33- A MALDIÇÃO QUE CARREGO (LUIGI)

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Oi, amigas! Tudo bem? Eu tenho reparado que os capítulos estão vindo com alguns errinhos para cá. Sorry, é que eu tenho escrito e revisado na maioria das vezes igual a um zumbi, cheia de sono. Por favor, não reparem kkkkk Então bora começar

***

Cada ruído dentro e fora do castelo eu escutava. Meus ouvidos estavam preparados para o aviso da chegada de Cassandra. No entanto, ela não veio.

A criada mais jovem saiu pelos burgos no final da tarde atrás de curandeiras. Ninguém podia saber, tudo ocorria em segredo, porém não as encontrou. Mas não voltou para o castelo sem as ervas que a rainha orientou, o que amenizou sua hemorragia.

Laysla já tinha desmaiado duas vezes nos meus braços ao tentar usar o feitiço para diminuir a dor, pensei que a perderia. Todavia, sua pele corava novamente e no seu olhar a opacidade dava espaço para o brilho.

Penteando os seus cabelos espalhados sobre o travesseiro, soltei os meus pensamentos: — Você agora é tão frágil como uma boneca de porcelana...

Ela me fitou, depois virou o rosto na direção da janela.

— Talvez seja o destino cumprindo com o que eu pedi há alguns dias — respondeu, puxando a parte do cobertor que eu sentei em cima. Ergui-me e a encarei revoltado. Falava de morte, quando via o meu pavor? A minha vontade era repreendê-la por ousar tocar no assunto inaceitável, no entanto, busquei fazer o uso da pouca paciência que tinha.

Caminhei pelo quarto e me debrucei na janela, olhando para a lua cheia que me remetia as piores coisas, rebati:

— Talvez, Laysla, seja o destino mostrando quem te ama de verdade! Se fosse eu no lugar do caçador, teria trazido a bruxa até aqui, nem que fosse amarrada e arrastada pelos cabelos.

— É claro... — Ela sorriu enfraquecida. — Cassandra teria chegado toda esfolada e morta não faria nada. Você nunca faria desse jeito, Luigi..

— Ah não? — Arqueei a sobrancelha no aspecto sarcástico de sempre. — E de que jeito eu faria?

— Bom — Suspirou, pensativa —, eu acho que se você estivesse na posição do Kairon, acusaria Cassandra de alguma coisa bem ruim para o seu líder e ela não teria outra opção, senão correr para um lugar que a receberia bem. Ela viria para cá, já que pensa que eu a convoquei.

Fiquei abismado com o modo que me via, um manipulador, um sociopata sem coração. Não estava completamente errada. Nesses casos, eu agia com estratégia e com cautela.

— Se bem que... — Laysla continuava, mas parou.

— Se bem que...?

— Luigi, você disse que a mordeu, não foi? Tentou matá-la, então como acha que ela virá até aqui? Cassandra deve estar com medo.

O medo não seria o sentimento que a velha sentiria. Em todas as vidas, sempre pareceu disposta a desfrutar do que foi reservado a ela. No entanto, havia um fator a mais. Não contei sobre o meu reencontro com Cassandra na noite em que fui parar no território inimigo. Nós dois estávamos abalados há três dias. Ela por ter descoberto a sua vida passada e visto Kairon, já eu... Bem... Estava na hora de explicar cada detalhe do que passei na vila dos camponeses.

— Lembra da casa onde me escondi dos lobisomens? — Parei de frente a ela na cama. Laysla se sentou com cuidado e assentiu. — O lugar estava cheio de animais. Eu os matei... Matei quase todos, só sobrou um... — Não a encarei, pois sabia que encontraria um semblante de reprovação. Mas escutei sua pulsação arterial aumentar e fiquei apreensivo em como reagiria com a informação a seguir. — Houve um momento em que os camponeses ficaram em silêncio, na hora em que Michel saiu de dentro de uma tenda carregando a harpa... Os animais faziam cada vez mais barulho e quanto mais eu me irritava, a minha presença se tornava uma ameaça. Eles sentiam. Os animais têm a capacidade de captar a energia. E a minha... Você sabe... Às vezes sou perigoso, mas é preciso... E no momento em que se inquietaram, vi pela fresta nas tábuas da janela que uma criança começou a olhar na direção da casa, sacudindo a mão da mãe. A mãe do garoto permaneceu envolvida com o ritual... Até eu fiquei curioso com a maneira que as nuvens se abriram na direção da harpa que o meu irmão levantava. Porém não podia ignorar aquela barulhada toda em volta de mim, e logo outras pessoas reparariam como o garoto. Então, peguei a minha espada e fui decapitando um a um, mas quando parei de frente a porta, ela estava aberta. O garoto estava parado me olhando com os olhos arregalados, completamente sem ação. Fiquei como ele nos primeiros segundos e deixei a minha espada cair no chão. E quando vi o seu peito estufar e os seus lábios se prepararem para um grito, eu avancei sobre ele...

MEU CAÇADOR E EU 2 (Continuação)Where stories live. Discover now