1001 Noites de Amor

Capítulo 9

Sherazade chegou por volta das 7h no hospital, ao chegar foi para o consultório do médico de Kaan.
- Bom dia, Sherazade, hoje é o grande dia. - falava o médico animado. - Oi meu guerreiro, como vai? - ele cumprimenta o garoto.
- Vou bem. - Kaan falava sorridente.
- Dr. Átila eu quero muito lhe agradecer e gostaria que o senhor me fizesse um grande favor, já que não posso agradecer pessoalmente, quero que pelo menos o senhor entregue essa carta ao doador, seja ele quem for, gostaria muito de agradecê-lo.
- Tudo bem, eu darei. - o médico pega a carta e a coloca em seu jaleco.
- Obrigada Doutor. - Sherazade falava feliz.
- Agora vamos nos preparar para a operação. - o médico pega Kaan no colo.
- Doutor? Acharam um doador para mim? - pergunta o garoto.
- Sim, Kaan, encontramos um doador para você. Você vai viver garoto. - ele beija Kaan.
Sherazade estava tão feliz que nem sabia como demonstrar sua felicidade.
Depois de preparado, Sherazade chegou perto de seu filho.
- Kaan, vai dar tudo certo filho e você vai se curar, você vai ver, você ficará curado e nunca mais voltará a ficar doente, viu?! - ela beija a mão de Kaan enquanto ela chorava.
- Tá bom, mamãe. - Kaan falava baixinho.
- Filho, mamãe tem que ir trabalhar, mas eu volto mais tarde. - ela acariciava seus cabelos.
Depois de se despedir do filho, Sherazade tomou um táxi e foi para a empresa.
- Já são 7h50, tomara que eu consiga chegar a tempo, antes que o rabugento do meu chefe chegue. - ela falava com irritação, mas o seu coração estava dividido entre o alívio de ter encontrado um doador e o medo de algo dar errado. - Não, não posso pensar assim, já recebi um grande presente, meu filho está prestes a receber um transplante, não posso simplesmente ser tão negativa, não posso.

Onur chegava ao hospital com uma pequena mala de mão, logo que chegou, o médico o recebeu.
- Bom dia, Sr. Onur, é uma honra recebê-lo aqui para tão nobre causa. - falava o médico sorridente.
- Obrigado, onde está o menino, posso vê-lo? - Onur sorriu e seguiu o médico.
- Como o senhor me pediu, eu não disse nada a mãe, não passei informação nenhuma.
- Obrigado doutor.

Sherazade chegou à empresa às 8h15.
- Bom dia Bennu. - Sherazade guarda a bolsa e o casaco e depois se senta.
- Sherazade, você se atrasou de novo...
- Mas por sorte hoje não tem reunião. - fala Sherazade contente.
- Verdade. E como vai o Kaan?
- Já está no hospital e com fé em Deus, em breve estará curado.
- Ai amiga, tomara. Porque seu filho já sofreu muito. E o doador misterioso? Pelo menos o viu de relance?
- Nada, não vi, porém mandei uma carta de agradecimento para ele, pelo médico.
- Pelo menos...
- Bennu, eu tenho que ir na sala do meu chefe autoritário, deixar para ele o CD do projeto.
- Boa sorte amiga. - Bennu sorrir.
Sherazade se levanta e vai em direção à sala de Onur.

O médico leva Onur até o garoto.
- Tão pequeno e já tem um problema desse... que triste. - fala Onur ainda do lado de fora da sala.
- É verdade... se quiser pode entrar para vê-lo.
- Ele está acordado?
- Sim, a mãe dele saiu a pouco. Acho que só está com uns 30 min. - fala o médico tranquilamente.
- Entendo. - Onur dá um sorriso sarcástico e entra no quarto.
Onur foi caminhando devagar até o menino, o garoto olhou para ele com o olhar assustado.
- Calma, eu não vou te fazer mal... - Onur sorrir.
- Você é o doador, não é? - ele pergunta baixinho.
- Sim, sou eu. - Onur acaricia seu cabelo. - Como se chama?
- Me chamo Kaan. - ele deu um sorriso para Onur, um sorriso um pouco desfalecente, até porque ele estava fraco.
- Kaan, que nome bonito.
- E o seu? - ele pergunta baixinho.
- O meu é, Anjo. - ele sorrir e beija sua testa.
- Anjo?
- Isso... bem, agora eu tenho que ir, mas nos vemos depois, combinado? - ele aperta a mão do garoto.
- Combinado. - Kaan dá um leve aperto de mão em Onur e ele não conseguiu esconder a emoção, o aperto no coração, ao ver aquele menino tão pálido e fraco.

Sherazade chegou próximo de Noraiate, e falou:
- Sra. Noraiate, o Sr. Onur está?
- Não senhora, não chegou, sinceramente estou achando bem estranho ele não é de se atrasar, geralmente ele é o primeiro que chega e o último que sai, dos dois quem sempre se atrasa, é o Sr. Kerem.
- Sei...
- Bom dia! - Kerem acabava de chegar. - Oi Sherazade, tudo bem? - pergunta Kerem a olhando profundamente.
- Tudo bem, obrigada Noraiate, eu volto depois. - Sherazade sai meio desconcertada com o que tinha acabado de ouvir.

- O que houve Noraiate? - Kerem estava confuso com a expressão que Sherazade havia feito.
- Ela veio à procura do Sr. Onur...
- E o que aconteceu? Ele a tratou mal? - Kerem fica irritado.
- Não, não mesmo, ele ainda nem chegou.
- O que? Noraiate, nós estamos falando de Onur Aksal, ele nunca se atrasa.
- Foi isso que eu disse a Sherazade, estou estranhando essa demora, ele não é disso. - fala Noraiate com preocupação.
- Espera, vou ligar para ele. - Kerem pega seu celular e chama o de Onur. - Caixa de mensagem. Que coisa, o que deu nele? - Kerem entra em seu escritório irritado.

Como o combinado, Onur doou sua médula para Kaan, porém pediu sigilo total do assunto, depois do transplante ele passou algumas horas desacordado, quando acordou, encontrou no criado mudo ao lado de seu leito, um envelope.
- O que é isso? - ele ainda estava um pouco inconsciente, se virou um pouco. - Aiii! Pensei que doesse mais... - ele coloca a mão na lombar. - Até que é uma dor suportável. - ele pega o envelope.
Onur o abre, tira a carta lentamente, coloca o envelope no criado mudo ao lado de seu leito, depois abre a carta.
- "Querido benfeitor,

Não sei quem é você, mas daria tudo para saber de quem se trata, no entanto você não quis se apresentar, não posso obrigá-lo a aparecer para mim, porém resolvi escrever essa carta para lhe agradecer pelo que fez, saiba que, você não salvou apenas uma vida, você salvou duas vidas: a minha e a de meu filho. Você realizou meu maior sonho, o sonho de ver meu filho curado e era isso que todos os dias eu pedia a Deus e ele me concedeu só de enviar você para nos ajudar. O curioso é que semana passada eu chorava, pois eu tinha perdido um doador, por não ter a quantia necessária para fazer o transplante, sei que você não tem nada a ver, mas quero que saiba disso, para que assim você tenha mais noção do bem que me fez, a mim e ao meu filho. Muito obrigada, seja quem for você, te agradeço e espero algum dia te encontrar e te abraçar.

Atenciosamente, uma mãe muito grata,
Sherazade." - ele terminava de ler a carta.