absurdos acontecem.

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Ainda imóvel em frente a tv, horrorizada com a notícia, a mulher sentiu uma lágrima gélida e solitária descer por toda a extensão de seu rosto.

- Senhorita Yoo, a senhora se sente bem? - as mãos macias de HyunA tocaram os braços de Jimin. - Senhorita, oque houve? - a mulher não havia ouvido o noticiário dizer sobre a morte de Minjeong.

HyunA não sabia nem quem era Minjeong.

- M-minjeong... - a voz de Jimin saiu trêmula enquanto ainda olhava para a televisão. - Quem é Minjeong, Senhorita? - perguntou com um semblante confuso no rosto.

- Foi a garota com quem eu tive o meu tão desejado amor a primeira vista. - seus olhos não saíam da tela por nada, a carta escrita a mão de Minjeong passava na tv.

- Espera, você é lésbica? - Jimin tirou finalmente os olhos da televisão e os direcionou ao rosto da coreana com uma expressão dolorosa.

HyunA entendeu esse recado como um
' não é hora para isso, HyunA '. A mulher recuou e viu o mundo de Jimin aos poucos desabar. Se aproximou novamente e abraçou a mesma sem sua permissão.

Mas quem disse que permissão importava agora?

[...]

Os olhos de Jimin já se encontravam inchados de tanto apertá-los mas o único esforço que fazia agora era respirar.

Nem ao menos piscava, deixava as lágrimas caírem por si só. E eram tantas que sua mão se encontrava encharcada por estar com elas por cima de seu joelho. Suas pernas estavam dobradas e tinha suas mãos sob seus joelhos, logo em seguida tinha seu queixo.

Seus olhos presos em um ponto fixo, ela não tinha a intenção de se mexer tão cedo se não ouvisse seu celular tocar.

Jimin nunca implorou tanto a Deus que fosse apenas uma brincadeira e que fosse apenas Minjeong ligando.

E em poucos segundos, ao ver quem ligava para ti, as lágrimas continuaram a descer mas dessa vez sentiu seu cenho franzir involuntariamente.

- Oi, mãe. - sua voz saiu embargada, preferia não falar nada até conseguir se recuperar dos soluços. - Oi, minha filha linda. Oque houve? Parece mal. - notou de primeira o estado da filha.

- Nada, mãe. Porque estaria mal? - negou tudo. Seria idiota falar da perda e saudade de uma pessoa que nem conheceu direito.
- Você não me engana, meu amor. Quer me contar? - Jimin abaixou seu rosto e enfiou a mão no cabelo, o jogando para trás, soltando um soluço em seguida.

- Mãe, seria muito idiota falar isso para ti. - limpou suas próprias lágrimas e sentia seus coração errando as batidas. - Meu anjo, quanto mais cedo você liberar essa dor, mais cedo conseguirá superar. Se dói tanto, precisa compartilhar para que mais rápido se recupere. - Jimin concordou mentalmente com ela.

- Se eu for lhe falar, pode ser amanhã? Está tarde. - respirou profundamente, olhando para cima e encostando a cabeça na parede atrás de si. - Com certeza, meu amor. Para você sempre irei estar disponível. Te vejo amanhã, eu te amo. Se cuida. - Jimin, mesmo chorando, conseguiu um sorriso.

- Eu te amo, mãe. - sorriu e tirou o celular de orelha, esperando o barulho do telemóvel desligar. Quando o ouviu, fechou os olhos e mordeu seu lábio.

É mesmo idiota estar chorando tanto por uma perda de quem não tinha nada. Mas era especial, importante. Jimin sentia seu coração despedaçado, havia perdido um amor a primeira vista e nem conseguiu um perdão da mulher antes de lhe deixar ir.

Ela havia se disposto a chave de defesa mas nem serviu de nada.

Se sentia inútil, podia ter feito algo contra.

- Oque você tinha na sua cabeça quando TRANSOU com o pai dela apenas para se aproximar da garota, Jimin?! Você só pode ser idiota. - bateu em sua cabeça várias vezes, podia sentir seu cérebro se mexer após se agredir.

