável.
- Vamos.
Os dois saíram da sala, aproveitando a oportunidade de escapar das risadas e brincadeiras do grupo. Ao caminharem pelo corredor da casa, o silêncio os envolveu, mas não era um silêncio desconfortável. Era como se eles pudessem finalmente relaxar sem a pressão dos olhares alheios.
Erik olhou para Charlotte, que ainda parecia pensativa.
- Sabe, você não precisa se sentir mal por nunca ter beijado ninguém. - ele disse, tentando ser reconfortante. - Todo mundo tem seu próprio ritmo. Não é uma competição.
Charlotte soltou uma risadinha, quebrando um pouco a tensão.
- Obrigada, mas parece que todos estão sempre tão ansiosos para fazer essas coisas. Às vezes, eu sinto que estou ficando para trás.
- Não se preocupe com isso. O que importa é que você se sinta confortável. E quando você decidir fazer algo, vai ser especial, porque será por sua escolha.
Eles continuaram a caminhar e acabaram chegando ao jardim dos fundos da casa. A noite estava clara, e a brisa suave trouxe um ar de tranquilidade. As luzes da festa piscavam à distância, mas ali atrás, era como se estivessem em um mundo separado.
- Eu adoro passar tempo ao ar livre. - comentou Charlotte, olhando para as estrelas. - Às vezes, tudo isso me parece um pouco opressivo.
- Concordo. - disse Erik, observando as estrelas também. - Às vezes, é bom apenas desacelerar e olhar para o céu.
Um momento de silêncio confortável se seguiu, e então Erik decidiu abrir seu coração.
- Sabe, Charlotte, eu... eu sempre achei você uma pessoa incrível. Na verdade, eu costumava pensar que você era muito legal quando éramos crianças. Sempre tão gentil e atenta.
Charlotte virou-se para ele, surpresa com a sinceridade.
- Sério? Eu não sabia que você pensava isso.
Erik sorriu, um pouco tímido, mas determinado a continuar.
- Sim. E agora que estamos mais velhos, é legal ver como você ainda é essa pessoa. Mesmo com todas essas coisas acontecendo, você ainda é você.
Charlotte sorriu timidamente, o calor subindo ao rosto dela.
- Obrigada, Erik. Eu... aprecio muito isso.
O silêncio se instalou novamente, mas agora era um silêncio diferente. Eles se encararam.
-Então, o que você quer fazer agora? Voltar para a festa ou... ficar aqui um pouco mais? - Erik perguntou, dando a Charlotte a opção.
Ela olhou para o interior da casa, onde as risadas e a música continuavam, e depois voltou seu olhar para ele.
- Podemos ficar mais um pouco aqui, se você não se importar.
- Não me importo. - respondeu Erik, sentindo-se mais à vontade do que nunca.
Ao final, quando o assunto do beijo surgiu novamente, Charlotte se virou para ele com um sorriso travesso.
- Quem sabe na próxima vez eu não tenha que dar um beijo para alguém? Desde que seja alguém que eu realmente queira.
Erik sorriu, seu coração acelerando com a ideia.
- Eu ficaria honrado se você escolhesse me beijar.
Charlotte soltou uma risada leve, mas algo em seu olhar indicava que ela estava considerando isso seriamente.
Talvez um dia. - ela respondeu, sua voz suave.
A leveza da conversa foi rapidamente ofuscada por uma dúvida que surgiu em sua mente. Afinal, ele havia mencionado que ficaria honrado se ela o beijasse, mas ela se lembrou de que ele tinha bebido um pouco. Aquela confiança poderia ser apenas o efeito do álcool, e isso a deixou um tanto confusa.
- É só... você não acha que a bebida pode fazer a gente dizer coisas que não sentimos de verdade? - questionou, seus olhos buscando o dele.
Ele deu um passo em direção a ela, tentando transmitir sinceridade.
- Você realmente acha que eu seria capaz de beijar alguém só porque você disse isso sobre efeito do álcool? - ele questionou, um pouco brincalhona, mas também séria.
O coração de Charlotte disparou. Havia algo ali, algo que ela não tinha percebido antes, e a sensação de insegurança começou a se dissipar, mas uma nova ansiedade surgiu.
- Erik, e se tudo isso mudar se nós... se nós nos beijarmos?- ela questionou, seu tom nervoso à medida que a realidade do momento começou a se solidificar.
Erik franziu a testa, claramente pensativo.
- Isso é um risco que a gente tem que correr, não é? Às vezes, as coisas mudam, e outras vezes, elas só se tornam mais claras. E eu acho que, se tivermos uma chance de descobrir isso, seria incrível.
- E se nós não estivermos prontos para isso? - ela perguntou, agora mais cautelosa.
- Acho que só saberemos se tentarmos - Erik respondeu, com sinceridade em sua voz. - E se não for certo, ainda seremos amigos, certo?
- Mas não quero que você se sinta pressionado a me beijar porque está bêbado. - ela falou, o coração acelerado, e seus pensamentos girando.
Erik sorriu levemente, aliviado por ela estar aberta à ideia.
- Charlotte, se eu disser que quero te beijar, vou querer que seja de verdade, sem álcool e sem jogos. Somente nós dois.
Erik deu um passo mais perto, seu olhar fixo nos olhos de Charlotte. Ele podia sentir seu coração disparar, e o desejo que tinha por ela estava transbordando.
- Erik...- começou ela, mas antes que pudesse terminar, ele se inclinou, seus lábios finalmente se encontrando.
Charlotte, inexperiente, não sabia muito o que fazer a princípio, mas Erik, percebendo sua hesitação, a guiou com sutileza. Ele inclinou a cabeça de um jeito que tornava tudo mais fácil, como se estivesse tentando mostrar a ela o que fazer. Ele pressionou os lábios levemente, e Charlotte sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo.
A princípio, o beijo era calmo, mas logo se tornava mais intenso, à medida que Erik a encorajava a se soltar. Ele passou uma mão suave pela sua cintura, trazendo-a mais perto, e Charlotte sentiu a segurança daquela proximidade. A conexão entre eles se tornava mais forte, e, conforme a confiança dela crescia, ela começou a corresponder.
- Uau.- foi tudo que ela conseguiu dizer.
- Uau mesmo.-ele respondeu rindo levemente
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𝐴 ℎ𝑎𝑝𝑝𝑦 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔
FanfictionCharlotte Beaumont se envolveu intensamente com os irmãos Menendez, mas após uma tragédia, os laços se romperam, e ela foi forçada a seguir em frente sem eles. prestes a completar 20 anos, Charlotte recebe a inesperada visita dos Menendez em sua fes...