Minha namorada é um demônio

Pesadelos reais?

Dan subiu as escadas e foi em direção ao quarto de Lucy, abriu a porta com uma mão enquanto segurava a bandeja com outra. Sabia que ela não precisava comer mas algo lhe dizia que ela havia mentido. Se aproximou e sentou a beira da sua cama a observando dormir.

Porém estranhou o fato dela estar suando e sua mão estava inquieta,como se precisasse desesperadamente segurar algo.

Colocou a bandeja sobre o criado mudo e entrelaçou seus dedos entre os dela,pegar sua mão era algo bom.

E numa fração de segundos sentiu um impacto,arregalou os olhos e viu Lucy com a mesma cara de espanto em cima do seu peito,seus olhos transmitiam choque,pânico, lágrimas começaram a rolar do seu rosto, ela o abraçou desesperadamente,ele a abraçou de volta mesmo sem entender o motivo do pânico.

- Gente,que tal irm ... - Clary se interrompeu quando viu a cena,primeiro pensou que eles estivessem em um momento romântico e sorriu,depois viu as lágrimas no rosto da irmã e travou,ficou parada na porta sem saber o que fazer,o que falar ...

- Cá,eles voltaram. - Levantou desengonçada (coisa que Dan nunca imaginou que ela seria) e correu para a irmã, se jogou em seus braços em prantos.
- Eles quem?
- Os demônios, os pesadelos ... - Sussurrou.
- Hó,meu Deus !! - A abraçou com mais força. - Eu pensei que eles tivesse ido embora.
- Eu também. Mas eles voltaram. Voltaram. - O desespero era eminente na voz. Era como passar de uma muralha inquebrável para uma criancinha de 3 anos. Isso não a tornava fraca.

Dan levantou do chão (os cotovelos ardendo por causa do impacto) sentou encostado na cabeceira da cama encarando as duas. Não estava entendendo nada.

- Vou burcar água.

Clary desceu as escadas,Lucy parou como se estivesse alienada,meio fora do ar ...

- Lu,tudo bem?

Seu peito estava apertado,precisava saber o que estava acontecendo. Ela o encarou,aquele olhar fez com que Dan se sentisse em pedaços. Nem precisava de resposta.
Não sabia o que fazer,se ia até lá o ficava onde estava. Estava tão perdido quanto ela.

Lucy andou até ele e afundou em seus braços o segurando como se estivesse prestes a cair em um precipício sem fim, estava gelada como alguém que acaba de levar um susto daqueles. Dan começou a entrar em pânico também, logo que Clary apareceu na porta (com Mat atrás) se pegou gritando:

- O que droga está acontecendo?

Clary se assustou e derrubou o copo,cacos de vidros espalhados no chão.

- Eu pego outro. - Mat se prontificou.
- Lu? - Olhou a irmã como se pedisse permissão para contar. Ela concordou com a cabeça.
- Pesadelos. Dês de que o papai morreu ela tem esses pesadelos.
- Coisas ruins acontecem quando os tenho. - Falou,a voz só transmitia medo.
- Calma Lu,vai ficar tudo bem. - Sentou ao lado da irmã e segurou sua mão,sorriu. - Geralmente sou eu que fico mal,então não sou tão boa em consolos.

Lucy deu um sorriso de leve,o rosto voltando ao branco normal (não o branco fantasma),Mat apareceu com o copo de água e uma vassoura. Depois de beber toda a água Lucy já estava mais calma.

- Sobre o que foi o sonho? - Clary perguntou,encarando a irmã.
- Não quero falar sobre isso.
- Tudo bem.
- Pode me deixar sozinha com o Dan?
- Claro. - A beijou na testa e saiu.
- Obrigado. Você também Mat.

Mat encostou a porta. Lucy saiu dos braços de Dan e sentou ao seu lado,vergonha estampada no rosto.

- Desculpe ...
- Por?
- Não sei. Não sei bem o que aconteceu ... - Forçou os olhos como se assim conseguisse lembrar. - Só sei que acordei em cima de você.
- Bom,você estava suando e sua mão parecia tentar segurar algo.
- Eu só não queria cair. - Falou,sem expressão.
- Cair?
- Eu estava caindo,de um precipício.
- Tem medo de altura?
- Não. Mas no sonho em tinha. Era estranho...
- E como foi o sonho?
- Eu estava correndo,tentando salvar alguma coisa,não sei ... Depois eu era atingida por um demônio e tinha o braço cortado bem profundamente e então eu caía ... Mas antes que pudesse atingir o chão uma pessoa me dava a mão. Me segurava ... É tudo que lembro.