Capítulo 7

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No dia seguinte Onur chegou mais cedo a empresa, ficou trancado em seu escritório.
Ele estava perdido em pensamentos, e foi interrompido quando alguém abriu a porta, ele levantou a cabeça de uma vez, com uma expressão furiosa.
– Calma Onur, sou eu, só vim porque você ontem estava muito estressado e achei melhor não chegar perto. – Kerem caminhava lentamente até Onur. – Mas pelo jeito vir agora, também não foi uma boa ideia. – Kerem falava com cautela.
Onur continuou em silêncio, olhou para seu relógio de pulso, viu que eram 8h10, ele pegou uma pasta em cima da mesa, uma caneta e saiu deixando Kerem sozinho.
– Definitivamente ele não está normal... – Kerem respira fundo e sai da sala dele.

Sherazade estava saindo para trabalhar, estava muito preocupada, porque ela estava extremamente atrasada, ela correu para pegar o primeiro táxi que passasse a sua frente. O motivo era muito simples, ela não tinha conseguido terminar seu projeto adaptado para os hotéis em Dubai. Por isso teve acordar às 4h da manhã para terminá-lo e assim, ela não conseguiu terminar a tempo para chegar cedo ao trabalho.
Kaan tinha passado um pouco mal a noite e infelizmente, ela teve que dar toda a atenção a ele, só conseguiu se concentrar às 10 da noite, mas infelizmente ela precisava dormir um pouco antes de recomeçar o trabalho.

Onur chegou à sala de reuniões, sentou-se em seu posto e olhou para cada um que estava no recinto.
– Onde está a famosa Sherazade? – ele falava de cabeça baixa.
Bennu engoliu em seco.
– Ela deve está a caminho, Sr. Onur. – ela falou nervosa.
Onur estendeu o braço e olhou o relógio de pulso.
– 8h15 e ela não chegou... que lindo, vamos esperá-la então, já que nós é que somos os funcionários da majestade, como bons súditos, vamos esperá-la. – ele respira fundo e cruza os braços.
– Bom dia! – Kerem chegava sorridente. – Olha só, Yelsin. Quanto tempo? Espero que você já tenha conseguido ligar seu computador. – ele se sentava.
– Não Kerem, não sei e nem pretendo aprender, acho os computadores muito superficiais, não entendo como as pessoas conseguem passar horas olhando para a tela de um, o que veem de tão interessante?
Kerem atacava crise de risos, ele olhou para Onur que continuava irritado.
– Onur, quer um biscoito? – Kerem dá uma mordida em seu biscoito.
Onur o olha de esguelha e volta a respirar fundo e baixar a cabeça.
–;Tem certeza? – Kerem continuava.
– Sim claro, me dá uns biscoitos, aproveite e me traga um chá porque só assim para alguém conseguir esperar essa mulher. – Onur falava irritado.
– Calma Sr. Onur, o senhor é muito jovem, não se estresse. Deixe para fazer isso quando o seu médico lhe passar uns 6 remédios cada um em um horário.
– Ah não se preocupe Yelsin, porque com a demora dessa mulher eu vou envelhecer rapidamente. – ele estava furioso.
– Yelsin você tem experiência nisso é? – pergunta Kerem sorrindo.
– Bem... nem tanto... só tenho que tomar 3, o do coração, o da pressão e o do colesterol.
Kerem gargalhava enquanto Onur bufava de raiva.
– Bom dia, desculpem o atraso. – Onur levantou a cabeça rapidamente.
– Claro que desculpamos, afinal de contas somos apenas uns pobres mortais. De todos aqui só você é uma arquiteta premiada, nós não somos nada, e quer saber o que mais, nós temos horário de chegada, querida arquiteta, – ele a encarou. – se vossa majestade não percebeu, essa empresa é séria e quando se marca uma reunião, as pessoas tem que chegar cedo, principalmente a pessoa que vai apresentá-la, então não pense que porque você tem um prêmio de arquitetura, a gente vai se render aos seus pés, porque isso não vai acontecer, não use esse prêmio como desculpa para seus atrasos, acorde mais cedo e venha trabalhar, pare de se esconder atrás de um prêmio, porque você nem é a primeira e nem será a última pessoa a ganhá-lo. – ele bate as duas mãos na mesa e levanta zangado, pega a pasta e sai, passa pela porta e a bate com força.
Todos na sala ficaram paralisados.
Sherazade estava bestificada, Kerem se aproveitando do momento, se dispôs a consolá-la e assim ganhar seu afeto.
– Calma Sherazade, é que o Onur anda muito estressado ultimamente, não fique nervosa, pode prosseguir a reunião quando quiser, não liga pra ele tá?! – Kerem a abraçou e todos ficaram olhando.