Abriu seus olhos e viu o quão escuro já tava. Via o sereno bater na grande vidraça a sua frente. Não negou quando sua mente lhe proporcionou uma experiência nova para realizar.

Se levantou e foi ao banheiro, se olhou no espelho e viu a carcaça que estava seu rosto. Passou apenas uma água e secou com a toalha que estava ali mesmo e pegou seu celular.

22:12pm.
Não estava tão tarde.

Desceu silenciosamente as escadas e abriu a porta principal, saindo de lá sem deixar nenhum rastro.

Andou pelas ruas de Seoul sem nenhum rumo, andava e nem sabia onde estava. Só sabia que daria em algum lugar bem distante.

Viu casais, viu animais, viu diversos estabelecimentos abertos mas nenhum lhe interessou realmente.

Andava sem rumo, o frio invadia seu suéter cropped, as maçãs do seu rosto estavam um gelo e a ponta de seu nariz já se encontrava vermelha.

E para seu sucesso, uma chuva grossa tocou sua testa. Suspirou e sentiu os respingos começarem a se tornar uma chuva forte.

Logo estava encharcada, a chuva atingia sua pele livre. Havia esquecido de trocar para um de suéter longo.
Como não sabia para onde ia, apenas atravessou uma rua aleatória, sem nem olhar para os lados.

Apenas viu um carro no meio da rua, os faróis bem em seu olho. Fechou os mesmos, apenas esperando o impacto, mas ele não veio. Abriu receosamente os olhos e viu o carro parado.

- Oh, meu Deus! Você está bem? - uma mulher dos cabelos de fogo chegou em sua direção. Mas porque é que Jimin não conseguia tirar os olhos dela? Porque parecia tão atraente?

- Eu vou chamar uma ambulância. - parecia tão aflita, mas foi só isso para Jimin acordar. - Não, eu estou perfeitamente bem! - passou as mãos em seus braços, sentindo o gelo que estava seu casaco.

- Você está toda molhada... - a garota pegou nas mangas do suéter de Jimin.
- Não se preocupe, estou em perfeito estado. - as mechas de Jimin estavam completamente baldejadas, as olheiras da mesma a denunciavam que estava chorando.

Mas se fosse para para pensar nisso, voltaria a chorar.

- Venha, no meu carro tem roupas limpas e secas. Se continuar nessa situação vai pegar um resfriado. - puxou Jimin pela cintura até o carro e entrou também.

- Aí atrás tem roupas secas, troque-se. - se virou completamente para frente, pousando as mãos no volante.

- Ei, para de me secar! Pervertida. - a de cabelos vermelhos olhava discretamente pelo retrovisor principal, mas foi pega. - Hey, me desculpa! É que que não posso disfarçar que suas curvas são lindas... - olhou para a cintura e peitos da garota, tentando pegar o máximo de detalhes possível.

- Obrigada¿ - disse meio confusa.

- Ok, me desculpa. Dei uma de homem agora. - Jimin sorriu canalha abotoando uma camisa social. - Como é o seu nome? - a mulher viu Jimin passar para o banco da frente, ainda vestindo um casaco.

- Porque não me diz o seu primeiro? - Jimin se virou completamente para a mulher. - Meu nome... - gaguejou quando viu dois botões da camisa de Jimin abertos.

Puta merda...

Quando voltou de seu transe, tinha uma Yoo a olhando, esperando ela voltar seu olhar para o rosto da mesma e responder sua pergunta.

- Meu brotinho, minha pergunta foi breve. Que tal parar de me comer com os olhos e me responder com a boca? Eu acho um máximo essa ideia. - disse com muito sarcasmo no tom de voz que usava.

- Seulgi. - não gaguejou e nem nada, apenas saiu de forma automática, direcionando seu olhar para as orbes escuras a encarando.

- Jimin. - estendeu sua mão, que ligeiramente foi atendida. A mão macia de Jimin de encontro com a de Seulgi montou uma galáxia na cabeça de Jimin.

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