Decisões, Tão Amargas Desilusões

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Mais uma noite em claro tive que enfrentar, minha cabeça girava e um milhão de ideias fervilhavam a minha mente. Desistir do que Lucas e eu tínhamos ou mostrar o quanto o amava, mesmo que isso tirasse algo tão importante para mim?

Me levanto assustada, havia conseguido dormir perto das oito horas da manhã e acordado às dez. Entro no chuveiro e deixo que rapidamente a água caia em meu corpo, não poderia me atrasar, eu havia decidido...iria me entregar a Lucas, quem sabe não era ele mesmo quem o destino preparou para mim. Visto um jeans e uma blusa de alças, ponho meu All Star e corro até a saída, não havia ninguém em casa, felizmente.

Consigo pegar um ônibus no ponto próximo a casa de Maria. Minhas pernas tremiam e minha mão derramava suor, eu estava tão nervosa e com tanto medo. Ao chegar em frente ao prédio de Lucas, aperto o interfone por diversas vezes...começo sentir minha garganta doer, ele não poderia ter ido embora sem eu ter a chance de mostrar que o amava.

Porteiro: Bom dia, moça...o que precisa?

Agatha: Olá, bom dia. Eu moro aqui, acabei esquecendo minhas chaves, poderia abrir para mim.   - Minto tendo a certeza de que o mesmo não permitiria minha entrada.

Porteiro: Claro, pode entrar.   - Diz e me surpreendo, passando pelo portão e subindo as escadas até o segundo andar. Eu sabia o andar e o número do quarto que Lucas morava, por ser seu número preferido...o 13.

Ao chegar em frente ao apartamento, bato na porta, porém existe um som alto demais para se ouvir lá dentro. Toco na maçaneta e a mesma se abre, que perigo Lucas deixar a porta aberta...Agora lhe farei uma surpresa, imagino o quanto ficará feliz ao ver que estou aqui, que decidi ser dele por inteira.

Agatha: Lucas, cheguei meu amor...vim provar que... Lucas, o que está acontecendo aqui?   - Indago ao ver meu namorado nos braços de Ariane, os dois totalmente nús sobre sua cama.

Lucas: Agatha? Pensei que não viria...
- Fala se levantando, cobrindo-se com um dos travesseiros e a garota sorri, ainda deitada.

Agatha: Mas, isso não lhe permite dormir com outra mulher. Eu vim me entregar a você...

Ariane: Vish amiga, parece que chegou tarde.   - A mulher diz, ironicamente. As lágrimas começam descer em meus olhos, havia tanta tristeza dentro de mim, que nem mesmo fui capaz de agir da forma como mereciam.

Agatha: Você não podia ter feito isso comigo, eu...eu me importava contigo, vim aqui para...mostrar meu amor.

Lucas: Foi sua culpa Agatha, deu margem para isso em todas as vezes que se negou a mim, que não me deu o que eu queria...

Agatha: Você é um nojento!!!   - Grito correndo para fora daquele quarto imundo.

Ariane: Eu disse, ele não gosta das santinhas!!!   - Ela exclama e desço as escadas rapidamente, eu só queria fugir dali o mais rápido que eu pudesse. Minha visão ficara turva de tal forma que nem mesmo vejo o porteiro e muito menos, um carro que vinha em alta velocidade na minha direção, quando atravesso a rua. Sou bombardeada por uma súbita batida...sentindo meu corpo desfalecer e desmaio na mesma hora.

Abro meus olhos com dificuldade, despertando mais uma vez em um quarto com paredes brancas e uma pequena luz em minha face, viro meu rosto para o lado devagar e vejo, Gabriel sentado em uma poltrona ao lado da cama com os olhos fechados, parecia tão cansado...sigo meu olhar até a janela onde o céu se encontra escuro, o que havia acontecido para que eu acordasse depois de tanto tempo, me lembro de sair pela manhã de minha casa.

Agatha: Gabriel...  - Sussurro e o mesmo acorda um pouco assustado, vindo em minha direção, tocando sua mão sobre a minha.

Gabriel: Ei...como se sente? Está tudo bem?
- Questiona de forma suave e sorrio, movendo a cabeça em afirmação.

Agatha: Na medida do possível, sinto algumas dores nos meus braços...o que aconteceu?

Gabriel: Você foi atropelada, quando saia da casa do seu namorado.   - Conta e acabo me lembrando de tudo que havia acontecido e, me esforço para não voltar a chorar.

Agatha: Aquele idiota não é mais o meu namorado.  

Gabriel: Como assim? O que aconteceu?
- Pergunta de forma surpresa e um tanto aliviado.

Dr Olavo: Boa noite, como se sente senhorita Agatha?  - Um senhor de cabelos escuros, pele negra e corpo rechonchudo, pergunta ao se aproximar, pondo um estetoscópio em meu peito.

Agatha: Me sinto bem, apenas o meu corpo dói...não necessariamente o corpo inteiro.

Gabriel: Como assim? Onde não sente dor?
- Gabriel se mostra preocupado e mais uma vez, sinto que algo ruim está prestes a acontecer.

Agatha: Minhas pernas, não sinto minhas pernas.   - Balbucio sendo pega pelo choro novamente.

Dr Olavo: Eu sinto muito, querida...O impacto foi muito forte, houve uma quebra nas ligações de suas pernas com o restante do corpo. 

Gabriel: Ela está paraplégica? Podemos reverter isso?  - Gabriel indaga desesperado. Eu queria tanto que houvesse alguém mais calmo do que eu nesse quarto, mas, ele não estava sendo capaz disso.

Dr Olavo: Precisamos de mais exames, mas, diria que é quase impossível, conseguir voltar a andar novamente.

Gabriel: Ah meu Deus, eu sinto tanto Gath...se eu pudesse me colocaria aí no seu lugar.    - Chora, segurando minha mão. Eu me sentia tão cansada de todas as desilusões e angustias que haviam chegado até mim, que nem mesmo pude me desesperar, por medo de faltar lágrimas para a próxima.

Agatha: Tudo bem...pelo menos ainda sinto minha mão.  - Forço uma piada, infelizmente era cedo demais para uma brincadeira. Uma coisa era certa, eu havia quebrado um espelho ou alguém lá em cima, definitivamente não gostava muito de mim.

Maria: Ahh meu bem, eu sinto tanto.
- Titia entra no quarto. Gabriel limpa rapidamente suas lágrimas e põe um olhar forte em sua face.

Agatha: Fico feliz em te ver.   - Digo lhe abraçando.

Maria: Eu sou culpada, deveria ter feito mais, cuidado melhor de você.

Agatha: Não se sinta culpada, foram as minhas escolhas. Vocês tentaram me fazer enxergar.

Gabriel: Ela vai ficar bem, mãe. Nós vamos fazer fisioterapia e também ajuda-la se adequar a tudo que precisar.   - Ele diz de forma fria, como se houvesse se tornado um médico e não mais o rapaz, que havia chorado há pouco tempo no meio do quarto.

Maria: Eu vou orar todos os dias, Deus irá lhe curar. - Diz segurando minha mão e sorrio agradecendo. Naquele momento eu não tinha nenhuma fé nesse Deus, apenas pensava se era engraçado ver os humanos passarem por tanta dor.

Gabriel: Isso mesmo mãe, porque Deus não se alegra com o sofrimento de ninguém, creio que tudo tem um propósito.  - Responde meus pensamentos e acabo me assustando um pouco.

Agatha: Caramba, que propósito em.
- Zombo e ficamos em silêncio.

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QUANDO É A PESSOA CERTA!  Disponível DreameOnde histórias criam vida. Descubra agora