The Bitch - Norminah

Despair.

POV NORMANI

                             6 de Abril de 2015

:- Agora você pode me explicar o que houve? - Ally estava atrás de mim com os sapatos nas mãos. Suas bochechas avermelhadas e seu peito subindo e descendo por conta de sua respiração. Minha maquiagem com certeza deveria estar totalmente derretida por conta do choro.

:- O Theo. - Falei entre os soluços. Minhas mãos estavam apoiadas na pia da cozinha enquanto eu derramava minhas lágrimas em desespero.

:- O que houve? O que tem ele, Normani?

:- A gente teve uma conversa séria. Ele está me ameaçando novamente, Ally. Disse que se eu não pagar o aluguel do ponto, irá me matar. - Finalmente me virei olhando-a. Sua feição era de preocupada, seus olhos arregalados com uma mecha entre eles.

:- Como assim? Quanto tempo está acontecendo isso?

:- Ele foi lá na avenida hoje. Falou um monte de coisa pra mim. Falou que eu sempre paguei direito, mas agora estou relaxada e não estou querendo pagar. Tentei explicar pra ele que tive alguns problemas com dinheiro, mas com ele não tem essa, ele disse que quer 5 mil dólares até o fim dessa semana.

:- Mani, você consegue pagá-lo. Seus programas são maravilhosos, você pode aumentar, sei lá. Você consegue, amiga. Eu te ajudo!

:- Mas eu preciso pagar tanta coisa esse mês, Ally. Aquela idiota da Dinah fez eu perder um programa que iria ajudar muito. Eu não sei como será se eu não der esse dinheiro à ele. - Abaixei a cabeça soltando um suspiro. Eu estava totalmente desnorteada, isso me pegou de surpresa. Senti os braços de Ally em minha cintura e sua cabeça pousar abaixo dos meus seios. Ally era tão pequena que eu podia carregá-la no colo com um braço sem nenhum problema.

:- Vai dar tudo certo. Eu irei te ajudar, de qualquer forma.

:- Obrigada, Ally. Eu não sei o que seria de mim sem você.

:- Nada. Eu sei. - A abracei mais forte. Ally era a única pessoa que eu me importava. Ela é praticamente minha irmã. Não sei como seria minha vida sem ela ao meu lado.

:- Eu amo você. - Falei um pouco abafado por estar com a cabeça em seu ombro. Ela começou a afagar meus cabelos em demonstração de carinho. Ally era a única pessoa pra quem eu falava essa frase.

:- Eu também te amo. Que tal tomar um banho e tirar essa roupa?

:- Eu não consigo pensar em outra coisa que não seja essa perturbação.

:- Quanto mais você pensar, pior fica.

:- Mas Ally...

:- Sem mais, vem! - Pegou em minha mão puxando-me para o meu quarto. Sentei na cama tirando aquele salto e o vestido apertado de couro preto.

:- Você deve estar cansada, não quer ir pra casa?

:- Só vou quando você estiver melhor.

:- Eu já estou.

:- Eu te conheço, Normani. - Cruzou os braços. Suspirei me levantando da cama e indo até o banheiro. A vontade de chorar veio à tona junto com o desespero.

Entrei debaixo do chuveiro de calcinha e sutiã mesmo, não tinha força pra nada. Eu não sei como iria fazer para ter esse dinheiro em uma semana. Eu nem tinha da onde tirar, o dinheiro que eu guardei no banco não chegava nem aos pés disso. Depois de quase uma hora no chuveiro, resolvi sair. Deixei minha calcinha e o sutiã na lavanderia e entrei no quarto só de toalha. Ally estava sentada mexendo em seu celular, mas quando ouviu meus passos ergueu o rosto e me deu um sorriso tão fofo. Comecei a me trocar na frente dela mesmo, não havia vergonha entre a gente.  Coloquei uma blusa quadriculado para dormir confortavelmente. Deitei na cama e Ally se sentou um pouco mais próxima mexendo em meu cabelo.