A luz no fim do túnel

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Nunca pensei muito como morreria - embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso -, mas , mesmo que tivesse pensado , não teria imaginado que seria assim .  

Dizem que quando morremos nossa vida passa diante de nosso olhos, não sei se acredito nisso mas garanto que não vi minha vida e sim uma escuridão e senti uma solidão. 

Depois de algumas horas inconsciente senti alguém segurando minha mão e então abri os olhos lentamente. Vi Vanessa e duas enfermeiras, então disse:

-Porque tem sangue na tua roupa? Menstruou e usou a blusa de absorvente?

-Nossa, nem depois de quase morrer tu deixa de fazer piada. É teu sangue sua idiota. Ta se sentindo melhor? Tu me deu um grande susto sabia?

As enfermeiras se aproximaram para me medicar.

-Eu to bem. Tu toma susto até por borboletas, é mais fiasquenta que criança vendo filme de terror. Quando vou embora desse lugar? -Disse olhando para a enfermeira-

-Vou chamar o medico para conversar com a senhorita. -Respondeu-me seria.-

Vanessa estava com cara de preocupada e olhava para a janela a cada 5 segundos.

-O que houve? E não me diz que não foi nada eu te conheço e sei quando tu ta estranha. Fala agora. -Encarei ela.-

-Ju, tu não lembra de nada?

-Lembro, ele atirou em mim e depois tudo ficou escuro.

-Quando eu vi que tu caiu eu corri e ele veio atrás, por uns segundos até eu pensei que tu tinha morrido tu tava sem pulso, não acordava de maneira alguma. Um vizinho ouviu e chamou a policia, assim que ele ouviu a sirene ele fugiu, nós te trouxemos pro hospital e eu contei tudo o que aconteceu pra policia. Eles querem falar contigo e já iniciaram as buscas pra achar aquele canalha.

-Hmm, legal. 

-Legal? O cara tentou te matar três vezes e quando ele vai ser preso tu diz "hm, legal". Qual teu problema?

-Só quero ir pra casa.

O medico entrou na sala e eu já fui super delicada né, só que não.

-Já posso ir embora?

-Não. Ainda tem que ficar aqui mais algumas horas para observação, afinal foi um cirurgia de risco.

-Uma o que?

-Cirurgia, ninguém te disse nada? Tivemos que fazer uma cirurgia para remover a bala alojada nas tuas costas ou tu morreria, e como foi uma cirurgia de risco tu tem que ficar aqui mais algumas horas.

-QUEM AUTORIZOU? VOCÊS DEVERIAM TER PEDIDO AUTORIZAÇÃO PRA MIM, EU NUNCA IRIA CONCORDAR COM NENHUMA CIRURGIA. QUE ME DEIXASSEM MORRER.

-Tu chegou inconsciente, era a unica maneira de te salvar. Quando um paciente estava inconsciente a pessoa que o trouxe ou parente mais próximo é quem tomas as decisões, no caso tua amiga foi quem tomou essa decisão. Acho que antes de qualquer coisa tu deveria se acalmar, tem que ficar de repouso absoluto e não pode se estressar. Qualquer coisa podem me chamar, vou estar no corredor organizando seus papeis.

O silencio tomou conta do lugar, eu só queria minha casa, minha cama e ficar sozinha. Sei que Vanessa agiu certo pois não queria que eu morresse, mas odeio que tomem decisões sem me comunicar, ainda mais algo tão importante.

As horas passaram e eu acabei dormindo e Vanessa também.

Um amor psicopataWhere stories live. Discover now