Onur chegou em sua sala totalmente estressado e chateado, ele bateu a porta com força, a pobre Noraite ficou com medo até de falar.
Ele estava altamente explosivo, jogou a pasta em sua mesa, depois se jogou em sua cadeira, tentou fechar os olhos, mas algo o perturbava, sua paz havia sido furtada por algo que nem ele conseguia dizer.

Uma hora depois, Onur estava em sua sala cuidando de seus afazeres, quando Kerem entra furioso.
– Por que você a tratou assim? – ele perguntava o encarando com ódio.
– O que você quer? Que eu mande fazer um tapete vermelho, e toda vez que ela chegar atrasada que eu a receba muito bem, é isso que quer? Que empresa que se preza aceita um funcionário chegar a hora que bem entender? – ele estava de pé e batia de leve na mesa com a ponta do dedo indicador direito.
– Acontece que ela é nova aqui, ela ainda está se adaptando à empresa Onur, você precisa ter calma. – Kerem falava zangado.
– Paciência? Kerem eu esperei 30min e você ainda me pede paciência? O que mais quer que eu faça?
– Olha, eu não entendo que problema você tem com essa mulher, mas ela não lhe fez nada e você explodiu do nada, sinceramente Onur, não te entendo. – Kerem estava confuso.
– Quer saber, não se meta nisso, ela trabalha para mim, entendeu? – ele encara Kerem cara a cara e corpo a corpo.
– É aí que você se engana, ela trabalha para a Binyapi, então eu posso me meter sim... – Kerem enfiava o dedo bem devagar, no peito de Onur. – e eu sei muito bem porque faz isso, você está descontando na Sherazade o que a Nil fez com você, só que ela não é como a Nil...
– Kerem, sai da minha sala, a-gora. – ele estava mais furioso.
– É o que vou fazer, mas porque eu quero, e não porque você mandou. – Kerem vira as costas e sai.
Onur respira fundo novamente e volta a sentar em sua cadeira.

Sherazade enquanto isso chegava em sua sala arrasada e chorando muito.
– Amiga o que aconteceu? – pergunta Bennu quando Sherazade se senta.
– Eu tive que terminar o trabalho hoje de manhã, acordei às 4h, juro que tentei chegar cedo, mas não deu, não consegui, eu só acabei de adaptar o projeto por volta das 7h30, quando sai de casa já eram 8h, tive que cuidar do Kaan, ele passou mal ontem a noite...
– E como ele estava até a hora que você saiu?
– Graças a Deus, ele estava um pouco melhor. – fala Sherazade.
– Olha, não liga pro Sr. Onur, você não é a primeira a quem ele trata mal, ele é assim, está sempre gritando, zangado e brigando. Se bem que devo admitir que nos 3 anos que estou aqui, nunca o tinha visto tão zangado, estressado... não sei, ele estava mais zangado... eu diria que bastante diferente de todas as outras vezes.
– E eu, é que não entendo. No sábado, ele estava simpático e sorridente, e agora me tratou desse jeito... eu só não vou me demitir, porque sei que aqui tenho mais benefícios e pelo meu filho, eu tenho que suportar os maus tratos desse homem... – Sherazade chorava muito.
– Calma amiga, calma.

A tarde, Onur estava trabalhando quando recebeu uma chamada em seu celular, ele olhou o visor, pensando ser sua mãe, mas era um número desconhecido, pensando ser algum amigo que mudou de número, ele atendeu.
– Alô! – falou friamente.
Sr. Onur Aksal? – era uma mulher.
– Sim, ele mesmo. – ele continuava indiferente.
Senhor Onur, aqui é do banco de médula óssea e queremos informar que achamos um paciente compatível com o senhor. – a mulher falava calmamente.
– Sim, entendi. E como devo proceder? – ele parecia um pouco mais interessado no que a mulher falava.
– Bem... agora gostaríamos de saber se o senhor poderia ir ao hospital onde esse paciente está necessitando, para que ele possa receber o mais rápido possível essa médula, pois esse paciente está em fase terminal e cada segundo perdido, é uma vida que se vai. –  Onur coça a cabeça.
– Sim, eu irei, me diga o nome, o endereço e a quem devo procurar. Avise ao médico que quero falar com ele, se possível ainda hoje. – fala Onur calmamente.
Tudo bem, eu avisarei, muito obrigado Sr. Onur, não sabe o quanto nos alegra.
– Não há de que, obrigado. – ele desliga.

1001 Noites de AmorWhere stories live. Discover now