Príncipe Ou Sapo?

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Gabriel: Mas, me conta como era onde você morava. - Gabriel pergunta, enquanto lava as louças do almoço e eu as seco. Titia havia ido se deitar um pouco para descansar.

Agatha: Bem diferente daqui, com toda certeza. Sempre tinha lugares diferentes para visitar, era uma boa vida.

Gabriel: Eu imagino que sim, mas, no centro da cidade também tem bastante coisa legal. É que você escolheu um lugar não para morar e sim se esconder. - Ele brinca e sorrio. Era bom estar ao lado dele, mas, ao mesmo tempo me sentia constrangida, como se faltasse em mim o que parecia sobrar nele.

Agatha: Parece que sim. - Falo me sentindo triste de repente.

Gabriel: Você fazia algum curso por lá?

Agatha: Hum...sim, eu cursava direito, mas, não é algo que eu vá sentir falta. Eu comecei a estudar por causa dos meus pais.

Gabriel: Poxa, deve ser chato ter que fazer algo sem ser aquilo que deseja. A Maria é a única pessoa que tenho mais próxima de família, sempre me deixou bem a vontade para escolher meus sonhos e projetos.

Agatha: Você faz faculdade?

Gabriel: Sim. Eu curso medicina, faço especialização em oncologia.

Agatha: Nossa, é uma área bem especifica. Também sempre quis fazer medicina, mas, não sei em que área gostaria de atuar.

Gabriel: Quando comecei também não sabia, fiz um semestre de fisioterapia, mas, depois a oncologia ganhou meu coração.

Agatha: Estranho por ser uma área tão dolorosa, mas, tudo bem... não precisa ir mais a fundo. - Digo e o mesmo sorri, abaixando a cabeça por alguns segundos, voltando a falar logo em seguida.

Gabriel: Se quiser posso te levar na faculdade amanhã, para conhecer...quem sabe não consegue um emprego, posso lhe ajudar com a mensalidade. sou interno no hospital.

Agatha: Você já atua na área?

Gabriel: Mais o menos, fico com a parte de altas, papeladas e as vezes consigo atender alguns pacientes, mas, nada tão incrível. Logo irei terminar e poderei fazer minha primeira cirurgia de transplante de medula.
- Enquanto Gabriel falava, me sentia viajando em sua voz, em todos os sonhos que já tive de poder atuar nessa área tão linda, imaginava o quanto seria incrível ser médica.

Agatha: Você nem imagina o quanto eu sonho em ser médica. Acho que desde quando eu nasci!

Gabriel: Na segunda irei te levar até minha faculdade, não se preocupe com a mensalidade, sei que Deus irá prover todas as coisas. Agora preciso ir, tenho plantão.

Agatha: Tudo bem, obrigada pela conversa.
- Falo sorridente e o mesmo corre porta a fora. Meu coração batia tão forte, só de imaginar que eu veria uma faculdade de medicina, já me deixava com o estômago embrulhado de emoção. Não consegui me deitar, passei a noite toda limpando a casa de Maria, lendo livros estranhos religiosos que haviam em sua cômoda e observando meu celular, aguardando o momento de Gabriel mandar uma mensagem, dizendo que viria me buscar para irmos a cidade.

Maria: Querida, precisa ir dormir. Não pode ficar a noite toda em claro. - Maria diz ao me encontrar sentada no sofá da sala.

Agatha: Me desculpe, espero não ter acordado a senhora.

Maria: Só vim tomar um copo d'água, agora vá para o seu quarto descansar. Ficar acordada, não fará o dia chegar mais rápido.

Agatha: Tudo bem, boa noite. - Digo por fim. A mesma se aproxima e beija minha testa, sigo logo em seguida para o quarto. Eu ainda sentia tristeza, as vezes ela vinha e me lembrava de tudo que perdi, mas, haviam pequenos pedaços de alegria, e essas fagulhas eram o que estavam me mantendo de pé.

QUANDO É A PESSOA CERTA!  Disponível DreameWhere stories live. Discover now