Daitai Love

2K 144 176
                                    

©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

***

Kagami chegou em casa e foi inundado pelo alívio. Aquele havia sido um dia tenso, cheio de chamadas ao longo das horas. De casos simples até um grave acidente de carro. Ser bombeiro e salvar vidas era uma profissão nobre, mas perigosa e atribulada.

Voltar para a paz do lar era como deixar de lado a tensão e adentrar um porto seguro. E com tal sensação, Taiga tirou os sapatos no gekkan, colocou as chaves sobre a pequena porcelana ao lado da TV e respirou fundo.

— Tadaima! — exclamou, voz rouca e cansada.

Ouviu a resposta de Daiki, meio abafada, e sorriu.

— 'Kaeri!

O apartamento em que morava desde o primeiro ano do colegial mudara um bocado, graças ao outro rapaz que viera dividir o lugar. Seu namorado. Um cara espaçoso, folgado, de personalidade forte, que marcara território de forma muito clara.

E isso era bem óbvio nos dias de folga de Aomine: um pé de meia aqui, uma blusa sobre o sofá, copo meio cheio de suco na mesa e algumas louças sujas sobre a pia. Uma vez preguiçoso...

Balançando a cabeça, Kagami seguiu direto para o quarto de hóspedes que fôra adaptado e transformado em uma espécie de estúdio. Bateu de leve na porta e entrou.

A cena não o surpreendeu. Daiki estava sentado no chão, apoiando-se em uma mesinha de centro. Pilhas e pilhas de papel se espalhavam pra todo lado. O rapaz segurava um pincel molhado de tinta nanquim. Acenou para Taiga com a outra mão.

— Okaeri — repetiu sem erguer os olhos.

Kagami encostou-se no batente da porta e assistiu por alguns segundos enquanto o namorado contornava os traços suaves de um desenho estilo mangá. Logo que começaram a se relacionar, acerca de dez anos atrás, descobrira que Aomine não possuía talento apenas no basquete. Ele era bom em desenhar e sempre que a preguiça deixava, usava aquilo para relaxar.

Com o envolvimento amoroso e a paixão por basquete, mal tinha tempo ou vontade de criar historias em quadrinhos. Ao passar do tempo, o namoro se tornou sólido, o companheirismo ganhou tons mais maduros, o emprego de policial tinha sua cota de perigo e tensão e Daiki viu nos mangás uma chance de extravasar e descontrair. Algo que podia fazer em casa e o melhor: ganhar algum dinheiro com isso. E em que era bom, surpreendentemente. Algumas vezes voltara para casa da editora com uma caixa de papelão cheia de cartas de fãs.

Kagami sabia que Aomine conseguira que alguma editora (ousada) publicasse sua história em quadrinhos. Até tentara ler no princípio, mas não era algo que prendesse sua atenção. Não tinha paciência para ler, fossem livros, mangás, jornais, bulas de remédios... Porem, desde que Daiki ficasse feliz, Taiga também ficava.

— Como foi seu dia? — a voz do rapaz sentado no chão atraiu a atenção de Kagami. Ele ajeitou o par de óculos na ponta do nariz. Usava óculos a algum tempo, durante as leituras e o desenho.

— Uma correria — Taiga respondeu, cruzando os braços — To louco pra tomar um banho, comer alguma coisa e cama.

Nesse ponto, Daiki ergueu a cabeça e olhou fundo para o outro homem.

— Ee? Só isso? — sorriu, sugestivo.

Taiga conhecia bem aquela expressão. Acabou sorrindo torto em resposta.

— Como foi o seu dia? — desconversou.

— Tranquilo. Faltam apenas duas páginas e aplicar umas texturas. Estava esperando você chegar para tomar um banho, comer algo e terminar com uma sobremesa na nossa cama.

Daitai Love (AoKaga)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz